Sexta-feira, Abril 25, 2025
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Basta de hesitações!

Diz-se á boca cheia no nosso meio taurino que a Festa não evoluiu, que parou no tempo e é retrógrada, que devíamos adaptar-nos aos novos tempos e mentalidades para assim fazer frente ao dito declínio da mesma!

Quando veiculamos notícias ou escrevemos artigos já de si pessimistas, estamos a admitir a derrota.

Que me perdoem a mim os mais sensíveis, mas se há coisa de que entendo é de resistência a fundamentalismos, sei por experiência própria que não podemos dar argumentos ao inimigo, mas sim preparar uma estratégia de ataque e estar preparado para o que vier.

Nesta quietude que caracteriza o panorama taurino nacional, dois sucessos de enorme importância e que convém salientar, significaram uma verdadeira “pedrada no charco” e vieram agradavelmente surpreender-nos!

Não podia deixar de referir a importância de que se reveste o renascer da velhinha praça de toiros de Almeirim, agora baptizada de Arena, com novas funcionalidades aliando um ar inovador a este espaço que reabriu no passado dia 1 de Maio com uma grande enchente e um entusiasmo contagiante que pode ser o prenúncio de novas e grandes tardes de toiros naquela praça ribatejana. Quando se aliam entidades empenhadas como a proprietária da praça, a Santa Casa da Misericórdia com o poder político local, neste caso o Município que sente e apoia os anseios da população, o sonho torna-se realidade.

Outro acontecimento que é justo enaltecer pelo que significa para a nossa tauromaquia, é a relevância do prémio ao “Melhor Toiro” concedido a “Colibri”, cuja bravura, trapío e grandeza conquistaram o público da Praça da Misericórdia de Zaragoza, no Concurso de Ganadarias que teve lugar na 1ª Corrida da Feria de San Jorge. É uma distinção que representa sem dúvida um reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo ganadeiro Dr. Joaquim Grave. Será que não deverá ser também motivo de orgulho para todos os ganadeiros portugueses e porque não, para todos os aficionados?

Sim, porque muitos há que não se regozijam com o êxito dos outros. Sabemos que o derrotismo impera no nosso seio, no qual alguns profetas da desgraça têm vindo ao longo dos tempos, a anunciar o fim desta tradição cultural, que é pertença nossa!

Bom seria que se congregassem esses esforços, mas no correcto sentido de defender e promover os valores desta arte que nos deve unir, o significado profundo que faz com que ela continue bem viva e pujante, adaptada sim aos novos tempos sem pressões, genuína e com a identidade necessária para assegurar a sua própria sobrevivência.

Subsistindo e projectando-se através da aliança entre os grandes nomes do toureio e os novos valores que paulatinamente vão aparecendo e garantindo o futuro da Festa, apostando nas tradicionais ganadarias bravas e no aparecimento de novas que possibilitem uma sã concorrência em que o denominador comum continua a ser o toiro bravo na sua ruralidade.

Afinal e apesar de toda a descrença, de todo o fatalismo e de todos os ataques internos e externos, a Festa tem evoluído e disso são exemplo a contínua presença de jovens em todas as manifestações ligadas á arte tauromáquica.

A propósito, vamos ter eleições legislativas em Outubro próximo… não seria oportuno preparar um caderno ou exposição reivindicativa da tauromaquia, a apresentar pelas nossas entidades representativas a todos os partidos políticos e ao próprio governo?

Porque não desafiá-los a tomar posição e reconhecer uma realidade cultural como a nossa que representa não só o mundo taurino, como também o mundo rural, peça tão fundamental e que tanto contribui para o engrandecimento social e económico do nosso País?

Basta de hesitações, temos que ser firmes defendendo o nosso direito e a nossa liberdade consagrada na nossa própria Lei Fundamental, a arte taurina existe e faz parte da própria cultura deste nosso Portugal.

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