Que outro adjectivo poderá c aracterizar melhor um festival que foi de beneficência, em que os principais benficiarios os utentes nos presentearam com actuação do seu Rancho Folclórico antes do inicio, que deu 11625 eur de lucro para a Cercibeja, em que todos (sim todos) os artistas estiveram importantes, de interesse, nas suas actuações, foi dada (e agarrada com firmeza) oportunidade aos novos, dois cavaleiros amadores (um com apresentação em publico), dois Grupos em acesa e saudável competição, com pegas vibrantes e tecnicamente perfeitas (a maioria), também com oportunidades aos novos. Os toiros e novilhos enviados estavam na sua maioria muito bem apresentados, alguns mais que em corridas de toiros, deram muito jogo, transmitiram, puseram picante na tarde. E o publico participativo, conhecedor, saiu muito satisfeito, não arredou pé e via-se na face das pessoas que tinha a “barriga cheia”, sentiu-se nos comentários finais e na expressão de todos. Fora mesmo bom!
Perante isto pouco mais poderemos dizer ou escrever, muito lapidarmente deixar o relato do que em nossa opinião mais se destacou nos desempenhos individuais:
De Joaquim Bastinhas (agraciado pela Cercibeja pelos 30 anos de Alternativa) a actuação de toureiro feito e amad urecido, com um Pégoras de excelência montou lide fina, com transmissão e pinceladas de artista velho.
De Rui Salvador a mais importante pelas dificuldades surgidas com as montadas perante o enorme (e escorrido) Sobral (um “tío” com presença, poder dianteiro mas frouxo de quartos, que mesmo assim investiu com muita nobreza, codicia e bravura até ao forcado, proporcionando a mais emotiva pega da tarde). Numa lide de “andar aos papeis” até meio, valeu a raça e profissionalismo, que todos lhe reconhecemos. Não virou cara, aguentou o toiro, lutou com a montada e terminou por cima de ambos a dizer que ali quem mandava era ele. Olé e uma lide para entendidos! Grande exemplo!
De Tito Semedo (agraciado pela Cercibeja pelos 20 anos de Alternativa)dizer que assinou talvez das mais completas exibições da temporada dos seus 20 anos de alternativa. Solto, ligado ao publico, parou o Varela cómodo, com mando, nos curtos primeiro nos quiebros e depois nos ferros de frente com reuniões justas, compôs actuação importante e ligada em tom de exito.
De Sónia Ma tias guardamos actuação bem montada a partir de um Benjumea á medida. Acoplou-se especialmente nos curtos e sem exageros, nem correrias, deixou a ferragem em tom festivo e artístico, sempre com sentido e asseio. Boa actuação.
De Marcos Bastinhas registamos a transfiguração para melhor em relação à ultima vez que o viramos (15 dias atrás). Alegre, dominador dos acontecimentos e toureiro, foi aos poucos entendendo as distancias do Passanha que lhe tocou. Tem o melhor ferro da tarde numa sorte em que a meio da viagem o cavalo se emenda na posição e resulta justíssimo e com o toiro a carregar, fabuloso. Depois ganhou o toiro e o publico e montou a sua lide, aquela que lhe vínhamos achando de falta. Bom exito também.
Quando nestes espectáculos de consagrados e principiantes chega a vez destes últimos, geralmente caem de andamento, fruto da verdura dos actuantes. Pois neste não e bem pelo contrário, abonaram remate glorioso a uma tarde carregada de coisas boas.
Francisco Núncio (que substituiu o anunciado António Prates) é Pai a montar, até ao tutano, tem sentido de lide, dos terrenos e dominou os acontecimentos, com o Varela Crujo que lidou. Entusiasmou e prendeu todos, num registo ligeiro, mas ecléctico e à antiga e (como diz o poeta) “de uma beleza elevada”, muito muito interessante para um amador, que se apresentou na praça da sua naturalidade e constitui já esperança de novo toureiro cimeiro e Bejense. Vamos com tempo.
Não é natural de Beja mas é como se fosse. A família Brito Paes, a que pertence, tem aqui seu solar, e a Centenária Varela Crujo a ela está ligada por diversas efemérides e acontecimentos. Agora mais uma, aqui se apresentou em público Joaquim Brito Paes. Utilizou a quadra de seu irmão Mia, mas a raça, transmissão, decisão na escolha de terrenos e resolução da papeleta foram suas, empolgou o publico com os curtos, em especial com um justíssimo e com o novilho a apertar, aguentou-o no momento da reunião, levantou o braço e cravou como os livros ditam. Foi o protagonista de final de festa em cheio. Vamos com tempo.
Nas pegas outra tarde em cheio. Competição saudável, partilha da última pega e entre tábuas sentiu-se os forcados vibrar com as dificuldades e os êxitos dos colegas, do outro Grupo e parte a parte. Estivemos atentos a isso e ficamos contentes com a postura assumida e genuína. Olé!
Por Cascais abriu à 1ª Paulo Loução (bem tecnicamente, coroou uma época excelente a nível individual), António Grades valente à 1ª (franzino e miúdo, recebeu mal e emendou-se com ganas a aguentar viagem de “briga”), Bruno Cantinho à 1ª (após uma reunião com um estranho, com tenacidade aguentou sem sair os duros derrotes, para tirar, do Passanha), fechou Rui Trindade à 2ª (Depois de na 1ª ter ficado fora da cara) correctamente em pega partilhada com o Grupo de Beja.
Este, por sua vez, abriu com uma pega extraordinária de Guilherme Santos (aproveitou saída extemporânea e poderosa do Sobral, mandou na investida até ao limite para reunir, o que fez já em terrenos de tércios e consumar com tenacidade), Francisco Sampaio pegou à 3ª (depois de duas em que não mandou nas reuniões) e fechou tecnicamente correcto e perfeito, como muitas vezes o vemos, Luis Barbio à 1ª.
Ao analisar as prestações nas pegas é imperioso salientar a coesão e entrega das ajudas proporcionadas por ambos Grupos, “pinhas” verdadeir as a ajudar, em que por Beja o melhor exemplo foi a sua 1ª pega e por Cascais a sua 2ª. Se houvesse aqui prémio para melhor Grupo, teria de ser ex-aequo!
Dirigiu o Sr. João Cantinho, Abrilhantou a Banda de Loulé e Embolaram e prepararam ferragem a dupla Carlos Simões e José Alcachão e sua equipa.
Venha o sétimo festival da Cercibeja.
Se me é permitido ousar e como Bejense e aficionado, sem desprimor para ninguém, mas bem poderíamos para o ano ter um cartel de homenagem e reconhecimento à tauromaquia e aficion Bejense, para todos os aficionados: Joaquim Veríssimo, Luís Cruz, Tito Semedo, Mia Brito Paes, Francisco Núncio, Joaquim Brito Paes e a apresentação de António Núncio na praça da sua naturalidade. Grupo de Forcados Bejenses antigos e actuais. Sete toiros de ganadarias do distrito…e o regresso da “nossa” Banda da Capricho Bejense ( Saudades de ouvir a “Quinta Maria” nas cortesias)…Quem sabe? Fica o repto lançado aos homens…