Com o início da temporada taurina a fervilhar, brotam por todo lado os tradicionais festivais taurinos. Santa Eulália é sinónimo disso mesmo, e, em boa hora, a Associação Humanitária desta bonita aldeia do concelho de Elvas levou a efeito o segundo espetáculo denominado “Memorial José Tello Barradas” saudoso taurino de “variopintas” vertentes natural desta localidade. Sem esquecer e, enaltecer, o carácter benéfico da receita, que iria reverter para a referida associação e suas respectivas obras de cariz social. A Tauromaquia sempre a marcar o cariz solidário.
Antes das cortesias foram homenageados e lembrados em singela homenagem no páteo de quadrilhas : os Forcados Amadores de Évora, no ano em que comemoram sessenta anos de existência, Marcos Bastinhas pelos seus quinze anos de alternativa, assim como seu saudoso Pai, pelos seus quarenta anos também de alternativa.
Fora da normal mescla de ganadarias muito em voga nestes festivais, quis a organização apostar num curro de novilhos toiros da ganadaria de Higino Soveral, dos campos de Coimbra vieram seis astados bem apresentados, díspares de cara, encastados, mas que de uma forma geral não apresentaram dificuldades aos artistas, todos terminaram a lide sem abrir a boca, de salientar o de melhor nota lidado por Marcos Bastinhas e o de pior, o lidado por Miguel Moura em quinto lugar, desta vez a máxima do “non ay quinto malo” não se cumpriu, infelizmente…
Um cartel composto por seis artistas de renome. Luís Rouxinol abriu as ostes com numa actuação por cima do seu oponente, com ganas de mais toiro, Rouxinol cravou bons ferros terminando com tradicional par de bandarilhas para rubricar uma lide positiva.
Marcos Bastinhas brindou como não podia deixar de ser á memória de seu Avô, Manuel Rui Azinhais Nabeiro, empresário sobejamente conhecido, desaparecido recentemente. Benemérito por natureza, Rui Nabeiro, apesar dos seus inúmeros afazeres era também presença assídua nas corridas da sua região onde actuavam os seus familiares, sem esquecer também os inúmeros apoios que sem complexos, dava aos espectáculos taurinos.
Marcos teve uma lide “á Bastinhas” efusiva e cheia de alegria e bons momentos, sem faltar o tradicional par de bandarilhas, foi sem dúvida a que mais chegou às bancadas.
Duarte Pinto lidou com a sua classe o toiro com mais idade da corrida.
Dos Açores, mais propriamente da ilha Terceira, veio João Pamplona, que sem chegar muito às bancadas soube aproveitar bem o astado que teve pela frente e cravar ferros de boa nota, uma actuação cheia de bons momentos.
Miguel Moura como já referi, não teve matéria prima para mostrar o seu bom Toureio, cheio de vontade, o cavaleiro de Monforte nada mais pode fazer que cravar a ferragem da ordem, uma lide que veio a mais na parte final, fruto da garra e vontade do jovem toureiro agradar ao público presente.
Rumo à alternativa, o praticante António Ribeiro Telles Filho, teve uma lide com altos e baixos fruto também das fracas qualidades do novilho , deixando bom aroma no entanto.
As pegas estiveram a cargo de dois valorosos grupos Alentejanos, Forcados Amadores de Évora e Forcados Académicos de Elvas.
Pelos primeiros, abriu a contenda Fábio Cabeçana ao terceiro intento depois foi a vez de Henrique Bruguete à segunda tentativa, fecharam a tarde os veteranos e históricos forcados do grupo Eborense Manuel Rovisco e Gonçalo Pires com uma pega de cernelha à segunda entrada.
Com maior eficácia os Forcados Académicos de Elvas tiveram como caras José Pedro ao primeiro intento, o experiente Paulo Barradas Maurício apenas à terceira tentativa, e Luís Carvalho que à primeira tentativa executou a pega da tarde.
Santa Eulália fica para a história e memória destes grupos e dos jovens forcados que neste festival se fardaram pela primeira vez, e foram vários. O futuro está assegurado.
Um festival que contou com uma grande entrada de público com as bancadas da centenária praça praticamente cheias. De referir que no mesmo dia e à mesma hora aconteciam outros importantes espectáculos taurinos também eles com casas praticamente cheias. Razões para se dizer que a Tauromaquia ao invés da vontade que dois ou três têm que acabe, existem milhares e milhares que querem que ela nunca termine e cada vez se perpétue mais.
No final foi anunciado o cartel para a tradicional corrida do feriado dez de Junho nesta tradicional praça, composto por : João Moura, João Moura Caetano e Marcos Bastinhas, para lidarem um curro de toiros da famosa ganadaria de São Martinho sendo as pegas a cargo dos Forcados de Portalegre, Arronches e Académicos de Elvas.