Sábado, Dezembro 7, 2024
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Chega de pasmaceira… Vamos actuar

Pensei escrever uma carta aberta ao Presidente da Câmara de Lisboa, mas não vale a pena dar-lhe mais valor que o que realmente tem. Tinha de si a ideia de ser uma pessoa cordata, respeitadora dos outros, de defensor das liberdades de gosto dos seus semelhantes. Encontrei-o como Presidente da Câmara lisboeta e meu colega na altura, e pensei que se mantinham os pressupostos que eu conhecia. Afinal foi uma desilusão, a sua democracia e a sua abertura ao pluralismo de opinião ficou-se por aí. A sua vontade de agradar ao PAN e ao Bloco de Esquerda na autarquia, ditou a sua subordinação aos mesmos. Que grande lição de democracia… prevaleceu a sua ditadura de gosto ao determinar que retirassem a sinalização relativa á realidade taurina da Praça de Toiros do Campo Pequeno.

Então o senhor que representa a edilidade e a população de Lisboa, da Capital deste País que é de todos os portugueses, permite-se o inconcebível dislate de discriminar alguns, apenas e só porque gostam de toiros? Esqueceu que as tradições são a essência de um povo, que sem elas perde a sua cultura e a sua identidade, e não tem futuro?

Preocupa-se muito em afirmar a sua oposição a tudo o que é taurino e ser politicamente correcto só paraagradar a quem faz muito barulho.

Quer que as pessoas não saibam, quer banalizar e tirar importância a um palco que acrescenta valor cultural a Lisboa. Mas olha para o lado quando vê/vemos a porcaria, o lixo que grassa pelas artérias da mesma urbe, a invasão descontrolada de um turismo que deixa receitas sem dúvida, mas que por ser desregrado acarreta problemas ambientais e é um mau cartão-de-visita para quem nos visita.

Recentemente tive a honra de moderar um colóquio promovido pela Tertúlia Festa Brava, na Azambuja, com uma boa participação e com um “naipe” de aficionados e figuras públicas conhecedoras da Tauromaquia. No mesmo foram focados temas candentes, como a situação da praça de toiros da Póvoa de Varzim e as prepotências em relação a esta do Presidente da Câmara local; a posição do autarca de Lisboa com tiques de autoritarismo e má vontade para com a Tauromaquia por via da já citada carta de desobrigação á Casa Pia, de cumprir o estipulado no contrato actual e o caricato episódio da retirada da sinalética taurina.

Será que estes fulanos se esqueceram que estão de passagem nos cargos que ocupam, e que no futuro lhes pedirão contas do que fizeram? Finalmente com a participação dos presentes discutiu-se o futuro da Tauromaquia, ficandoa certeza de que é preciso actuarmos com estratégia e firmeza para defender esta forma cultural ligada aos toiros, e que nos une.

Não entendo esta guerra de guerrilhas, em que nos digladiamos entre nós que gostamos de toiros, esta luta fratricida entre fotógrafos/jornalistas/cavaleiros devido ao já longínquo caso de Coruche, quando deveríamos estar unidos contra o inimigo externo que nos quer aniquilar a qualquer preço e sem olhar a meios. E que dizer do que se passou naquela corrida do Campo Pequeno e daquele mau exemplo, do que não deveria ter passado entre aquele grupo de forcados e aquele director de corrida. Onde parou o bom senso, face a uma corrida bem apresentada e com bravos toiros de uma prestigiada ganadaria que não merecia aquele triste episódio. Não sei quem tinha razão, mas os poucos manifestantes anti-taurinos que estavam frente á praça na sua arenga de insultos contra nós, inebriados no seu fundamentalismo primário,terão inchado de satisfação e cantado vitória devido á nossa falta de coerência e á nossa desunião.

Não quero pensar que entre nós somos assim tão maus, quero acreditar que conseguiremos superar aquilo que porventura nos separa, e juntos apontar caminhos de futuro para esta arte que amamos. Há já algum tempo propus informalmente a alguém que estava á frente de uma organização que nos representa, que era imperioso deixar de reagir defensivamente face aos ataques de que somos alvo e que deveríamos passar á acção contra o inimigo comum, sugeri a realização de uma reunião magna que congregasse todos os aficionados, cavaleiros,toureiros, organizações taurinas e outros agentes da Festa, no Campo Pequeno pelo simbolismo que representa e para mostrarmos a nossa união e a nossa força. Hoje reitero a proposta, e proponho uma grande concentração no mesmo local antes das próximas eleições legislativas, de todos aqueles que sentem, vivem e amam a Festa de Toiros.

Há uma realidade que tem algo de caricato, enquanto nos digladiamos cá dentro, lá fora pelas arenas de Espanha e França os nossos Ganadeiros, Cavaleiros e Forcados triunfam e deixam bem alto o pavilhão da nossa Tauromaquia. Sabemos que actualmente o perigo é real, há Partidos fundamentalistas que não hesitarão em legislar e assim com uma feição legal, fazer tudo para aniquilar a nossa forma cultural de entender e defender a Tauromaquia, outros partidos há que são politicamente correctos “ que não são carne nem peixe!”, que vivem ao sabor das modas importadas e que não são menos perigosos. Este tempo não se repete, deixemos de lado a pasmaceira que nos tolhe e saibamos ser dignos do momento que atravessamos, dando a cara por aquilo em que acreditamos: a Cultura Tauromáquica vivida em liberdade!

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