A Tradicional corrida de Agosto em Beja voltou a ser no dia 10! Oxalá agora não se desvie…porque é pelo S. Lourenço, porque é assim, porque é e ponto!
Foi bonita a festa em que se assinalaram os 25 e 30 anos passados sobre as alternativas de Tito Semedo e Luis Cruz, concedidas naquela praça. Perpetuaram-se as efemérides no páteo de serviço da Centenária Varela Crujo. Muita história da tauromaquia está já perpetuada naquelas paredes! Seria bonito torná-la mais visível ao público em geral…Beja e o Baixo Alentejo já mereciam um museu taurino!
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Exemplares compostos de carnes em ambas divisas. Sairam para as lides a duo os de Antonio Semedo e para as individuais os de Mata-o-Demo. Cumpriram na generalidade, com mobilidade, codiciosos e a transmitir alguma emoção quando convidados a ter primazia nas sortes. Excepção feita ao segundo da ordem que foi manso de solenidade.
Nas lides a duo, a de Moura e Salgueiro da Costa foi diligente e asseada. A de Semedo e Bastinhas foi o fecho com chave de ouro numa noite muito agradável. Actuação movimentada, ligada, com os ginetes a saberem posicionar-se e a aproveitarem bem os ressaltos empolgando o público e a sí mesmos. Na larga maioria das ocasiões as lides a duo pouco prendem o público se não existir harmonia (difícil de obter porque, geralmente, não existe treino conjunto dos cavaleiros). Mas esta prendeu e bem… foi o êxito mais popular da noite e de triunfo. Foi bonita!!
João Moura teve por diante um toiro reservado que pedia mais brega na preparação dos ferros. Tentou-o o de Monforte mas teve de recorrer à quadrilha para as colocações e depois desenhar a cravagem dos ferros. A maioria a papel químico, em sortes frontais e reuniões justas. Diligente.
Tito Semedo entre a poderosa sorte de gaiola a receber e o violino com que rematou o mais manso e complicado da noite assinou uma lide de muito ofício e seriedade profissional. Assinalou as suas bodas de prata de profissional na verdadeira acepção do termo. Foi preciso suar, entrar no toiro, uma e outra vez arriscar para o tirar de tábuas e deixar a ferragem. Foi um esforço feito sozinho em sinal de pundonor e sem recurso a auxílios. Pena que o público actual não tenha capacidade para valorizar e premiar, justamente, tudo o que não seja exuberância. Foi uma grande Lide!
Marcos Bastinhas esteve fácil com um cómodo Mata-o-Demo. Pôde treinar a sério e compor actuação de contacto com as bancadas. Ligou-se ao toiro, cravou de forma variada e com facilidade. Nitidamente já em velocidade cruzeiro típica do mês de Agosto para os toureiros “placeados”. Esteve bem!
João Salgueiro da Costa está num registo mais maduro e consistente. Mais tranquilo dentro da praça e com um domínio das situações que empurra as lides, mais vezes, para o triunfo. Aconteceu em Beja. Soube entender um oponente que não sendo complicado tinha que se lhe dar a volta. Nunca o deixou ir para querenças e mandou na lide. Escolheu terrenos de forma acertada e viajou de frente, entrando no toiro, reunindo quase sempre em curto e cravando de alto a baixo, com poder. Ligado às bancadas teve também ele uma grande actuação… mais pela linha do que mandam os livros. Mais um de um naipe que este ano está (parece-nos) definitivamente a prender os aficionados. Boa!!
Nas pegas foi fácil a noite. É assim quando os toiros tem nobreza, vão pelo seu caminho e os forcados não complicam. Foi mais consistente a noite dos Amadores de Cascais porque ajudou com mais coesão! De resto houve boas e menos boas actuações dos caras de um e outro lado e no global resolveram a questão com limpeza.
Por Cascais, Luis Fernandes e João Galamba à 1ª e João Silva à 2ª. Por Beja Miguel Sampaio à 4ª, Nuno Vitória e Mauro lança à 1ª.
Dirigiu sem problemas Tiago Tavares com acessória do Dr. Matias Guilherme e embolação e ferragem de Bruno Lopes.