Cuba é terra de forte entusiasmo taurino, continua a ser. Faltou só prová-lo na ida à excelente semi-fixa com que a anterior edilidade a equipou. 1/3 de lotação foi muito pouco para um cartel bem montado, com variedade de experiencia e juventude, com crianças a entrar grátis e preço único de 15 euros, e objectivo de angariar de fundos para aquisição de ambulancia dos Bombeiros locais. Simultaneamente existiu a intenção de criar o hábito que se espera venha a constituir tradição, como já acontece com outros festivais taurinos, da realização anual deste evento.
É assim…o homem põe, Deus dispõe e o toiro bravo descompõe! Poderiamos resumir desta forma uma tarde acentuada por tres matizes: O bom, o mau e o "popularucho".
Por partes e por primazia ao realmente bom: O curro de Pinto Barreiros!! Novilhos-toiros, bonitos e bem apresentados para festival. Deram um jogo enorme, em especial os da segunda parte. Mais uma vez ficou a sensação de terem ido para dentro com muito para dar. A maior parte do curro não pode respirar e não foi ensinada a sair de largo, a crescer, a ajudar ao triunfo com emoção e verdade do toiro. Excepção feita ao terceiro que foi manso e ao primeiro que não tinha faculdades fisicas (mesmo assim quis andar e investir para tudo, até ao limite), o curro saiu muito bem, sem querenças, sempre prontos e de qualquer lado, cresciam com facilidade (se assim os deixassem) para quem os provocava e com vontade de luta, com casta e muita nobreza nas investidas. A cereja em cima do bolo foi o sexto, o mais pequeno, mas de uma bravura inquestionável, voltou a casa. Foi pena que o público tenha exigido a presença do rabejador, do cavalo, do cavaleiro, do forcado, tenha cantado e acompanhado em cante os parabéns a Marcos Bastinhas e tenha deixado na bancada o ganadero, veio o sexto e confirmou a iletracia taurina que infelizmente grassa um pouco por toda a parte, idolátrasse o acessório e discutivel e banaliza-se, ou mesmo nao se identifica, o realmente bom. Mas quem manda é quem paga e contra isso… A ganadaria Pinto Barreiros foi o máximo triunfador em Cuba!
Ou estamos com sorte ou não percemos nada disto… temos visto, felizmente, vários toiros realmente bons, neste inicio de época, a diversas ganadarias.
Na parte a Cavalo vimos um Bastinhas Pai, que não quis sobrecarregar um novilho com pouca força e despachou sem brilho a sua passagem por Cuba. Apesar das condicionantes pedia-se mais.
Ana Batista andou desacertada e sem inspiração, tem um bom curto e pouco mais. Com muita dignidade e educação recusou a volta após agradecer nos médios. Fica o exemplo!
Antonio Brito Pais teve por diante o novilho menos cómodo da tarde e deu-lhe a volta. Porfiou para deixar a ferragem com asseio e seriedade. Aguentou e templou o vigor do Pinto Barreiros.Teve na brega com critério e entendimento do toiro, argumentos para contrariar a tendencia para tábuas que este manifestou na fase final. Não foi popular, mais saiu em bom plano.
Marcos Bastinhas retribuiu os parabéns cantados com uma lide correcta e a aproveitar um belissimo oponente. Desenhou boa série de curtos em ritmo de treino, mas com bonitas execuções e ofício. Boa actuação, sóbria e em bom plano.
Marcelo Mendes teve uma fase da sua actuação de muito interesse, em que bregou bem, viajou de frente e cravou com boas reuniões e no sitio, a que nem uma queda, quase ao "ralenti", tirou brilho. A outra fase, para nós, menos interessante foi a mais popular, êxtase nas bancadas com os ladeios do Único a toiro parado. O cavalo é muito bom (não existem duvidas), o numero é um adorno bonito (é!), mas em exagero torna-se maçudo e retira brilho ao que de realmente bom foi feito antes. Pareceu-nos um exagero a chamada do Único…mas quem paga manda! Pela primeira fase, bom plano para Marcelo em Cuba!
Mara Pimenta teve o condão de ser a única em 12 brindes possíveis a lembrar-se do futuro da festa, que estava nas bancadas no seu dia, as crianças! Brindou-lhes actuação de fase de aprendizagem, em que se encontra. Percebe-se que quer fazer bem feito, mas velocidade a mais e falta de montadas para aguentar a "incomodidade" do, provavelmente, mais bravo oponente que terá efrentado até hoje, não permitiram redondear actuação em que precisava de ter-se ligado mais na brega e templar na preparação e cravagem. De qualquer forma deixou boa impressão e interesse em voltar a ver. É simpática, tem praça e foi a nota de futuro na tarde. Força!
Nas pegas um "fato á medida", com novilhos-toiros a serem francos e sem dificuldades, para um Grupo sem rodagem, com deficiencias de conhecimento da técnica da pega e dos "preceitos" do forcado em praça, em muitos dos jovens que o integram, nesta fase da sua existencia. Ficou patente a intenção de dar continuidade ao processo de admissão na ANGF já iniciado,pela postura assumida ( ao pegar em solitário, sem recorrer a partilhas com outros Grupos não associados), em algumas decisões dificeis de tomar por um cabo em Praça (no sentido do respeito para com a figura do forcado), aliado ao facto de assumir a ausencia da corrida de Setembro, com entrada de dois Grupos associados numa corrida que se anuncia muito séria. Tudo isto, interpretamos com estando concluido e arrumado o diferendo que tinham, para com a ANGF.
No resumo da actuação o destaque maior vai para boa execução de Célio Santos ao segundo à 1ª, correcto em tudo. Depois os tais erros de "crescimento" e de fase de aprendizagem sobretudo nos caras. Pedro Primo, Valter Valente e Nuno Rocha à 1ª, Óscar Fitas dobrou Miguel Sousa e Fábio Espirito Santo dobrou Nuno Caraça, ambos nas sua 1ª's a dobrar uma de cada colega. Em suma: 6 novilhos-toiros e 8 tentativas, dada a fase de evolução, foi positivo. Mas há muito que aprender…
O Sr. Tiago Tavares chamou à razão diversos cavaleiros quanto ao cumprimento inicial à "inteligencia" (esqueceram-se de o cumprimentar!!), antes da saida dos oponentes e dirigiu espectáculo fácil, de forma acertada, com acessoria do Dr. Matias Guilherme.