Quarta-feira, Outubro 4, 2023
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Campo Pequeno: Noite de muitas emoções e peripécias mas um só nome… Jacobo Botero!

A Monumental Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, voltou a ser palco de mais uma corrida de touros, a segunda da sua temporada. Um espetáculo que na nossa opinião teve três protagonistas, Jacobo Botero, que tomou a sua alternativa, a empresa do Campo Pequeno, por ter conseguido mais uma boa entrada de público e o Diretor de Corrida, por algumas decisões que tomou.

Como referi, um dos protagonistas da noite foi a empresa do Campo Pequeno, que pela segunda vez consecutiva conseguiu esgotar a praça. Dois carteis fortes para o inicio da época podem ser a alavanca para temporada que aí vem e não só a lisboeta, uma aposta ganha.

Outro dos protagonistas foi o Sr. Pedro Reinardth, diretor de corrida, que em certos momentos fez cumprir o regulamento sem qualquer tipo de tolerância e noutros teve critérios existentes demais, para uma noite de casa esgotada em que o bom senso deveria imperar. É certo que o Diretor é a autoridade máxima, mas em qualquer parte do mundo o publico que paga o bilhete é quem manda e há muito que não se ouvia uma bronca tão grande e tanta unanimidade como na passada quinta-feira.

Mas o grande protagonista da noite foi sem dúvida o jovem Jacobo Botero Nieto, que veio da Colômbia para Portugal atrás de um sonho que esta quinta-feira tornou realidade e era bem visível a sua felicidade.

Depois de receber a alternativa das mãos do seu mestre Rui Fernandes, Jacobo realizou uma lide de grande nível! Começou com uma emotiva sorte gaiola, que levantou logo o público dos seus lugares. Depois sucederem-se bons momentos de toureio que empolgaram o público, com Botero a entrar pelo touro dentro, a rematar muito bem as sortes com piruetas na cara do seu oponente. Uma lide não só emotiva para o público, como também para o jovem toureiro, que ao longo da sua atuação tentou evitar as lágrimas, mas o turbilhão de emoções foi mais forte e as lágrimas de alegria acabaram mesmo por cair. No final foi premiado com duas voltas ao ruedo.

No seu segundo touro, voltou a mostrar que é toureiro e que num futuro próximo poderá ser uma das grandes figuras do toureio. Uma lide muito bem desenhada, com o toureiro a preparar, executar e a rematar muito bem as sortes e que fizeram soar novamente fortes aplausos do respeitável público, terminando em apoteose com um bom ferro de violino.

Rui Fernandes não quis ficar por baixo do seu pupilo, realizando também uma lide alto nível, com o cavaleiro a eleger bem os terrenos, deixando bons ferros em sortes frontais e muito bem rematados. Uma lide alegre e que facilmente chegou ao público. O seu segundo touro, ao qual cravou três compridos, tinha notória falta de força tendo caído por várias vezes, o que fez com que o Diretor de Corrida o tenha decidido devolver aos currais.

Diego Ventura regressou ao seu país natal para participar na primeira das duas corridas que anunciou fazer em Portugal e não começou da melhor maneira, pois na primeira lide viu o seu touro ser devolvido aos currais, por ter caído por várias vezes. Decisão que também causou alguma polémica pois já tinha sido cravado um ferro. Na segunda lide, Ventura teve pela frente também um touro justo de força e que dificultou um pouco o labor do rejoenador luso-espanhol. Ainda assim Diego deu a volta ao seu oponente, deixando bons ferros em sortes frontais com ligeiras batidas. Uma lide que na nossa opinião e na opinião da generalidade do publico merecia música, mas assim não entendeu o Diretor de Corrida.

Depois de dois touros recolhidos aos currais, de muitos assobios e algumas conversações, a empresa do Campo Pequeno decidiu oferecer o sobrero para que Fernandes e Ventura toureassem a duo. Mas atenção uma decisão a que a empresa não era obrigada, pois já tinham sido cravados ferros em ambos os touros.

Há males que veem por bem, e este foi um deles, pois a lide a duo resultou da melhor forma. Uma lide variada, em que se viram grandes ferros que fizeram levantar os aficionados dos seus lugares. Uma lide onde a sintonia entre os dois toureiros se aliou à competição saudável que necessitamos nas nossas praças, resultou num final de noite apoteótico.

No que diz respeito ás pegas, a noite não teve complicações de maior. Pelos Amadores de Alcochete foram caras Vasco Pinto à primeira e Fernando Quintela, á primeira. Pelo Aposento da Chamusca foram solistas Francisco Souto Barreiros, á segunda e Francisco Montoya, á primeira. A pega ao touro que foi lidado a duo foi consomada por elementos dos toiros grupos, tendo ido para a cara Joaquim Quintela, que consomou à segunda.

Os touros de António Charrua, saíram à arena bem apresentados, justos de forças e dando bom jogo na generalidade.

O espetáculo foi dirigido pelo Sr. Pedro Reinardth assessorado pelo Dr. Carlos Santos, numa noite que, como já referimos, contou com lotação esgotada.

 

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