Omnipresente na Natureza, o toiro bravo foi sempre uma figura sagrada desde tempos imemoriais, e desde os primórdios da civilização presente em todas as culturas mediterrânicas e do Médio Oriente desde o Egipto, á Grécia, Pérsia e Europa. A sua comunhão com o homem, através dos ritos religiosos e celebrações festivas, resultou naquilo que hoje reconhecemos como tauromaquia.
Este é um legado que se confunde com a génese dos povos que celebram o toiro como elemento aglutinador, objecto de um culto constante, nem sempre pacifico porque também nem sempre o poder compreendeu as necessidades de expressão festiva que as populações corporizam nas corridas de toiros. É tão só uma questão de respeitar ritos e tradições, bem como a liberdade de as realizar.
Mas nós que deveríamos ser o supremo guardião do templo, descuidamo-nos e não respeitamos o legado que nos foi deixado, abrindo mão de toda uma panóplia de elementos culturais que nos conformam e dão identidade própria, no fundo desleixamo-nos e deixamos que nos formatem ao chamado politicamente correcto. Mas o que é isto!
Como bem o diz o escritor Jano Garcia na sua obra “El rebaño”, a própria sociedade ocidental se fragmenta por “nuestra propria estupidez”, isto é os próprios governos se submetem aos ditames das correntes de pensamento que nos impõe como pilares doutrinários, o feminismo, o apocalipse climático, o racismo, ou a pseudo igualdade, em contraponto á liberdade de expressão, que molda e manipula a seu belo prazer nas redes sociais.
Os valores que nos transmitiu a nossa civilização ocidental, na qual convergem e convivem toiros, natureza e homem, são pervertidos em função de uma lógica que serve os interesses de quem apenas está apostado em nos destruir.
Este ano que se aproxima pode ser, o ano de todos os desafios, saibamos estar á altura para os vencer, defendendo os valores da tauromaquia contra “os vendilhões do templo”, e contra essas ditas novas correntes que mais não são que novas formas de ditadura do pensamento que visam deformar a nossa realidade cultural.
Aproxima-se a passos largos 2022, com as eleições legislativas no horizonte próximo, concretamente a 30 de Janeiro, um tempo de escolhas, de saber em quem votar, em programas (a maior parte das vezes não cumpridos) e em pessoas (os deputados), e partidos que ou estão com a tauromaquia e com o mundo rural, ou não!
Saibamos escolher com critério, não indo atrás de demagogias baratas que nos querem impingir, muitas vezes a reboque de políticos e propagandas lesivas dos nossos interesses, que depois rapidamente se esquecem ao sabor de conluios e negociatas com aqueles partidos que destilam ódio contra tudo o que é do campo, ou taurino, e nos querem destruir.
Errar é humano, mas errar duas vezes é estupidez, sabemos quais são os partidos e os políticos que estão contra nós, e o expressam claramente nos seus programas eleitorais, mas cuidado com aqueles partidos chamados “do arco do poder”, que muitas vezes se vendem a troco de “um prato de lentilhas”, vulgo Orçamento do Estado.
Os programas do Bloco de Esquerda e do PAN são por demais expressivos, com toda a sua carga antitudo, anti-taurina e animalista, anti-mundo rural, anti-sociedade em que vivemos, tudo com uma só finalidade impor o pensamento único, o deles!
Com a vinda do novo ano, todos os aficionados terão os olhos postos no arranque da temporada taurina, começando por Mourão aguardando o remate do cartel do já tradicional festival, e seguindo-se Olivença com cartel já rematado com grandes figuras do toureio peninsular.
Um ar novo desponta no horizonte cultural, uma ilusão que se renova, e que torna a tauromaquia tão aliciante, vem ao nosso encontro e transporta-nos a esse mundo mágico e pleno de arte, tão oposto á “Borregada total” que os iluminados nos querem impor!
Saibamos ser dignos desta nobre arte.
Bom Ano, com muita afición!