Vimos amigos que já não víamos há muito, conhecemos pessoas interessantes, vimos largadas, vimos barcos engalanados e uma procissão bonita com a Nossa Senhora da Boa Viagem a abençoar os barcos e as festas e vimos corridas de toiros.
Nas corridas de toiros vimos toiros que investiam na primeira corrida e parecia que seriam bons augúrios, os novilhos da novilhada até não foram maus mas os da terceira corrida não estavam para aí virados e só tinham ganas para os forcados, os da última, uns eram bons outros nem tanto e um não mesmo! Para além de não ter condições de lide, também não queria abandonar a praça e foi uma longa hora de espera e um sem número de avisos do cornetim, como se o toiro entendesse dessas coisas. Uma corrida com mais de quatro horas que acaba depois das duas da manhã, não se faz a ninguém.
Dos artistas, também houve um pouco de tudo. Alguns muito bem e outros desastrados. Esperemos que esses “desastres” fossem nervos da situação, quer tenha sido por uma alternativa que deve fazer borboletas na barriga, quer noutros casos, por tão poucas vezes se verem perante o público, de “luces” vestidos, que as borboletas também morem em suas barrigas e que elas acabem por atrapalhar quem tanto luta por um ” lugar ao sol”.
Dos forcados também se viu de tudo mas o grupo do Aposento da Moita deu bem conta do recado na corrida que pegava a solo. Bem! Os Amadores da Moita, resolveram bem a papeleta nos dois que lhe couberam nesta Feira. Pior estiveram os de Alcochete e Évora na última. Estiveram no melhor e no pior. Desde pegas rijas à primeira tentativa, até pegas em caxo tipo enxame e mesmo assim foi complicado.
A Sociedade Moitense de Tauromaquia, dona da Praça, já anunciou os que, para ela, triunfaram na Feira e tendo, de um modo geral, a estar de acordo. Eu escolheria outro cavaleiro, não o Francisco Palha mas o Rouxinol Jr no entanto, não me custa a aceitar a escolha; já no caso dos forcados o prémio é de inteiro merecimento tendo sido atribuído a Marcos Prata do Aposento da Moita mas se fosse a entregue a Manuel Pinto dos Amadores de Alcochete no toiro que encerrou a longa noite e a Feira, digo-vos, em abono da verdade, que não seria mal entregue. Quanto ao resto, estou inteiramente de acordo. Não houve uma faena que enchesse o olho, não houve um toiro que se destacasse pela positiva, de modo que até no que diz respeito às não escolhas estou de acordo. Agora esperemos que para o ano venham mais figuras, que os toiros invistam e que não demorem uma hora a ser recolhidos; que a festa do fogareiro não impeça o acesso à praça e que não haja nenhum maluco ou outra coisa pior que mate mais gente com automóveis. Esperemos que para o ano seja melhor.