Num tempo em que se adensam nuvens negras sobre o horizonte da Tauromaquia, Olivença surge como um oásis livre de tentações antitaurinas, afirmando-se pujante e firme na defesa da sua Feria Taurina que já vai na sua 30ª edição, percorrendo uma senda de êxitos ao nível social, económico e de afirmação cultural. Olivença símbolo de união entre dois países em que a língua fez de forma perfeita a interligação, é um exemplo que merece ser copiado e repetido.
Tenho a honra de ser amigo de um grande homem, por sinal Oliventino, de seu nome Guillermo Fernández Vara (medalha de ouro de Barrancos em 2017), Presidente da Junta de Extremadura e grande amigo de Portugal, sempre na primeira linha em defesa do mundo rural, e por consequência da Tauromaquia, das tradições e da cultura da sua região.
São políticos como este, que se implicam sem medos de dar a cara, que interessam á Festa e que fazem falta no nosso País.
Lembro uma frase impactante dele na apresentação da próxima “Feria Taurina de Olivenza”, na Casa da Cultura : “Me gustan los toros, porque me da la gana”. Que melhor afirmação para definir o seu lugar e a sua disposição em defender a milenar cultura de toiros?
A Festa de Toiros está intimamente ligada á economia do mundo rural, porque gera divisas directa e indirectamente nas terras do interior de Espanha, Portugal, França e América Latina. A cultura e a arte tauromáquicas nunca são indissociáveis do motor da economia e os exemplos são deveras elucidativos: falei de Olivença que segundo o seu Alcalde, gera em cada feira taurina um valor de cerca de cinco milhões de euros, importantíssimo para o desenvolvimento da cidade e arredores, devido aos ganhos na hotelaria, na restauração, em suma em tudo o que se relaciona com o turismo.
Mas seria injusto não referir outro caso de sucesso ligado á tauromaquia no País vizinho, falo do “encierro” e da novilhada de Puebla del Rio, inventados por Morante de la Puebla há seis anos, e que com o apoio das autoridades locais, catapultaram a cidade para as bocas do mundo. Que maravilha, um grande maestro da arte de torear, apostando na dinamização do interior (daquelas terras que fazem parte da ”España vaciada”) de modo a inverter a tendência de desertificação humana que se verifica nas terras do interior. Milhares de pessoas vindas de fora juntaram-se á população local e unidas em torno a eventos tauromáquicos como os encerro e a novilhada destinada a projectar novos valores, através de novilheiros que despontam, confraternizam e dão aquele colorido e aquele entusiasmo que gera milagres!
Com iniciativas como estas, está garantido o futuro da festa, assim saibamos nós aprender!
Nós por cá todos bem, apetece dizer em tom irónico, enquanto a corrupção grassa sem responsabilização visível, os culpados são sempre os outros, enquanto a arrogância de uma deputada põe em causa o próprio Estado que lhe paga o ordenado com o dinheiro dos nossos impostos, e que se permite fazer juízos de valor sobre a nossa História, chamando-nos todos os nomes do alto da sua frustração e da sua vaidade vingadora, e clama pela “descolonização da cultura”, palavra esta que ela politicamente correcta e dona da verdade, não conhece.
Enquanto isto, nós continuamos esperando o milagre de o IVA da tauromaquia não subir como quer o Governo, rezemos a todos os santinhos e esperemos que o poder político ganhe juízo e respeite a cultura como um todo, e não comece a dividir em filhos e enteados a sociedade em que vivemos
O tiro de saída do calendário taurino no nosso País já soou, Mourão transfigurou-se e ofereceu-nos a todos os aficionados um grande festival com figuras de topo da tauromaquia ibérica, bons novilhos, e forcados abnegados que cumpriram, para aguçar o apetite face á nova temporada que aí vem. Uma multidão de taurinos encheram a praça, e coadjuvados por uma brilhante banda filarmónica, muita afición e amigos por todo o lado, provocaram aquela explosão de sentimentos e alegria em cada faena, e que só a arte de torear sabe transmitir tão bem. Por detrás está o empenho de um grande aficionado, o ganadero Dr. Joaquim Grave que com o apoio da Câmara local conseguiu que a festa de Nossa Senhora das Candeias seja mais conhecida através deste evento taurino. A sua ligação ao mundo do toiro só lhe vai trazer dividendos em termos de estratégia turística.
A 29 de Fevereiro chega o grande acontecimento que visa congregar todos os que gostam de toiros, o Dia da Tauromaquia, que deve ser uma grande jornada de alegria, participação e afirmação da cultura taurina. Todavia, devido aos constantes e pouco edificantes ataques que sofremos por parte do Poder, e dos sectarismos mais radicais do animalismo e de quem o alimenta em campanhas bem orquestradas na comunicação e redes sociais.
Deve ser uma jornada de luta, de firmeza e de união na defesa e preservação da Tauromaquia.
Fica aqui o apelo, deixemos de lado as “tricas”, e vamos todos ao Campo Pequeno mostrar que estamos vivos, que somos fortes, e que temos a força da razão do nosso lado!