Poderia eu ficar Calado, mas esse é apenas o meu nome, poderia eu manter-me no silêncio como tantos outros fazem com medo de represálias, como tantas vezes acontece nos bastidores da festa, mas não me vou calar porque amo demais a festa brava, amo de mais esta alma portuguesa.
Poderia eu manter-me calado e não falar do evento que se intitulara de Bullfest, mas sou da opinião que para se melhorar e evoluir, são necessárias críticas, desde que construtivas e cujo único objetivo seja o de melhorar algo.
Ora, este sábado anunciava-se um festival da cultura portuguesa, no entanto tudo aquilo que aconteceu pouco expressão teve.
Parti de Vila Viçosa, no Alentejo, com a expectativa de ver uma mega festa, contudo não passou de ilusão minha. Foi um dia monótono, sem algo que entretivesse as pessoas.
Na divulgação escrevia-se que era intenção deste evento abrir a festa brava a outros públicos (mas já não deveria estar?), pois durante um dia inteiro vi as pessoas de sempre, portanto é como um jogo de cartas, baralha-se, parte-se e volta-se a dar! As únicas pessoas novas ali eram as crianças que brincavam num insuflável que estava no exterior do Campo Pequeno.
O que faltou? Faltou mais divulgação, pois se houve publicidade nos meios de comunicação generalista, contudo e mais uma vez, esta foi muito pouca. Na imprensa da especialidade houve alguma, mas como a Protoiro não tem mostrado consideração por pessoas que 365 dias por ano promovem a festa, a imprensa da especialidade (pelo menos alguma), continua sem dar grande destaque à Protoiro e suas atividades de “promoção” da festa. Depois em termos de evento notou-se alguma falta de organização, apesar do staff andar muito atarefado.
Em redor da praça foram praticamente zero as iniciativas, não fossem as crianças no insuflável, uma banda musical e o mercado da fruta mesmo ao lado, era um sábado igual a tantos outros.
No interior do Campo Pequeno apenas destaco as demonstrações de toureio, o documentário da Torrinha e o fado, porque de resto… resumia-se a umas bancas pequeninas de venda de coisinhas e muito merchandising da marca Touradas.
O público apenas começou a chegar próximo da hora do festival.
Este evento precisava de um conjunto de atividades em volta da praça e no seu interior, algo parecido com a festa de campo que o ocorreu na Torrinha, lembram-se? Aqui poderia ser parecido mas com um ar mais urbano. Quiçá fosse mais interessante.
Não sei quanto tempo demorou a preparar este evento, certamente algum, mas da maneira que foi executado, e muita gente o comentava, parece que foi feito em cima do joelho e direcionado para vender merchandising e fazer fliers e bandeirolas da marca touradas!
Certamente há pessoas já a pensar, que quem vos escreve é mais um que só sabe dizer mal ou porque não lhe foi disponibilizado o acesso ao local devido para fotografar o festival taurino, mas não, quem me conhece sabe, que apenas defendo uma coisa! A minha querida FESTA BRAVA e apenas quero que tudo o que a envolve corra bem, mas também exijo que a tratem bem, a minha querida FESTA BRAVA, porque não se podem fazer as coisas só para se mostrar trabalho, assim não!
E acreditem, que cá estarei sempre para dizer quando não concordo ou para criticar construtivamente!