Na passada semana o mundo taurino foi surpreendido com as declarações do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, em que disse que após a remodelação da praça de touros, não mais ali haveria touradas.
Perante estas declarações surpreendentes, o Toureio.pt falou com Gonçalo Lagem, Presidente do Município de Monforte, terra com grandes raízes taurinas e que comentou este caso dizendo que “ o que conheço é que a Praça de Touros da Póvoa de Varzim tem gente a assistir às corridas de touros, Praça de Póvoa de Varzim é uma praça emblemática, uma data emblemática para lá se realizarem corridas de touros e sempre que lá fui ou vi na televisão, a praça estava sempre cheia.”
Apesar de não criticar diretamente, o autarca de Monforte eleito pela CDU nas últimas eleições autárquicas refere que “penso que estão a ser desrespeitados os gostos das pessoas, os gostos dos seus munícipes porque a praça continuava cheia, continuavam-se a organizar corridas de touros, era uma data apetecível para os empresários, e toda a gente queria ficar com a Praça da Povoa de Varzim. Não sei o que está por detrás, ainda assim, enquanto aficionado lamento, lamento profundamente, essa tomada de decisão. Respeito porque é um colega. Não vou estar a condená-lo nem a criticá-lo. Lamento essa decisão que muito empobrece a festa dos touros e estamos a ir muito na onda dos maus tratos animais, ninguém maltrata os animais, não há ninguém que mais goste dos touros e dos cavalos do que aqueles que os utilizam.”
Gonçalo Lagem vai mais longe e diz que “eu não posso estar de acordo quando hoje se passeiam mais cães do que crianças num parque infantil, não posso estar de acordo quando se faz festas de aniversário para os cães e depois maltratamos o vizinho ou descuramos o idoso, porque há muita gente que faz isso aos cães e depois faz bem também na sociedade, não condeno isso. O que condeno é que quando se perde tempo no nosso parlamento, na nossa Assembleia da República, a discutir se os cães podem ou não entrar nos restaurantes e depois temos listas de espera para entrar em unidades de cuidados continuados de idosos, de pessoas que precisam, que estão incapacitadas e nós estamos a perder 20 minutos, 30 minutos, 1 hora e abre noticiários se os cães devem ou não entrar num restaurante. Fico triste. Temos que olhar para os animais na condição de nossos fieis amigos, temos que os tratar bem, temos que pugnar pelo bem-estar animal, mas temos que olhar também como utilizadores desses mesmos animais. Sempre foi assim. Nós utilizamos os animais para nos alimentarmos, por exemplo, e é nessa perspectiva que devemos olhar para os animais.”
O edil acrescenta ainda que “o touro bravo já tinha desaparecido do cimo da terra se não fossem as corridas de touros. A raça do touro bravo já tinha desaparecido. Já para não falar e pessoas que vivem ligadas a esse mundo e que devem ser respeitadas. Há muitas atrocidades que se cometem mas esta não é uma atrocidade.”