Sexta-feira, Setembro 13, 2024
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2021, começa mal!

Nem por sombras imaginava que este seria mais um ano de desgraças, que iria ceifar mais vidas de grandes da arte tauromáquica no nosso País.

Primeiro foi Mário Coelho, ainda em 2020, figura de “gentleman” e de fino trato, diestro que tomou a alternativa em Badajoz em 1967, e que passeou a sua arte pelas arenas do mundo taurino, a ser alvo de traiçoeira colhida do Covid-19.

Depois no dealbar do novo ano, mais precisamente a uma sexta -feira, no dia 29 de Janeiro, deixou-nos o maestro José Júlio, um grande do toureio que tomou a alternativa na praça de Saragoça em 1959, apadrinhado por Manuel Jiménez Moreno “Chicuelo”, deixando a sua marca pelos ruedos da Maestranza de Sevilha, de Las Ventas em Madrid, no Coliseu romano de Nímes em França , etc.

Foi um verdadeiro embaixador do toureio apeado da terra lusa, por todo o universo taurino.

Já bastava de más notícias, mas surgiu hoje mais uma que não esperávamos, Simão Comenda, nosso amigo e grande da forcadagem, uma verdadeira referência do “seu” Grupo de Forcados Amadores de Montemor, partiu do nosso convívio.

Desta vez não foi toiro que ele admirava e respeitava, desta vez não investiu com nobreza. Tantas pegas, os raros derrotes, as incontáveis voltas á arena, conseguindo o respeito do público, para agora traiçoeiramente o famigerado vírus não perdoar!

Mestre Simão, era uma pessoa que sempre distinguiu Barrancos e os Barranquenhos, e que via na nossa comunidade o núcleo forte da resistência taurina no nosso País.

Recordo que nos vimos no auge da “Polémica dos toiros de morte”, em todos aqueles quentes anos em plena praça, ou nos “tabuados”, e ele sempre directo mas amável dizia-me: “Presidente Tereno, não deixe que eles acabem com isto, com a vossa identidade cultural.” Referia-se claro, aos antitaurinos que nos atacavam, e queriam acabar com a nossa tradição cultural ligada aos toiros!

A partir dessa altura privámos muitas vezes, em Barrancos, em Montemor, no Campo Pequeno, em Badajoz ou Olivença, e em tantos santuários da arte tauromáquica.

Todos eles me distinguiram com o privilégio da sua amizade, fico-lhes grato por isso!

No adeus possível, fica a nossa singela e sentida homenagem, com toda a nossa admiração e respeito.

Que não nos falte a gratidão, pelo muito que fizeram pela tauromaquia!

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