O Coliseu de Elvas abriu a temporada com um cartel jovem, e á partida aliciante; um curro de toiros bem apresentado da prestigiada ganadaria de Pinto Barreirros, tendo o seu proprietário dado volta no quinto da noite. Todos os intervenientes escutaram música durante as lides e todos foram premiados com volta. Poderíamos estar assim a falar de um rotundo êxito, mas não estaríamos a falar a verdade. Houve contudo bons momentos de toureio protagonizados pelos três cavaleiros em praça.
João Moura Caetano que apesar de estarmos em inicio de temporada é certamente dos toureiros mais toureados, principalmente pelas corridas lidadas em Espanha que se podem contar em numero igual por triunfos. João Moura Caetano apresenta-se sempre em praça com uma segurança enorme; montadas afinadas, com as quais templa as mais ferozes investidas dos astados, foi assim em Elvas com duas actuações bem por cima dos oponentes que agradaram ao respeitável.
Marcos Bastinhas a “jogar em casa” e perante o seu público teve duas actuações bem na linha alegre e comunicativa que sempre desenvolve; cites alegres, ferros no sitio e rematados como mandam as regras, sem esquecer claro, os tradicionais pares de bandarilhas.
Miguel Moura mostrou em Elvas quem tem uma séria palavra a dizer esta temporada; depois de uma primeira lide regular, na sua segunda mostrou bem o “Moura” que leva dentro; ferros de grande nota, grande parte deles com batida ao piton contrário; uma lide para aficionados que deveria ter sido mais aplaudida pelo público presente, assim como o Sr Director Marco Gomes deveria também ter mandado tocar a música mais cedo, na linha do que vinha fazendo nas lides anteriores.
Três grupos de forcados em praça: da Ilha Terceira, certamente de uma das terras mais aficionadas de Portugal, vieram até ao Alentejo os Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense que executaram ambas as pegas á primeira tentativa por intermédio de Francisco Tomás e Luis Baldaya. Pelos do casa, Académicos de Elvas executou João Bandeiras duas rijas tentativas das quais saiu lesionado sendo prontamente dobrado por Paulo Barradas Mauricio que se fechou á segunda tentativa. Pelos forcados de Coimbra foram caras Marcos Prata e José Freire, os dois ao primeiro intento.
O público apenas preencheu meia casa envergonhada; de salientar a presença de um elevado grupo de crianças, iniciativa que é de louvar no fomento da cultura taurina, mas que já agora também se lhes deve ensinar que uma praça de toiros não é, um campo de futebol….
Não posso deixar de terminar este apontamento, sem anotar o momento menos bom que a “critica” taurina em Portugal está a passar. Para reflectir, e não sendo de “colheita própria” deixo o seguinte apontamento de José António del Moral, que explica em parte, o conteúdo desta crónica:
“El toreo contado, como se dice ahora, es muy poço grato de leer y de oir cuando lo que pasa carece de suficiente relevância, sencilla y llanamente porque si lo que vês no te emociona nada,? Como lograr que unas palabras emocionem??”