Sábado, Abril 19, 2025
Publicidade
InícioCrónicasFerrera em ombros na corrida mista das Festas da Nossa Senhora da...

Ferrera em ombros na corrida mista das Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem Corrida

Para a tradicional corrida mista da feira da Moita, tivemos para o toureio a cavalo João Ribeiro Telles e para o toureio apeado António Ferrera e Ginés Marin.

Os toiros eram de David Ribeiro Telles com encaste de Pinto Barreiros e Parladé (Domec).

Para pegar os destinados à lide a cavalo estavam os Forcados Amadores da Moita, de Pedro Raposo.

A noite esteve fria e ventosa pouco convidativa para ver um espectáculo ao ar livre, mas no interior da Daniel do Nascimento o clima aqueceu, especialmente na segunda parte, com boas actuações dos artistas envolvidos, meia casa estaria preenchida pelo público moitense.

Na primeira parte os toiros saíram chochos e mansotes, os da lide apeada feios de tipo e fracos de comportamento.

Uma praça com a importância da Moita merecia animais melhor apresentados.

João Ribeiro Telles abriu a sua lide com dois compridos sem grandes primores, destaque para o segundo curto com suavidade e em todo o alto, de resto nas sortes em que mais provocava a investida do toiro carregava muito o quarteio e as reuniões não resultavam perfeitas, sendo algumas a cilhas passadas ou como no último ferro, à garupa.

Pegou este toiro David Solo que esteve bem a citar e a recuar, tendo consumado a pega à primeira tentativa, bem ajudado pelo grupo.

Volta para cavaleiro e forcado.

No seu segundo, primeiro da segunda parte, tudo melhorou. Este toiro tinha um melhor comportamento, com muita pata e muito recorrido, tendo-lhe pregado um susto com uma escorregadela do cavalo no terreno revolvido da praça.

A lide começou com dois ferros à tira sem história mas com trabalho, o toureiro foi construindo uma lide que embora com sortes feitas com velocidade a mais, não cuidando das reuniões, uma boa parte delas tendo sido efectuadas a cilhas passadas, ainda assim resultou muito emotiva e até com ferros de recurso chegou forte ao público.

Fábio Silva na primeira tentativa não consegue uma reunião perfeita porque escorrega na altura em que reúne e é desfeiteado mas na segunda, com uma excelente intervenção de Lúcio Rodrigues,  primeiro-ajuda, conseguiu ficar bem colocado.

Duas voltas para cavaleiro e forcado da cara, tendo na primeira sido acompanhados pelo ajuda e pelos campinos.

No que à parte apeada diz respeito, a primeira parte dispensava-se. Os toiros eram feios e com um comportamento também de deixar a desejar. Ferrera, com mais ofício, tentou tirar água dum poço onde pouca havia. Viram-se algumas tandas mais conseguidas mas toda a gente esperava mais.

Durante a faena pedia insistentemente para que a banda tocasse, até que por fim, o director lá lhe fez a vontade.

Como não bandarilhou e deixou essa sua especialidade a cargo dos subalternos que não tinham muito jeito para a coisa, logo aí uma parte do espectáculo ficou amputada.

Volta para o matador.

Não há quinto mau! Pois é. Foi melhor que o segundo mas sem deslumbrar.

Aqui já se viu outro Ferrera. Disposto a lutar e a ser suave quando era necessário. Uma faena pouco artística mas muito trabalhosa.

O toiro foi recebido com duas largas afaroladas de joelhos em terra e seguiu por verónicas descansadas até ao tércio de bandarilhas, mais uma vez cumprido pelos bandarilheiros.

Com a muleta mostrou-se lutador enquanto o toiro deu, quer com naturais rematados com passe de peito, quer com derechasos rematados com passes por alto. A faena resultou composta onde ainda se viram dossantinas e trincheirasos. O público gostou e brindou-o com três voltas à arena, o que lhe valeu sair em ombros pela porta grande, facto que já não é novo para si nesta terra que tanto o acarinha desde o tempo em que, ainda novilheiro, por cá viveu.

Ginés Marin, apresentava-se de montera na mão. No seu primeiro toiro também não teve a sorte pelo seu lado. O hastado passava mal pela esquerda, dando tarrascadas em tudo e saindo descomposto dos lances de muleta. O toureiro bem tentava mas não havia grande coisa a fazer, dá lances como pode e termina simulando a estocada.

No que encerrou a noite esteve melhor, recebendo o seu oponente à verónica, rematada com meia. O tércio de bandarilhas deve ter sido o melhor da noite, cumprido igualmente pelos bandarilheiros. Com a flanela na mão, mostrou que é artista com passes por ambos os lados, começando com passes por alto de joelhos no chão. Bonito!

No centro da arena esforça-se e deixa boa nota num par de tandas de derechasos, rematados com um mulinete e pela esquerda, com remates diversos. Bonitas, duas dussantinas terminando uma série pela direita.

Viu-se com agrado mas nada que justificasse duas voltas à arena.

O espectáculo teve como director Fábio Costa, assessorado pelo veterinário Carlos Santos.

 

 

 

Publicidade
Publicidade

Últimas