A chuva que se fez sentir no distrito de Évora deu tréguas na localidade da Granja, e assim pôde realizar-se o Festival Taurino que é tradição acontecer pelas Festas de S.Brás e que nessa data (08FEV),o mau tempo inviabilizou. Tarde com a meteorologia a fazer várias caras, vento, sol e chuva miudinha a aparecer na parte final do espetáculo, e mesmo atendendo-se a todas estas vicissitudes registou-se uma razoável entrada de público.
Abriu a função LUIS ROUXINOL que lidou um exemplar negro bragado meano, da ganadaria de S. Martinho, bem apresentado e que denotou muita casta. Primeira lide de 2014 para o cavaleiro que tem dominado o escalafon de Portugal no que ao toureio a cavalo concerne, e esteve já num plano aceitável. Lide de menos a mais, com destaque para a ferragem curta, citando de largo, encurtando terrenos e depois de frente a colocar ferros de bom nível. Como não podia deixar de ser, também colocou o inevitável par de bandarilhas a duas mãos.
GILBERTO FILIPEmostrou na Granja que há que contar com ele para mais esta temporada, e realmente esteve em muito bom plano. Nota alta na forma como recebeu de saída o negro zaíno com o ferro e divisa do Eng.º Luís Rocha, dobrando-se muito bem nos médios. Três tiras regulares e depois na ferragem curta demonstrou sentido de lide, brega adequada e facilidade no momento das reuniões; também optou pela variedade dos ferros, cravando um bonito violino e dois de palmo a encerrar, também ele, a sua primeira atuação em 2014.
BRITO PAESlidou o terceiro da tarde, um cinquêno da ganadaria de Veiga Teixeira, negro listão que se distraia com o que se passava à sua volta e que cedo desenrolou sentido. Foi uma lide própria de inicio de temporada com os habituais altos e baixos, e a mão ainda incerta no momento da cravagem dos ferros. No entanto foi muito digna e a espaços já com o bom toureio que este ginete nos tem presenteado nas temporadas transatas.
MARCELO MENDESentrou no cartel deste espetáculo, substituindo João Salgueiro que se ressentiu de uma lesão anteriormente contraída. Lidou um toiro da ganadaria de João Ramalho, também este a substituir o inicialmente anunciado de Alves Inácio, hastado bem apresentado, mas que se veio a revelar sonso, algo parado, daí muitas meias-investidas. O ginete de Torres Vedras alternou coisas boas com outras menos conseguidas; começou bem com os compridos, depois precipitou-se por duas vezes no momento da cravagem de ferros curtos, mas retificou e acabou num plano razoável, numa altura em que a chuva fazia a sua aparição.
SALGUEIRO DA COSTAcavaleiro praticante de quem se espera a alternativa para esta temporada, lidou o quinto da tarde, um Pinto Barreiros de pelagem castanho, muito em tipo da ganadaria, bem apresentado, baixel de córnea e que não deu facilidades ao jovem cavaleiro.Com a ferragem comprida esteve discreto, subindo depois a qualidade da sua atuação com a ferragem curta; boa brega, escolha correta dos terrenos e abordagem das sortes de frente, com destaque para o último ferro curto.
O cavaleiro amador LUIS ROUXINOL JR lidou o último da tarde, um novilho que veio ali de bem perto, da Herdade da Galeana, o primeiro Grave que este jovem toureiro lidou; e fê-lo muito bem com uma lide muito conseguida, começada logo nos ferros compridos, montando o “Dollar” um cavalo já com alguns anos na casa, com o qual deixou três compridos, sempre devidamente rematados. Já com a ferragem curta e aproveitando as boas condições do seu oponente, assistimos a momentos de inspiração toureira, com alardes de boa técnica, através de ladeios e passagens pela cara do cornúpeto, a que se sucederam bons ferros curtos em terrenos de compromisso.
No capítulo da forcadagem, a tarde foi calma e sem grandes problemas para resolverem, e se os três grupos em competição não consumaram todas as suas pegas à primeira, o erro foi deles próprios. Pelo grupo de S. Manços pegaram RUI FREIXA, que não recuou o suficiente e depois sofreu um derrote que lhe inviabilizou a pega, consumando esta à segunda tentativa, fechando-se à barbela, com o toiro a entrar pelo grupo adentro até tábuas. JOSÉ QUINTAS pegou pela primeira vez e teve um feliz debute, pois o seu oponente não lhe levantou quaisquer tipo de problema, daí fechar-se bem à barbela na tentativa que consumou. O grupo da Póvoa de S. Miguel mandou para a cara o forcado MARCO RAMALHO, que deixou o toiro vir muito de largo, daí não conseguir fechar-se corretamente e inviabilizou-se a tentativa. Retificou e à córnea resolveu a papeleta. RÚBEN TORRADO não teve dificuldade em se fechar de braços e pernas, e à barbela consumou a pega à primeira. Finalmente pelo grupo de Monsaraz foram caras NÉLSON CAMPANIÇO (pegou à primeira) e LUIS FONTES que também seguiu as pisadas do seu companheiro, consumando a pega à primeira tentativa.
Dirigiu acertadamente o espetáculo o Sr. Agostinho Borges, assessorado pelo médico-veterinário Dr. Matias Guilherme.