A corrida Ovibeja 2017 conseguiu levar, com um cartel diferente a meia casa do costume para esta data. Um minuto de silêncio em memória do Cavaleiro Luis Cruz acompanhado de forte e sentida ovação no final do mesmo, foram o primeiro ponto assinalável na tarde.
O curro de Vinhas estava díspar de apresentação e de comportamento. Foram Toiros, chegaram às pegas com a boca fechada e com vontade de investir. Deixaram-se tourear bem a maioria, sendo mais complicados e difíceis os quarto e quinto. De nota elevada e justificador de volta ao ganadero, o segundo. O novilho de V. Crujo foi codicioso, nobre e com mobilidade. Não foi pelos Toiros que não houve mais toureio, nem emoção, estes “destaparam” quem não tinha condições.
O triunfo maior da tarde foi para Francisco Palha, acompanhado do jovem Joaquim B. Paes. Palha apareceu mais maduro, confiante, com praça e em plano lidador. Muito bem a montar, deu um perfume do toureio real em vários momentos de ambas atuações. Procurou cravar de alto a baixo e não se deslumbrou em adornos e remates falaciosos. Esteve em plano lidador no seu segundo, não fosse um ou outro encontrão e teria sido de perfeição a sua segunda atuação. Com um toiro difícil, que media e provava, havia que cuidar e entender. Francisco conseguiu-o, com facilidade e sentido de lide. Triunfo maior.
Joaquim B. Paes lidou no final um novilho. Deveria tê-lo feito em quarto lugar. Não se deixa um miúdo que toureará apenas uma rês, que se quer mostrar, que está como “extra” e representa o futuro, para atuar passadas três horas, com um publico já cansado e que mais dificilmente acarinha e valoriza o jovem praticante. Mas não se intimidou, entendeu perfeitamente o bom novilho que lhe tocou e fechou a tarde em grande plano, numa atuação ligada, mandona, e a saber ligar a arena com o publico. Tem praça e é toureiro este B. Paes. Bom êxito.
Nas pegas uma tarde de exigência. Os Vinhas chegaram com faculdades, tinham idade e empregaram-se. Não perdoaram erros crassos, sobretudo dos forcados de cara. Por aí se justificam as muitas tentativas. Duas boas execuções das sete, valeram as pegas da tarde. Rui Pelado (exímio) por S. Manços e Ricardo Castilho (determinado) por Beja, ambos á primeira. Um apreço para o estoicísmo de Miguel Sampaio (Beja) e Ventura Doroteia (Cascais), ao nunca virarem cara nas muitas tentativas duras que fizeram até à consumação, mesmo que não tenham estado sempre bem. Tiveram por diante os mais complicados da tarde (sobretudo Ventura) e foram valentes até ao limite. Ambos à quarta. Manuel Vieira por S.Manços à 2ª, Joao Rosmaninho à 1ª por S. Manços (num misto) e Marco Baião à 3ª por Cascais, completaram a tarde de pegas.
O Sr. Agostinho Borges, coadjuvado pelo Dr. Carlos Santana, dirigiu com diligência. Esteve acertado ao não deixar Cartagena dar volta no seu segundo, nem M. Serrano no seu segundo. Também não a deveria ter dado no seu primeiro. Podia ter chamado o ganadero no segundo.
Sim! Houve mais dois artistas a cavalo, Andy Cartagena e Mónica Serrano. Mas sem história que mereça ser contada nesta tarde…dizer apenas que os seus postos no cartel se fossem dados a muitos outros que por aí andam, com condições para o integrar, provavelmente teriam beneficiado, em muito, o espetáculo.
Abrilhantaram a Banda da Capricho Bejense e a ferragem e embolação de Bruno Lopes.