O Festival dos Romeiros de Vila Boim, que tem como emblema levar por diante a vivência de tradições de outros tempos, apoiam e fomentam também, e de que maneira a festa brava; e tudo isto, sempre em animado e saudável ambiente de confraternização e de, como eles lhe chamam: Fiesta! Desde o inicio que o prenuncio, era de que tamanha façanha se tornasse tradição; e cá está ela, já na sua oitava edição, sempre em final de temporada, para que a saudade se torne sempre ainda mais forte. Sexta-feira começou logo pela tarde uma jornada de demonstração de toureio a pé, onde alunos de várias escolas taurinas Portuguesas e Espanholas nos abriram o apetite; ficam os nomes destes sonhadores: Leonardo Passareira, Alejandro Rivero, Luis Silva, João D’Alva e Rui Jardim, foram lidadas reses gentilmente cedidas pelo ganadeiro Ortigão Costa.
Sábado teve lugar o festival taurino misto; depois de tantos anos de colaboração com a Escola Taurina de Badajoz, este ano com a particularidade de um dos seus destacados professores, o Maestro Luis Reina ter reaparecido por apenas um dia; sem as faculdades físicas de outros tempos, triunfou por si só de se por “por diante”, lidou com maestria um novilho de Falé Filipe que não facilitou em nada a vida ao veterano artista; um toureio de “reserva” que agradou a todos os presentes.
Manuel Dia Gomes mostrou em Vila Boim o seu refinado toureio e demonstrou a essência da sua cuidada carreira que talhada assim, mais tarde ou mais cedo trará os seus frutos. Lidou um complicado toiro de Manuel Veiga que lhe permitiu ainda assim luzir com o capote em lances variados. Na muleta alargou a faena e ganhou a contenda saboreando o triunfo.
Francisco Palha recebeu á porta gaiola o novilho de Falé Filipe, numa lide que veio um pouco a menos e que veio a terminar em bom plano, terminando assim a temporada de triunfo deste jovem cavaleiro.
João Maria Branco numa das suas raras aparições em praças Portuguesas esta temporada, lidou um toiro de Passanha que pouca emoção deu á lide do cavaleiro de Estremoz, esteve por cima do seu oponente e deixou bom sabor de boca para que na próxima temporada de apresente em grande.
António Núncio lidou um toiro de Canas Vigouroux com idade, esteve valente, apesar de cometer alguns erros próprios da sua condição de cavaleiro praticante.
António Medina da escola taurina de Badajoz lidou um novilho de Falé Filipe e não fosse a sua avançada e cuidada preparação teria enfrentado alguns problemas frente ao complicado astado, ganhou a “pelea” e conseguiu sacar duas séries de derechazos importantes, experimentando ainda por naturais, sem se livrar de alguns sustos pelo meio.
Paula Santos foi a triunfadora da tarde, aquela que o público mais acarinhou e aplaudiu; que mais não fosse apenas pelo facto de ter lidado um novilho do Eng Luis Rocha praticamente em pontas (excessivo para um festival); um novilho que “media” a jovem novilheira causando-lhe ainda alguns apertos, com valentia e uma plástica muito própria, foi na muleta que obteve os melhores momentos e onde foi mais aplaudida. Todos os artistas escutaram música (passodobles lides a cavalo e flamenco lides a pé) e todos foram premiados com volta.
As pegas estiveram a cargo dos Grupos de Forcados Amadores de Montemor e de Èvora; Vasco Carolino depois de uma tentativa foi dobrado por João da Câmara que se fechou com valentia á primeira tentativa. Luis Valério executou a pega da tarde brindada ao amigo do grupo Custódio Pitéu, uma pega que teve ajudas repartidas com o grupo de Èvora. Rui Bento dos amadores de Èvora pegou á primeira tentativa. Novilhos e toiros bem apresentados embora com comportamento adverso ao brilho e luzimento dos artistas; um festival que este ano contou com casa praticamente cheia.
À noite continuou a festa taurina onde toureou a cavalo Duarte Alegrete e a pé Vasco Veiga tendo a pega a cargo dos Forcados Académicos de Elvas.
Terminou assim uma jornada taurina impar, onde o toureio Ibérico se enalteceu, como o Maestro Luis Reina disse no seu brinde: “ Vá por Portugal por Espanha e por el toreo!”