A história é sempre igual, todos os Grupos de Forcados têm na sua génese um Grupo de Amigos; foi assim que no virar do século, corria o ano dois mil, que um Grupo de rapaziada amiga, quase todos de Elvas, ou de freguesias do concelho, se juntaram para começar a pegar toiros. Mas foi com novilhos que se estrearam a 10 de Junho do ano dois mil na castiça praça de toiros da Terrugem (Elvas). Pegaram quatro novilhos das ganadarias Goes e Brito Limpo e começaram a escrever assim a sua história; na altura sob o comando de Ivan Nabeiro, seguindo depois o comando para António Patrício, até que neste dia dezassete de Setembro a jaqueta da responsabilidade foi entregue a Luis Machado; e assim se escreveu mais uma página na história deste Grupo. Repito, um Grupo onde praticamente toda a rapaziada é de Elvas e do concelho, onde a Amizade é o ingrediente principal e o resultado é aquilo que assistimos nesta corrida onde se encerraram com seis toiros (dos mais bem apresentados que já pisaram a praça de Elvas) tendo resultado num grande triunfo, com rijas e emotivas pegas, quatro delas á primeira tentativa e apenas duas á segunda; foram caras o Cabo cessante António Patrício, João Pedro Restolho, Joaquim Guerra, Gonçalo Machado, Marco Raimundo e o novo Cabo Luis Machado.
Como todos sabemos os laços desta amizade estão estendidos por diversas razões á família Bastinhas; por isso redondeou a noite com o triunfo de Marcos Bastinhas nos dois toiros que lidou. De todas as actuações que assisti do Marcos este ano posso concluir, que é dos Cavaleiros que mais emoção imprime na forma como recebe os seus toiros (o segundo á portagaiola) e como lhe crava a ferragem comprida; duas lides com garra que chegaram com força ás bancadas que se encontravam praticamente preenchidas de público. Rematou sempre com o tradicional par de bandarilhas e triunfou forte nesta corrida marcante para o cavaleiro de Elvas: Toureava na sua terra, com o seu grupo, e com o seu Pai na trincheira ainda em recuperação. Marcos ofereceu, e foi ao mesmo tempo merecedor do grande triunfo que alcançou.
Outro dos triunfadores da noite foi João Moura Jr, na primeira corrida depois do acidente que os seus cavalos foram alvo no passado fim-de-semana e no impasse de como iria, e se iria, continuar ou terminar a temporada, o Cavaleiro de Monforte apresentou-se na praça de Elvas com uma garra e uma motivação fora do normal, duas grandes actuações com destaque para a primeira onde a emoção atingiu valores altíssimos, na segunda uma lide mais trabalhosa por força do manso que lha calhou pela frente, ainda assim experimentou vários terrenos e conseguiu com valor, dar a volta ao difícil astado que teve pela frente e foi fortemente aplaudido.
Rui Salvador está um pouco distante dos seus tempos de glória, é verdade que também sorteou o pior lote; o primeiro que foi o maior da corrida com seiscentos e dezasseis quilos e o segundo que com meias investidas em nada facilitou a vida ao cavaleiro de Tomar; com o acréscimo de estar acartelado entre duas forças da juventude e dois novos valores da nossa tauromaquia; razões que com garra Salvador tentou com a sua imensa garra ultrapassar, mas onde foi impossível de brilhar.
O curro de toiros repartido pelas ganadarias de António Charrua (primeiro, segundo e último) e de Quinta de Mata o Demo (terceiro, quarto e quinto) apresentou pesos dispares, oscilando entre os seiscentos e dezasseis quilos e os quatrocentos e trinta e cinco. Destaque tanto em apresentação e bravura para os enviados pela ganadaria de António Charrua, tendo o ultimo da noite sendo premiado com volta dada pelo Sr Ganadeiro Gustavo Charrua.