A Praça de Touros do Campo Pequeno encerrou ontem o seu abono tauromáquico com a Corrida de Gala à Antiga Portuguesa.
Antes da corrida, destaque para o desfile evocativo das touradas reais.
Na lide de touros Passanha, estiveram em praça os cavaleiros, António Telles, Rui Salvador, Rui Fernandes, Francisco Palha, Marcelo Mendes e Miguel Moura. As pegas estiveram a cargo dos Forcados Amadores de Lisboa e Aposento do Barrete Verde de Alcochete.
António Ribeiro Telles, quiçá motivado pelo recente triunfo em Vila Franca de Xira, apresentou-se em Lisboa a transbordar confiança e toureio. Lide correcta perante um oponente que se deixou lidar e permitiu ao cavaleiro da Torrinha mostrar dotes de excelente lidador e com cravagens de boa nota. Um clássico que demonstra estar para durar em termos qualitativos. Olé Telles!
Rui Salvador desenvolveu uma lide regular onde se destaca o labor do cavaleiro e dois ferros de boa nota. Num dos ferros, o membro anterior do cavalo ficou preso no piton do touro, sem danos de maior.
Rui Fernandes abriu a sua actuação com a cravagem do primeiro comprido em sorte de gaiola, embora não tenha quebrado o ferro, seguindo-se um segundo comprido com toque na montada. Nos curtos esteve muito melhor. A brega que antecede o primeiro ferro curto é de grande qualidade e a reunião é correcta. O segundo voltou a ser de boa nota e Fernandes partiu, definitivamente, para uma lide de enorme qualidade, com brega vistosa, ferros de enorme qualidade e a rematar bem as sortes. Grande actuação de Rui Fernandes.
Francisco Palha abriu a sua lide com dois bons ferros compridos. No primeiro curto pecou nas distâncias e sofreu forte toque na montada, recuperou no segundo curto, com execução de grande qualidade. No terceiro manteve a nota alta, sendo que no quarto falhou por três vezes a cravagem sofrendo dois fortes toques na montada além de mais uma passagem em falso, cravando à quarta e com novo toque na montada. Lide irregular e longe do que fez ao longo da temporada.
Marcelo Mendes galvanizou o público com uma lide de fácil chegada às bancadas e na qual há a destacar uma boa brega, bem a escolher terrenos, mas pecando aqui e ali na cravagem. Contudo, o segundo ferro curto é de elevada qualidade e o quinto, de igual valor. Actuação de raça e valor de Mendes, a pedir mais oportunidades. Terminou a lide com um desplante que lhe valeu mais um toque na montada. Podia ter evitado…
Miguel Moura fechou a noite com uma lide onde se vislumbrou momentos de puro toureio. Falhou o primeiro cumprido e cravou um segundo num plano regular. Nos curtos começou um um ferro de altíssima qualidade e emoção. O segundo manteva a bitola e fez a banda tocar. A partir daqui, Miguel arriscou e conseguiu uma lide de grande qualidade em que nem pequenas falhas acabam por manchar. Uma lide com marca da casa Moura, quer na brega quer no tremendismo não abdicando do clássico nas sortes.
Pelos Amadores de Lisboa pegaram Martim Cosme Lopes (primeira tentativa), Vítor Epifanio (primeira tentativa) e João Varanda (segunda tentativa).
Pelos Amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete pegaram Diogo Amaro (primeira tentativa), João Armando (à terceira tentativa) e Marcelo Loia ( primeira tentativa).