Portugal enfrenta a situação económica e social mais crítica da sua história económica recente desde o início da crise global em 2008, perdeu-se um em cada sete empregos, segundo estatísticas da OCDE a emigração portuguesa está “entre as 80 mil e as 100 mil saídas por ano, desde 2010”.
A festa de toiros, também não é alheia á crise económica que se vive, um espetáculo caro, em que o preço final do bilhete por vezes não é o mais apetecível e afasta gente das bilheteiras, pois como se sabe é o um espetáculo que sobrevive por eIe próprio, sem subsídios e com um único sustento, o Púbico.
Nas mais diversas categorias profissionais taurinas, nota-se um fIuxo migratório também, sejam Cavaleiros ou bandarilheiros que centram as suas temporadas nos Estados Unidos e em Espanha, bem como de bandarilheiros que procuram outras Iatitudes sem festa de toiros como casos recentes noticiados.
O Toureio.pt pretendeu ouvir, e dar a conhecer os motivos desta imigração, forçada? ou não? em apenas 3 perguntas.
O nosso primeiro entrevistado foi o antigo mataror de touros e atualmente bandarilheiro Nuno Velasquez:
Toureio.pt -Recentemente chegou ao nosso conhecimento que se estabeleceu em um país onde a festa de toiros não existe, que país é esse, e o que o Ievou a emigrar?
Nuno Velasquez –Estou em Angola, os motivos que fazem com que esteja a afastado de casa e num pais onde a minha maior paixão não se encontra são diversos. Não tendo possibilidade de viver e criar as condições que entendo necessárias oferecer á minha família através da que continua a ser a minha grande paixão o toreio.
Dentro da minha forma de entender e estar na vida teria de criar essas mesmas condições de outra forma, á vários anos que mantenho outra atividade paralela ao toureio precisamente para manter a estabilidade que a família deve ter. Como é do conhecimento de todos o período que atravessamos não é o melhor, nem as prespetivas.
Existindo a possibilidade através da empresa para a qual já trabalhava vir para outro pais onde desenvolve atividade e com uma enorme margem de crescimento entendi que seria uma oportunidade a aproveitar.
Toureio.pt -O emigrar para um país onde a festa de toiros não existe, é um adeus definitivo ao toureio?
Nuno Velasquez – Nunca, o toureio é algo que tenho enraizado no corpo e na mente. Um vicio.
Neste momento não vejo possibilidades de tourear de forma continuada nem de fazer temporada, existe sim a possibilidade de tourear algum festival. E sempre que possível no campo.
Toureio.pt -Dê-nos uma definição da conjetura atuaI, na sua opinião, que vive a festa de toiros em PortugaI.
Nuno Velasquez– No meu entender e com todo o respeito que merece todo aquele que participa na festa de alguma forma, culpa do espetáculo como bem dizes “caro” , ter dificuldades em sobreviver, está na falta de importância que tem atualmente.
Porque dificuldades económicas sempre existiram, a festa não está a atravessar um mau momento atualmente. Estamos sim a notar o agravamento da má gestão que tem sido feita de há muito tempo para cá.
Todos temos culpa “TODOS”.