António Prates foi um dos triunfadores, eleito pelos leitores e aficionados do site Toureio.pt, e uma das revelações da temporada. Nas arenas conseguiu destaque e conquistou a critica e o público. Motivos mais que suficientes para uma entrevista, que concedeu ao nosso site.
Toureio (T)- António, começo esta nossa conversa por lhe pedir que faça um balanço da sua temporada 2017.
António Prates (AP)- Bastante positiva, uma temporada cheia de êxito tanto em Portugal como em Espanha.
T- Era esta a temporada idealizada?
AP- Sim eu penso que foi uma temporada positiva mas quero sempre mais.
T- Foi a primeira temporada enquanto cavaleiro praticante, a responsabilidade aumentou?
AP- Claro que sim, agora cada vez a responsabilidade é maior, porque quero atingir patamar maiores.
T- Este ano para além de tourear em Portugal, ultrapassou a fronteira e realizou algumas corridas em Espanha. Como foi esta nova experiencia? Quais as principais dificuldades que enfrentou?
AP- Foi uma experiência muito boa, foi óptima para mim para estar mais rodado em praça e para os cavalos novos. As maiores dificuldades que eu tive foram na hora de matar.
O touro espanhol é mais templado, tornando-se mais cómodo enquanto os touros portugueses são mais encastados.
T- Que diferenças na sua opinião se podem tirar entre a tauromaquia espanhola e portuguesa?
AP- A maior diferença que notei foi nos touros, o touro espanhol é mais templado, tornando-se mais cómodo enquanto os touros portugueses são mais encastados.
T- Foi desconhecido para muitos, que o representou em Espanha? E será para continuar?
AP- Na temporada passada não tinha apoderado em Espanha, na próxima temporada o meu apoderado será Miguel Murillo em Espanha.
T- Da sua temporada, o que destaca de mais e menos positivo?
AP- O mais positivo foram todos os triunfos que eu penso que consegui alcançar, o menos positivo talvez Vila Franca por ter sido a primeira da temporada.
T- Quais foram os maiores desafios esta temporada?
AP- Os maiores desafios foram tourear ao lado de toureiros consagrados.
T- Como analisa o comportamento da sua quadra de cavalos e quais os destaques?
AP- Tenho uma excelente quadra de cavalos, cada um com o seu toureio. Destaco o Faísca com o ferro de José Salvador e Da Vinci com o ferro da Herdade da Caniceira, são dois cavalos de grande qualidade, um que entra pelos touros a dentro e pode com os touros difíceis, e outro que é espectacular os touros mais templados.
T- Há dois anos que conta com o apoderamento de António Manuel Cardoso. É o apoderado que vai continuar consigo por tempo indeterminado ou que o vai levar até à alternativa?
AP- Claro que é o apoderado que eu quero me leve à Alternativa, para além de ser meu apoderado, principalmente é um grande amigo, além disso temos um compromisso entre os dois e um projeto a seguir.
T- Por falar em alternativa, esta chegará em 2018?
AP- Não se sabe ainda, eu, o meu pai e o Nené estamos a estudar e a tomar as decisões certas para que seja uma data especial para todos.
T- E como será a sua temporada 2018? Vai voltar a ser dividida entre Portugal e Espanha?
AP- Espero que seja uma temporada ainda melhor que 2017, e sim vou voltar a tourear em Espanha.
T- Vai manter a equipa?
AP- Claro que sim!
Sou um toureiro que gosto de dar vantagens aos touros e pisar os terrenos de grande compromisso
T- Falando agora mais de si e da sua personalidade, como se descreve enquanto toureiro?
AP- Sou um toureiro que gosto de dar vantagens aos touros e pisar os terrenos de grande compromisso para levar a emoção às bancadas.
É claro que gosto do tipo de touro mais cómodo.
T- Que tipo de touro gosta de ter pela frente, o touro que dê emoção ou o chamado touro mais cómodo?
AP- Para dizer a verdade eu neste momento tenho que tourear qualquer tipo de touro mas é claro que gosto do tipo de touro mais cómodo.
T- Para si, o que é chegar à perfeição?
AP- Nunca irei chegar à perfeição, mas tento ao máximo para que as minhas actuações cheguem perto.
T- Quando entra na arena, por quem tem mais respeito? Pelo Público ou pelo Touro?
AP- Tenho um enorme respeito pelos dois.
T- Quais são as suas grandes referências?
AP- A minha grande referência irá ser sempre o meu Pai.
T- Quantas horas treina por dia?
AP– Normalmente umas 8 ou 9 horas, mas tudo depende de cada cavalo, são animal por isso às vezes o tempo é relativo.
T- Quem é António Prates fora das arenas? Sendo jovem, o que gosta de fazer?
AP- Sou um jovem normal, que gosto de ir beber um café com os meus amigos e ir sair à noite. Gosto muito de estar no campo, adoro caça.
T- Foi um dos triunfadores Toureio.pt 2017 na escolha dos leitores. Qual a importância deste reconhecimento?
AP- Fico muito grato com os leitores, é um grande incentivo para temporada 2018.
T- Falando agora no geral, como analisa o actual momento da tauromaquia em Portugal?
AP- Penso que o actual estado da tauromaquia está ir por um bom caminho há imenso jovens a começar a carreira tauromáquica e para além disso Portugal é a pátria do toureio a cavalo.
T- O que urge mudar na Festa Brava?
AP- Haver mais sinceridade e os toureiros serem mais unidos.
T- Que mensagem quer deixar aos leitores do Toureio.pt?
AP- Quero agradecer a todos os leitores do toureio.pt por me terem elegido como o melhor cavaleiro Praticante e espero que a temporada 2018 seja ainda melhor.