Segunda corrida de toiros mista inserida na Feira de São Mateus de Elvas. Sem a enchente da semana passada e com o mau tempo a fazer das suas, as bancadas do Coliseu Elvense apenas registaram meia casa envergonhada. Posteriormente ás cortesias teve lugar um minuto de silêncio em memória do Jovem forcado Rui Freixa pertencente ao Grupo de Forcados de São Manços, tristemente desaparecido na sexta feira passada vitima de um acidente de viação.
Uma corrida mista de seis cavaleiros e um novilheiro, com Rui Salvador a abrir a noite lidando um manso encastado que como todos os outros pertencia á ganadaria de Torre de Onofre; teve que porfiar bastante o cavaleiro de Tomar, a cumprir este ano trinta anos de alternativa, para lidar com maestria; o segundo curto foi um ferro “á Salvador” e o mais destacado de uma lide bem conseguida e difícil.
Tito Semedo foi á portagaiola receber o segundo da noite que perseguiu com vontade a montada do cavaleiro de Santana da Serra, lidou com valentia e provou mais uma vez a boa temporada que tem levado, o público gostou e pediu mais ao que o cavaleiro acedeu cravando um bom ferro em sorte de violino.
Ana Batista não encontrou facilidades da parte do astado que lhe tocou em sorte, um toiro complicado que em nada facilitou a vida á cavaleira de Salvaterra, cravou a ferragem da ordem sem grandes alardes.
O quarto da noite foi destinado á lide apeada para o Novilheiro João Augusto Moura, com responsabilidade acrescida nesta noite, em que além de toureiro tinha também o papel de ganadeiro; não se acoplou no capote o toiro que lidou, ficaram apenas algumas verónicas, pois o toiro saia solto e tinha dificuldade em se fixar; foi na muleta que Augusto Moura sacou todas as possíveis investidas a um toiro que apenas pecava pela falta de força, bons muletazos logo no inicio da faena, boas séries de derechazos e houve lugar ainda para experimentar por naturais, uma faena larga que agradou ao respeitável.
Pedro Salvador também não teve sorte no toiro que lhe tocou; um complicado manso a que Pedro pouco mais pôde fazer do que cravar a ferragem da ordem.
Duarte Pinto foi o grande triunfador da noite; aproveitou da melhor forma o toiro mais bravo da corrida, que investia prontamente de qualquer lado; pedia contas e Duarte mostrou o seu toureio clássico mesclado com alguma alegria do toureio moderno; foi ele que fez levantar o público das bancadas para lhe tributar os maiores aplausos da noite, o ferro curto cravado em terceiro lugar é o ferro da corrida, numa lide sempre a vir mais e a atingir o ponto alto quando sacou o seu cavalo negro e estrela da sua quadra, que leva o ferro de Ortigão Costa. Triunfo de peso para o cavaleiro de Paços de Arcos
O praticante Rui Guerra soube dar a volta a um toiro que não era nada fácil; a tourear em condições difíceis, pois o tempo que durou a sua lide foi precisamente o tempo que durou o fogo de artificio da feira mesmo ali ao lado, e o barulho ensurdecedor era mais que muito; nada tirou a concentração a Rui que foi desenhando uma actuação sempre em crescendo; ferros de boa nota cravados irrepreensivelmente em “su sitio”; a sua evolução nota-se a cada corrida que faz; sem sombra de dúvidas que o próximo ano será o da alternativa.
Três grupos de forcados em praça para um anunciado concurso de pegas, que foi ganho pelo forcado Luis Machado dos Académicos de Elvas na última pega da noite, António Machado executou a outra pega dos Académicos ao segundo intento. Pelos forcados amadores de Cascais foram caras Ventura Doroteia e Carlos Dias ambos á primeira tentativa. O outro grupo em praça. Amadores de Monforte também pegaram os seus dois toiros ao primeiro intento por intermédio de Nuno Toureiro e Pedro Carrilho.
Os toiros pertenciam á ganadaria Torre de Onofre sendo o melhor apresentado o lidado em segundo lugar por Tito Semedo e o mais bravo o lidado em sexto lugar por Duarte Pinto. Todos os artistas foram premiados com volta, inclusivamente no sexto toiro o Sr Director de corrida, Rogério Jóia decidiu mostrar o lenço azul permitindo também dar volta ao ganadeiro.