Foi ao som do pasodoble "Arte e emoção" entoado pela banda do Samouco, que os maestros efetuaram as cortesias; numa noite quente; e com uma grande entrada de púbico; três quartos fortes. João Moura abriu a noite demonstrando que ainda tem uma palavra a dizer; andou correto e lidou com saber um toiro que não complicou e se deixou lidar;
João Fortunato dos Amadores de São Manços pegou à segunda tentativa, aguentando fortes derrotes; volta para cavaleiro e forcado.
António Telles lidou com sentimento o segundo da noite; apesar de os dois compridos que cravou, não terem tido a colocação mais ortodoxa; remontou depois uma lide sem momentos mortos onde expressou da melhor forma o seu toureio clássico; indo de frente e com verdade cravando ferros de grande nota. Agradou ao respeitável que lhe exigiu mais um ferro que resultou em grande.
Xavier Cortegano do real grupo de forcados de Moura pegou à segunda tentativa o segundo da noite. Os dois artistas deram volta de agradecimento.
O terceiro Maestro da noite era Luís Rouxinol; tocou-lhe em sorte um manso encastado que apenas investia pela certa imprimindo fortes mangadas; Rouxinol deu-lhe a lide adequada, fortes aplausos logo no primeiro curto cravado em sorte sesgada; mais quatro curtos de grande nota com toiro a apertar no momento da reunião. Terminou com um ferro de palmo, aquela que foi a lide mais aplaudida da primeira parte.
João Neves dos forcados amadores da Chamusca brindou a sua pega aos forcados de São Manços no ano em que comemoram cinquenta anos de história, pegou à segunda tentativa. Rouxinol e João Neves foram premiados com volta.
O quarto da noite foi um toiro sério que saiu com pata; João Moura dobrou-se com ele e adornou-lhe as investidas; deu ares na brega, cravou ferros de alta nota rematados superiormente; sempre com toiro a apertar. Rematou com dois de palmo a pedido do público.
O consagrado e veterano Pedro Fonseca, dos amadores de São Manços executou a pega da noite cumprindo as mais exigentes regras da arte de pegar toiros, uma noite em cheio para um grande forcado que leva mais de cem toiros pegados. Rematou a sorte Paulo Gomes rabejando de forma perfeita com toiro a apertar e debaixo de fortíssimos aplausos. Volta para forcado e cavaleiro.
O quinto da noite foi o toiro mais pesado da corrida; tinha seiscentos e quinze quilos; e não ofereceu qualquer tipo de facilidades ao maestro da Torrinha; pisou-lhe os terrenos e cravou ferros de boa nota, com o terceiro curto a ser o ferro da corrida; ganhou-lhe a "pelea" e rubricou uma grande atuação. O quinto da noite mostrou também a sua dureza no momento da pega.
João Cabrita saiu lesionado depois de uma primeira tentativa;
Valter Rico cabo dos forcados de Moura dobrou o companheiro com uma rija pega ao primeiro intento.
Apesar do público pedir volta para o forcado e esta lhe ter sido concedida pelo diretor; António Telles deu volta sozinho.
Chamava-se "Azeitono" o último da noite, e coube em sorte a Luís Rouxinol que brindou a sua lide a D. Francisco de Mascarenhas e ao ganadeiro Mário Vinhas, mais um manso encastado que pregava fortes mangadas, andou irregular nos compridos mas deu-lhe a volta com "Ulisses" (ferro Mário Vinhas) deixou ferros de boa nota numa lide a ir sempre a mais, terminou com o tradicional par de bandarilhas com o público a pedir efusivamente mais, ao que o cavaleiro de Pegões acedeu cravando um ferro de palmo terminando a atuação debaixo de fortes aplausos.
Luís Isidro dos amadores da Chamusca executou a última pega da noite à terceira tentativa.
Bem apresentados os toiros da ganadaria São Marcos que, sem serem bravos, deram emoção ao espetáculo.
Uma corrida denominada "confronto de maestros" que teve: Arte, emoção e competição.