Campo Pequeno 122 anos de história da primeira praça do País.
Um triunfo indiscutível de Rui Fernandes nos dois toiros que lidou; com uma segurança e maestria que impressionam. No seu primeiro toiro, que brindou ao público, teve uma lide com emoção com ferros de cortar a respiração num toiro que pedia contas com investidas francas; cites em curto em terrenos de compromisso, com ferros a entrar pelo toiro cravados ao estribo, uma actuação que aqueceu as bancadas.
Lidou o segundo de forma primorosa, logo na brega fez soltar os aplausos, e cravou ferros de excelente nota rematados com piruetas, exigiu mais o público, troca de montada e crava um extraordinário par de bandarilhas em terrenos apertados que colocou a praça em pé, apeou-se para receber os maiores aplausos da noite, assim como um grande triunfo.
O Maestro João Moura abriu praça perante um toiro complicado, com alguns altos e baixos lá cumpriu com a ferragem da ordem; quando se preparava para dar volta com o forcado, Tiago Tavares que dirigia a corrida fazendo cumprir o novo regulamento, indicou que apenas havia volta para o forcado; um discernimento que quanto a nós deveria ser da parte do artista e do público; agora é o lenço branco que manda. Uma responsabilidade acrescida nas mãos dos directores; que seja bem vinda se trouxer a exigência com ela.
Brindou a Diego Ventura a sua segunda lide, andou em melhor plano que na primeira, dando um cheirinho do toureio que sempre nos habituou, agora sim deu volta de agradecimento.
Francisco Palha não teve nos seus dias nesta sua passagem pela arena Lisboeta, passaram dois anos do grande triunfo que aqui obteve, mas nesta noite a coisa foi diferente, a pouca docilidade dos dois astados que lhe calharam em sorte não trouxeram facilidades a Palha que entre as duas lides apenas deixou parcos pormenores; não deu volta em nenhuma delas.
Os toiros da ganadaria de Manuel Veiga cumpriram apresentação e salvo o saído em primeiro lugar, deram bom jogo, a maioria deles com investidas bastante francas tanto para cavaleiros como forcados.
Concurso de pegas com três grupos de forcados em praça onde assistimos a grandes pegas, pelo Aposento do Barrete Verde de Alcochete pegou Bruno Amáro á primeira tentativa e Marcelo Lóia que debutava como Cabo da formação de Alcochete que pegou á segunda tentativa. Duas grandes pegas pelos forcados de São Manços, Nuno Leão á primeira tentativa e João Fortunato com braços de ferro á segunda. O prémio em disputa foi entregue á última pega da noite executada á terceira tentativa por Ricardo Castilho dos forcados de Beja, tendo Guilherme Santos executado a outra pega da formação Alentejana á primeira tentativa.