
Casa cheia na terceira corrida de toiros da temporada no Campo Pequeno. João Moura indiscutível maestro do toureio a cavalo mundial apresentou-se na primeira praça do país numa das suas raras aparições, a segunda desta temporada. Uma lide com alguns altos e baixos, umas vezes pela falta da investida do toiro outras culpa do cavaleiro; houve no entanto momentos em que pudemos ver o verdadeiro toureio do maestro de Monforte, alguns na brega e fundamentalmente no último ferro curto que cravou sendo bastante aplaudido.
A primeira pega da noite foi executada sem problemas à primeira tentativa por Nuno Inácio do Aposento da Moita. Os dois artistas foram premiados com volta.
De Espanha veio outro maestro do toureio a cavalo, mais propriamente do rejoneio Pablo Hermoso de Mendonza. Pablo lidou um toiro ao qual faltava casta e consequentemente emoção, uma lide mais valorizada pelo público no que respeita aos adornos e à brega do que pela qualidade dos ferros que cravou; ficou a faltar pelo menos: "aquele" ferro que Moura cravou. Não comprometeu o de Navarra, mas pela expectativa que levanta o sabor deveria ter sido bem mais intenso.
A segunda pega da noite foi executada à primeira tentativa por Ricardo Almeida dos forcados amadores de Portalegre. Volta para cavaleiro e forcado.
Saiu com pata o toiro mais pesado da corrida lidado em terceiro lugar por Marcos Tenório; mas depressa esgotou a impetuosidade com que saiu; a partir do segundo comprido começou a fechar-se em tábuas revelando-se um manso perdido ao qual o cavaleiro de Elvas cravou a ferragem da ordem com redobrado trabalho e diminuído brilhantismo.
José Henriquesfechou-se com galhardia à segunda tentativa pelos do Aposento da Moita. Agradeceram nos médios os dois artistas.
João Mourabrindou ao público a sua segunda lide; uma grande atuação do maestro de Monforte onde pisou terrenos de compromisso, exemplar na brega, citou em curto e cravou ferros de boa nota, uma lide que se prolongou com o público a pedir mais; deu volta debaixo de fortes aplausos junto do forcado alentejano Alexandre Lopes que executou uma grande pega à primeira tentativa.
Esteve carinhoso o público com o rejoneador de Navarra; uma lide extensa a um toiro que pouco se empregou e que se ficava depois de cravados os ferros; acedeu a mais um ferro pedido pelo respeitável e cravou três de palmo sem toiro; inexplicavelmente pedia-se mais…valeu para a pega o quinto da noite; arrancou-se de largo e com vontade para Francisco Baltazar do Aposento da Moita que executou uma grande pega à primeira tentativa. Sob grandes aplausos deram volta ambos os artistas.
Dois grandes ferros compridos cravou Marcos Tenório no que encerrou praça, investia de largo e era voluntarioso o que permitiu ao cavaleiro Elvense brilhar na primeira parte da lide.
Infelizmente pouco mais há a dizer do resto da sua atuação sem ser os dois pares de bandarilhas a finalizar. Numa corrida de grandes pegas António Cary fechou com chave de ouro à primeira tentativa uma noite em pleno para o grupo de Portalegre. A falta de casta foi a característica mais acentuada no curro de toiros da Ganadaria de Varela Crujo que acabaram por tirar brilhantismo à corrida.
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