Quarta-feira, Outubro 4, 2023
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InícioCrónicasMonsaraz, dez anos de forcadagem.

Monsaraz, dez anos de forcadagem.

A praça de toiros José Mestre Batista abriu como sempre as suas portas para a tradicional corrida de 15 de Agosto, tradicionalmente também o dia mais taurino do ano. Do alto de Monsaraz; esse pedaço de céu Alentejano património da humanidade, veio esse Grupo de Rapaziada valente que já lá vão dez anos tem também ajudado a levantar ainda mais esse conhecido nome, mostrando a sua valentia e aficcion pegando toiros por toda a geografia taurina Portuguesa e não só. Baixaram nesta importante data até á sua cidade para, pela primeira vez se encerrarem com seis toiros em solitário; David Silva, Luís Rodrigues, David Rodrigues, Ricardo Cardoso, Nelson Campaniço efectuaram as cinco primeiras pegas todas é primeira tentativa, André Martins fechou praça á terceira tentativa. Pelo meio, passagem de testemunho do Cabo David Rodrigues a Ricardo Cardoso que passa assim a ser o novo cabo, o terceiro nos dez anos do Grupo. Enquanto o antigo Cabo era passeado em ombros por antigos e actuais na volta de consagração, o forcado e artista Sebastião Beltran cantava o fado Forcados de Monsaraz, momento emotivo numa tarde de glória.

Na parte a cavalo António Ribeiro Telles abriu praça perante um toiro amorfo, uma lide regular, com alguma ferragem a resultar traseira, cumpriu a ferragem da ordem sem grandes alaridos. No seu segundo e quinto da tarde, que fez justiça á máxima que “não há quinto mau”, foi um toiro de bandeira que teve honras de voltar para o campo, um indulto “á Portuguesa” podemos assim dizer; António teve uma lide com várias tonalidades, foi agarrado contra tábuas sem consequências na saída do último comprido, deixou ferros de boa nota como o terceiro curto, mas também escutou alguns protestos do público num ou noutro deslize; ciente do seu grande valor em praça certamente o respeitável esperava mais do Maestro da Torrinha perante o toiro que lhe calhou em sorte.

Luís Rouxinol teve uma primeira lide com nota positiva, baseada em excelentes pormenores de brega que fizeram logo escutar aplausos, termina com um bom ferro curto e um de palmo com o público a pedir mais.

Brindou o seu segundo ao Maestro António Telles por este lhe ceder a ordem e lidar o quarto da tarde, pois pela noite Rouxinol toureava na Messejana; lidou de forma exemplar tendo metido aquilo que o toiro não tinha, uma lide em crescendo com um ferro de palmo a rematar e agora sim um bom par de bandarilhas e continuando o público a pedir mais o Maestro de Pegões ainda cravou mais um bom ferro de palmo para rubricar a sua actuação. Vítor Ribeiro andou em grande plano nesta sua passagem por Reguengos de Monsaraz; cumpriu o seu primeiro toiro e Victor aproveitou da melhor maneira as suas investidas, teve excelente na forma como bregou e preparou as sortes, sempre metido na cara do oponente, pisando terrenos de compromisso, terceiro e quarto curto de nota elevada com o público a pedir mais, cravando Ribeiro mais um de palmo. O seu segundo, brindado ao seu antigo apoderado Carlos Pegado, serviu também para mais uma boa lide que agradou bastante ao respeitável e que evidenciou mais uma vez o grande momento que este Cavaleiro atravessa.

Os toiros da ganadaria Alentejana de António Charrua saíram com uma média de quinhentos quilos, deixaram-se lidar, e a sua “docilidade” não apresentou dificuldades de maior aos artistas mas também não trouxeram emoção ao espectáculo, excepção feita ao saído em quinto lugar, que foi um toiro nobre e bravo. Uma boa entrada de público a rondar os três quartos, a maioria dele certamente para acarinhar os seus forcados nesta importante data; o que não é de estranhar, pois o Grupo de Monsaraz é constituído sobretudo por rapaziada da localidade e zona que leva o nome; especificidade rara na nossa forcadagem.

 

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