O cavaleiro Francisco Palha, foi um dos cavaleiros tauromáquicos que mais se destacou nesta temporada 2018. Várias foram as corridas em que o público o aplaudiu de pé, dada a emoção que transmitiu às bancadas. Neste sentido, o Toureio.pt foi ao encontro de Francisco Palha para saber que balanço, o cavaleiro, faz à sua temporada e que perspectivas tem para 2019.
Toureio.pt (T) – A sua temporada 2018 terminou, que balanço faz da sua temporada?
Francisco Palha (FP) – Penso que a temporada de 2018 foi uma temporada positiva
(T) – Considera que esta temporada foi a da definitiva afirmação?
(FP) – Não considero que tenha sido uma temporada de afirmação, não sou eu quem pode dizer isso, eu preocupo-me em tourear e tentar melhorar dia a dia, tentar ser feliz e tentar fazer as pessoas, que me vêm, felizes!
(T) – Sente que de corrida para corrida, o público foi ganhando expectativa nas suas actuações?
(FP) – Senti que de corrida para corrida fui sendo acarinhado e tendo sempre pessoas que não perderam uma corrida das que toureei, um muito obrigado a todos os que me acompanharam durante toda a temporada de corrida em corrida!
(T) – E essa expectativa e, de certa forma, pressão alguma vez influenciou a sua prestação na arena?
(FP) – Claro que influencia, o meu maior objetivo enquanto toureio é nunca defraudar o público, e respeitar sempre o público, o cavalo e o toiro! À medida que as expectativas vão sendo maiores, mais tenho de me esforçar para nunca defraudar! Nem sempre sou capaz e peço desculpa por isso!
“Não sei porque falhou Lisboa, talvez por mim, pela pressão que criei dentro de mim”
(T) – Foram vários triunfos de norte a sul mas chegou ao Campo Pequeno e as coisas não correram bem. O que falhou em Lisboa?
(FP) – Se lhe digo a verdade não sei porque falhou Lisboa, talvez por mim, pela pressão que criei dentro de mim, a minha cabeça! Tenho imensa pena de não ter corrido como gostava, continuo a trabalhar e tentar melhorar, para que chegue o dia em que consiga em Lisboa uma boa actuação!
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(T) – Desta temporada a actuação que mais recorda é a de Vila Franca? Ou há outra? E porquê?
(FP) – Vila Franca sem dúvida que marcou a minha temporada tanto na corrida do Colete Encarnado com na Feira de Outubro, em ambas as corridas o público pedir a segunda volta numa praça tão exigente, penso que marca! E a mim marcou-me bastante, graças a Deus houve tardes muito importantes, como as Sanjoaninas, Alcochete, Caldas da Rainha, Montemor, Moita, Arruda, Moura, Salvaterra, Coruche, Póvoa do Varzim, Tomar! Não sei bem que dizer mas há sempre tanto para corrigir, mas penso que de todas as corridas tiramos sempre algo!
(T) – Considera que actualmente o Francisco é um dos cavaleiros que leva público à praça?
(FP) – Não lhe consigo dizer se levo público ou não, mas sinceramente espero que sim, ser toureiro é o que me faz feliz e tento ao máximo fazer também as pessoas felizes ao ver-me tourear !
“Eu sou toureiro e como toureiro que sou… quem põe e dispõe é o toiro!”
(T) – Considera-se ou não triunfador da temporada? Porquê?
(FP) – Amigo Hugo, eu não me considero nada, eu sou toureiro e como toureiro que sou… quem põe e dispõe é o toiro! Uma coisa lhe posso garantir, se esta temporada assim foi, não se deve só a mim, deve-se às pessoas que me ajudam como os meus bandarilheiros ao chofer do camião, os moços dos cavalos, os Tabordas ,o Chalana, aos conselhos de alguns colegas como a Ana Batista, António Ribeiro Telles, Diego Ventura! Portanto cada triunfo deve-se não só a mim mas a todos eles! Se sou ou não triunfador, não é algo que deva ser eu a dizer ou opinar sobre isso!
(T) – Como viu durante a temporada ler em alguns blogues que era o triunfador da temporada e passado dias já quase que o mandavam para casa?
(FP) – Li tudo sempre com imensa serenidade e tentando sempre ver onde falhei para tentar melhorar
(T) – Ao longo da temporada ao entrevista-lo sempre me disse que não analisava as suas actuações, mas certamente ao chegar a casa faz uma introspecção da sua actuação?
(FP) – Sim, sempre depois da cada corrida, durante o jantar, depois durante a semana tentávamos corrigir o que correu mal!
