Trago-vos hoje, mais alguns dos principais Lances de Capote e apresentação da Muleta
Temos vindo a falar de lances de capote mas ainda nada dissemos acerca do instrumento em si: o Capote
O capote assim se chama por, efectivamente, ter o feitio de um capote com gola e tudo tem duas versões: o de passeio e o de toureio.
O de passeio é bordado e apenas se destina às cortesias, já o de toureio, segundo algumas fontes, trata-se de uma peça feita de um tecido grosso com duas cores, uma pela frente – cor de salmão ou vermelho e outra por trás – amarelo, se bem que já se vejam outras cores, nomeadamente azul, mas o que é mais comum é a primeira combinação, ou seja: salmão e amarelo. Este artefacto pesa aproximadamente cinco quilos e tem mais ou menos um metro e meio, segundo o ”site” Touradas, uma das fontes consultadas.
Um conjunto de lances de capote, lancear ou quite, de um modo geral é rematado com uma meia verónica:
ou por uma revolera,
É uma pena não termos os lances em movimento, mas não encontrei.
Outro dos lances muito vistos são os Delatales, uma sorte arriscada onde o toureiro agarra o capote com ambas as mãos, fazendo o toiro passar junto à sua cintura.
Através do link abaixo, pode-se ver uma faena magistral de José Tomáz com um quite por delantales, rematado com uma revolera.
No video seguinte, podemos apreciar outro dos lances “para homens de barba rija”, uma larga afarolada de joelhos em terra à porta gaiola, isto é: à saída dos curros.
Para além dos perigos eminentes à lide de um toiro bravo, este tem um perigo acrescido, dado o animal vir de um sítio onde se encontrava seguro e num ambiente escuro e de repente abrir-se uma porta, entrar luz e ver um vulto instalado na arena num espaço que ele não conhece; então avança para colher e é a habilidade do toureiro ao fazer rodar o capote por cima da cabeça que lhe dá tempo para se pôr de pé.
Agora que já falamos dos lances mais vistos com o capote vamos falar da muleta.
Hoje apresento-lhes o artefacto em si e a partir do próximo artigo falaremos dos passes.
Aqui trata-se de uma ilustração do tratado de tauromaquia de Pepe Hillo de 1796, com o artista a tourear ao natural, segurando a muleta pelo estaquilhador e a ajuda na mão direita ao longo do corpo. A ajuda é uma espada simulada por ser mais leve que uma espada verdadeira e serve para armar a mutela. Quando se toureia pela esquerda, ao natural, o toureiro apenas agarra no estaquilhador tendo a “espada” na mão direita tal como se vê na gravura.
A muleta é feita de lã ou flanela vermelha.
Segundo alguns autores, diz-se que se toureia ao natural quando se toureia pela esquerda porque esse seria o modo natural de se ter a capa na mão esquerda para se emboscar ou defender do adversário e a espada na direita para se defender ou atacar.
Despeço-me com mais uma foto com um toureiro com a muleta armada para tourear pela direita.
Fiquem bem, saudações taurinas e até daqui a quinze dias.