Sexta-feira, Setembro 13, 2024
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Coruche: E quando há touro… há espetáculo

A Praça de Touros de Coruche recebeu este domingo uma corrida de touros à portuguesa por ocasião da Feira de São Miguel. Podemos dizer que registou um casão, comparando a entrada de público com corridas homólogas, pois registou-se cerca de 3/4 de casa, isto quando estamos a falar de uma praça que leva quase seis mil pessoas.

E agora pergunte-se, mas com um cartel “normal” o que pode ter levado tanto público a Coruche? Pois na minha modesta opinião foram os touros! Pois anunciavam-se seis touros Palha e penso que aí residia toda a expetativa.

E começo por falar nos seis Palhas, quatro deles de ovação garantida, pois deram tudo o que era preciso para uma boa corrida de touros. Arrancavam de todo o lado, tinha mobilidade e empregavam-se na lide como se não houvesse amanhã. O quarto foi um pouco mais reservado, a mansear, mas ainda assim sempre que lhe eram pisados os terrenos atacava proporcionando momentos de emoção. O quinto foi o mais mansote, pois andou sempre à procura de um buraco para fugir, mas também posso afirmar que com maior ligação por parte do toureiro a história teria sido outra. Em suma um curro a fazer sentido ao nome da nossa “Festa Brava”.

No que concerne ao toureio a cavalo, devo dizer que tivemos seis toureiros valentes! Com mais ou menos limitações, todos eles se arrimaram perante os Palhas.

Gilberto Filipe realizou uma lide regular. Entendeu o touro que tinha pela frente, deu-lhe as devidas distâncias e fez assim resultar uma lide acertada.

Também Brito Paes esteve em bom plano, realizando uma lide correta e sempre com o cuidado de fazer as coisas bem, alias como é seu apanágio. Não complicou perante um touro que também pedia contas e partia sempre para a sorte com uma seriedade de meter respeito.

Seguiu-se Francisco Palha, um dos triunfadores da tarde. Aproveitou da melhor forma o touro que tinha pela frente. Cravou ferros de praça a praça e que fizeram o público levantar da bancada. Sortes frontais e ferros cravados de alto a baixo marcaram a tónica de uma lide se alto nível.

A fasquia continuou elevada com Miguel Moura, que teve pela frente um touro algo mais reservado e que pedia que lhe ousassem os terrenos e assim fez Miguel Moura. Houve bons ferros, com uma ligeira batida ao píton contrário e principalmente quando o ginete entrava pelo touro dentro, ou seja, o touro pedia para resolver equações matemáticas e Miguel Moura nem precisou da calculadora.

Parreirita Cigano, encontrou algumas dificuldades esta tarde em Coruche, pois tocou-lhe em sorte o touro que mais mansou. Sentiu também algumas dificuldades com as suas montadas e resultou assim numa lide algo desacertada.

Fechou a tarde Rouxinol Jr, a quem calhou o touro que ultrapassava os 600 quilos e não se intimidou. Mexeu com o touro, deu-lhe as distâncias certas e assim cravou bons ferros em sortes frontais. No final foi-lhe atribuído o troféu para melhor lide.

No que diz respeito às pegas a tarde foi dura, pois os touros partiam para o forcado com pata, o que por vezes foi difícil de aguentar.

Pelos Amadores de Coruche foram cara: João Ferreira, à primeira, Rui Godinho “Peitaça”, à segunda e António Macedo Tomás, à primeira.

Já pelos Amadores da Chamusca pegaram Hélder Delgado, à segunda, Mário Ferreira, à segunda e Luis Isidro, á terceira.

O espetáculo foi dirigido corretamente por Lourenço Luzio, numa tarde em que se homenageou o forcado Rui Godinho “Peitaça”, que fez a sua despedida das arenas.

Assim, foi uma corrida de touros que resultou muito bem, premiando assim a dupla de empresários que decidiu arriscar na praça de touros da sua terra e até ao momento está a ganhar forte!

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