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(T) – Falando agora da sua quadra, como analisa o comportamento dos seus cavalos?
(FP) – Penso que a quadra se comportou muito bem, correspondeu sempre bem, consegui estrear 7 cavalos novos!
“Há três anos atrás não tinham cavalos e em duas temporadas tenho 11 todos postos por mim”
(T) – Muitos dizem que se faltar um ou dois craques, deixa de ser o Francisco triunfador, considera que isso pode acontecer, ou na sua quadra tem outras opções para o triunfo?
(FP) – O futuro a Deus pertence e deixo isso a Deus Nosso Senhor, trabalho todos os dias de manhã à noite a preparar, e lembro-me que há três anos atrás não tinha cavalos e em duas temporadas tenho 11 todos postos por mim onde o cavalo mais velho tem 8 anos! Se Deus quiser vai correr tudo bem!
(T) – Em 2018, na sua opinião, quem foi o seu concorrente em termos de triunfador da temporada?
(FP) – Penso que houve dois cavaleiros que tiveram uma temporada muito completa António Ribeiro Telles, Ana Batista e Luís Rouxinol, e a tourear todo o tipo de toiros!
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(T) – Este ano optou por tourear mais em Portugal, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, porquê?
(FP) – Porque penso ser importante cimentar a minha carreira em Portugal, país do meu coração!
(T) – Em 2018 atingiu todos os objetivos a que se propôs no início do ano?
(FP) – 2018 foi um ano bom mas ficaram objetivos por cumprir…
(T) – Como analisa a temporada 2018, na generalidade, em Portugal?
(FP) – Penso que foi uma temporada onde houve maior competição e graças a Deus as pessoas começaram a ir mais aos toiros.
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(T) – Há muitas corridas ou existe pouca competição em Portugal?
(FP) – Não me pronuncio sobre isso!
“Para se dizer bem de alguém, não é preciso dizer mal do outro e isso acontece”
(T) – O que deve mudar na festa brava?
(FP) – Mudava a falta de união que existe, trocava por união, para estarmos todos de acordo! Muitas vezes é triste, e para se dizer bem de alguém, não é preciso dizer mal do outro e isso acontece e assim muitas vezes é difícil andar em frente!
(T) – Falando agora da sua temporada 2019, nas últimas semanas tem-se falado sobre uma possível mudança de apoderado. Rafael Vilhais continuará consigo em 2019?
(FP) – Muitas vezes fala-se em muita coisa que não é certa, o Rafael tem me acompanhado desde o princípio e tenho grande admiração por ele, não sei o que acontecerá, pois ainda não conversamos sobre isso!
(T) – Como explica as notícias que dão conta de um possível apoderamento de Rui Bento?
(FP) – Não sei que lhe diga, nem de onde saem essas conversas!
(T) – É certo que ainda é cedo, mas em termos de quadra, prevê-se novas aquisições? Ou vai tentar manter a mesma quadra?
(FP) – A quadra mantém-se toda mas há mais aquisições!
(T) – E em termos da restante equipa, vai manter?
(FP) – Tudo se mantém, assim queiram!
“Gostava de tourear um mano-a-mano com António Ribeiro Telles (…), ou com Moura Júnior ou com Rui Fernandes”
(T) – Certamente já começou a pensar em 2019, que objetivos já começou a delinear para a próxima temporada?
(FP) – Faço dez anos de alternativa, há imensas coisas que gostava mas não depende de mim! Gostava de tourear um mano-a-mano com António Ribeiro Telles em Salvaterra no concurso de ganadarias, e gostava de tourear um mano-a-mano ou com Moura Júnior ou com Rui Fernandes em Vila Franca com uma corrida do Palha! Não sei, eu gostava mas sei será possível!
(T) – Há sempre corridas que já ficam certas de uma temporada para a outro, o que já nos pode adiantar relativamente a atuações para 2019?
(FP) – Sim já há algumas coisas que ficaram feitas este ano, mas tudo se saberá a seu tempo.
“Ser toureiro é o que me faz feliz!”
(T) – Falando agora de si, sente que esta temporada encontrou a sua identidade enquanto toureiro?
(FP) – De mim não falo, só lhe digo que ser toureiro é o que me faz feliz!
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(T) – Como define o seu toureio?
(FP) – Não lhe sei dizer…
(T) – Qual a mensagem que deixa aos leitores do Toureio.pt?
(FP) – Espero que 2019 seja um grande ano para todos, e tentemos ser unidos e levar a festa dos toiros ao mais alto.