Depois de alguns Órgãos de Comunicação terem publicado um comunicado emitido pelo empresário Paulo Pessoa de Carvalho, relativamente à não atuação do Grupo de Forcados Amadores de Alenquer na localidade de Ferrel, no passado fim-de-semana, onde culpa a Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF) pelo sucedido, a ANGF emitiu hoje um comunicado onde responde às acusações.
Um comunicado que passamos a transcrever na integra:
“COMUNICADO
Considerando o teor da informação divulgada publicamente pelo Senhor Paulo Pessoa de Carvalho entende a Direcção da ANGF ser necessário prestar os seguintes esclarecimentos:
1 – Em Alenquer existia um grupo de forcados, denominado “Grupo de Forcados Amadores do Clube Taurino Alenquerense”, que era associado da ANGF.
2 – Esse Grupo de Forcados, liderado pelo Senhor Jorge Vicente, entrou em rota de colisão com o Clube que lhe servia de base, o Clube Taurino Alenquerense.
3 – Como tal, o Senhor Jorge Vicente fundou o Grupo de Forcados Amadores de Alenquer.
4 – O Grupo de Forcados Amadores de Alenquer requereu a sua adesão à ANGF em 2013, que foi discutida em Assembleia-Geral, tendo os Associados votado negativamente à entrada deste Grupo.
5 – Em Julho do corrente ano o Grupo de Forcados Amadores do Clube Taurino Alenquerense requereu a sua saída da ANGF, através do envio da acta da Assembleia Geral que estes realizaram em 20 de abril de 2015.
6 – No passado dia 6 de Agosto foi enviada diversa documentação para a ANGF requerendo:
7 – Por parte do Grupo de Forcados Amadores de Alenquer e de alegados sócios do CTA a reativação do Grupo de Forcados Amadores do Clube Taurino Alenquerense e consequente aplicação das regras da ANGF: com vista à participação no espetáculo de Ferrel, organizado pelo empresário Paulo Pessoa de Carvalho.
8 – Por parte dos Advogados do Clube Taurino Alenquerense uma exposição dando conta da prática de ilícitos civis e criminais e solicitando a não reativação do Grupo de Forcados Amadores do Clube Taurino Alenquerense, reiterando que este havia saído da ANGF.
Como é evidente estamos perante um conflito de interesses entre o Clube Taurino Alequerense e o Grupo de Forcados Amadores de Alenquer.
O que foi solicitado à ANGF, no passado dia 6 de Agosto, foi que tomasse um partido, uma posição, fazendo o papel de juiz, coisa que, como é evidente, não pode nem vai fazer. Compete às partes entenderem-se e resolverem as suas questões nos locais apropriados.
A Direcção da ANGF sempre se mostrou disponível para resolver esta questão se, e apenas se, houvesse acordo e consenso de ambas as Partes — entenda-se o CTA e o GFA de Alenquer, o que não aconteceu.
Não tendo acontecido não chamem a ANGF para esta “guerra” que ela não tem nada a ver com a ANGF.
Esta factualidade pode ser facilmente comprovável contactando-se as Partes interessadas, entenda- se o CTA e o GFA de Alenquer.
O que é verdadeiramente lamentável é que se procure agora, e em particular o Senhor Paulo Pessoa de Carvalho, que tem responsabilidades institucionais na nossa Tauromaquía, tecer acusações à ANGF, quando esta se limitou a manter a neutralidade que lhe era exigida nesta situação. Esta questão, reitera-se, é entre o CTA e o GFA de Alenquer. Nada tem de que ver com a ANGF.
Não deixa de ser curioso que, mais uma vez, as grandes críticas tecidas à ANGF venham de quem tem interesses financeiros na Festa, e não de Grupos de Forcados Amadores.
A grande questão que deve ser colocada é porque terá o empresário Paulo Pessoa de Carvalho tanta preocupação com o GFA de Alenquer, e porque só a tem agora?
Que tenhamos conhecimento o empresário Paulo Pessoa de Carvalho não tem raízes em Alenquer, não explora comercialmente uma praça de toiros em Alenquer nem aí realiza qualquer tipo de evento.
Porque não se preocupou o empresário Paulo Pessoa de Carvalho quando o GFA de Alenquer não actuou no Cartaxo, em 19 de Julho? A que se deve esta súbita preocupação com um Grupo de Forcados que é liderado pelo primo do Senhor Jorge Vicente?
E dizer também que, quanto à questão da imagem que vale mais do que mil palavras, (o brinde do GFA de Vila Franca de Xira ao cabo do GFA de Alenquer) explicar que a mesma se deveu exclusivamente a um acto de simpatia e cordialidade da parte do cabo Ricardo Castelo, a quem o empresário Paulo Pessoa de Carvalho solicitou que fosse feito esse brinde, o qual acabou por acontecer no último toiro da corrida. De facto essa imagem, devidamente contextualizada, vale mais que mil palavras.
Todas estas questões e situações é que merecem resposta e dariam um bom trabalho de investigação, desde que os investigadores não tivessem interesses financeiros junto dos investigados.
É bom que, de uma vez por todas, os intervenientes da Festa se convençam de uma coisa: a ANGF é uma Associação de Forcados Amadores, criada para defender e promover a figura do Forcado Amador.
Se quiserem uma associação de forcados pagadores terão de fazer outra, porque a ANGF não cede a interesses económicos nem financeiros.
Lisboa, 11 de Agosto de 2015
A Direcção da ANGF
José Fernando Potier
José Luís Gomes
Tiago Prestes”