Confesso que o marasmo que atravessa a Tauromaquia portuguesa e até mesmo o baixo nível que ultimamente tem vivido a imprensa taurina com troca de comentários nas redes sociais, me tem deixado sem qualquer entusiamo.
Antes de ir ao tema principal deste meu artigo, gostaria de explicar o porquê de afirmar que a festa em Portugal atravessa um marasmo. Digo isto porque nas últimas semanas assisti a espetáculos tauromáquicos em que se aplicava a quase a todas o mesmo slogan “é mais do mesmo” e podem apelidar-me de pessimista e de tudo e mais alguma coisa como já me chamaram, mas a realidade é esta e pode ser dura de ouvir, atualmente não se passa nada de novo as arenas portuguesas, nada zero. E é com tristeza que digo isto.
Tudo o que acabei de escrever anteriormente é uma consequência do que irei escrever de seguida, que está relacionado com a falta de ídolos na festa brava em Portugal, mas também falta de quem crie esse dito ídolo.
É com alguma preocupação que olho para o futuro da Tauromaquia em Portugal, pois olhando para o leque de toureiros no ativo e para o leque de jovens toureiros a querer despoletar é muito pouco e tudo mais do mesmo. Olhando para os toureiros no ativo, temos toureiros que já eram figuras do toureio há 20 anos atrás e que ainda é quem leva alguém à praça e depois temos os jovens toureiros a maioria filhos de toureiros que por terem o nome do pai, podem cair no pensadamente de já não terem nada para mostrar porque é filho de fulano e beltrano. E agora deixava a pergunta no ar, atualmente qual é o toureiro português que atraia à praça pelo menos 500 pessoas?
Perante este marasmo que tenho estado a falar, tem-se apostado agora nas corridas mistas, que uns dizem que os aficionados voltaram a gostar do toureio a pé, pois é pura falácia, pois o público não começou agora a gostar do toureio a pé, começou foi a procurar coisas diferentes e que sintam que possa agradar e que não seja mais do mesmo.
Mas voltando ainda aos toureiros portugueses, há que olhar o horizonte e perguntar quem está a despoletar para em 2027 ser figura? Pois olhando bem, não estou a ver…. E volto a fazer outra questão, porque não aparecem jovens toureiros portugueses? Há várias respostas a dar, uma delas é que esses jovens valores até aparecem, mas a maioria são logo desde “embrião” agarrados por alguém que ao ver que esse jovem tem alguns euros para investir, esmifra até não puder mais e só para os euros irem caindo vai-se dizendo que está sempre tudo bem, mesmo que o jovem toureiro esteja a fazer as coisas mal…
É aqui que reside o cerne da questão, em Portugal também faltam pessoas com visão e com o pensamento de que ajudando a criar um ídolo ajuda também a sua carteira, mas não, aqui neste pequenino pais pensasse nos euros rápidos e pouco no futuro e depois, puf, lá se vão os jovens toureiros que poderiam ser figuras e acabam sem euros e sem carreira…
Dando uma olhadela para o país vizinho, podemos observar que temos vários jovens a despoletar e muitos também em embrião e vou dar um exemplo claro de como ter um bom apoderado as coisas resultam e tornam-se em ídolos, Roca Rey que é apoderado por José António Campuzano, este que foi em tempos apoderado de Sebastian Castella… Não quero com isto dizer que os toureiros não têm valor, mas se forem bem conduzidos… o sucesso está a um passo. Não podemos ter é apoderados que dizem aos seus toureiros que está bem quando se pia uma vaca, isto não é bom…
Muito mais haveria para dizer, mas ficou este pequeno lamiré de um dos grandes problemas da festa. Em breve falarei dos touros que estão a sair em certas arenas que pouco transmitem e que alguns insistem em tapar o sol com a peneira.