Quinta-feira, 14 de setembro, a Praça de Touros da Moita recebeu o terceiro espectáculo da Feira taurina que anualmente e por tradição ali se realiza.
Perante o espetáculo que por ali se estava a realizar ouvi alguém comentar, “ A Moita quer arte e não brutidão como são estes touros”, ora perante isto e para começar a falar desta corrida posso comparar a praça da Moita com um atelier de pintura, onde nesta noite houve demasiada tinta, pintores que não sabiam que fazer a tanta tinta e uma pintura completamente esborratada.
Mas ainda antes de falar da corrida propriamente dita, felicitar o empresário Rafael Vilhais por ter apostado na seriedade do toiro, pois afinal de contas é o Rei da festa e é nele que se tem de apostar. Talvez com uma melhor divulgação das imagens dos touros para estas corridas, estou convicto que a entrada de publico teria sido melhor, assim registou-se apenas cerca de meia casa.
Os Touros, ai os touros Veiga Teixeira…. Traziam consigo uma máquina calculadora para pedir contas aos toureiros e forcados e eram contas já de universidade e não da primária. Os touros estavam imponentes e logo por ai já metiam o seu respeito. Quanto ao comportamento eram touros com génio, por sinal mau e que colocaram todos os intervenientes em sentido.
No que concerne às lides a cavalo dos cavaleiros António Telles, Rui Fernandes e Filipe Gonçalves, pouco há a dizer, pois foram seis lides sem história (da boa), destacando-se apenas a primeira lide de Telles em que conseguimos ver algumas pinceladas do bom toureio da Torrinha.
Nesta noite atuou ainda o jovem Joaquim Brito Paes, que lidou um cómodo novilho de Paulo Caetano. Brito Paes mostrou mais uma vez o intuito que tras dentro de si, temos aqui certamente mais um toureiro a ter em conta.
Nas pegas a noite também não foi famosa, pois o Aposento da Moita não conseguiu dar a volta aos papeis e em sete astados que tinha para enfrentar, realizaram 27 tentativas. Desorientação e pouco comando do cabo, são as notas dominantes, perante os imponentes e duros touros que tiveram pela frente. Foram para a cara dos touros José Henriques à 4ª tentativa (em noite de despedida), João Vasco Ventura à 3ª, Martim Afonso à 1ª a dobrar Salvador Pinto Coelho que fez 5 tentativas, Rúben Serafim à 4ª tentativa, José Maria Benttencourt à 5ª tentativa e Luís Fera à 1ª a dobrar Miguel Fernandes que fez 2 tentativas. O novilho de Paulo Caetano foi pegado à 2ª tentativa pelo forcado João Gomes.
Tiago Tavares dirigiu este espetáculo, que lamentavelmente durou 3h45m….