Em dia de Festa de Nossa Senhora do Carmo as bancadas da praça de toiros de Moura quase se encheram para presenciar a parte taurina dos festejos. O dia era de festa também para o nosso site, dez anos passados desde o seu inicio desta caminhada em que estamos com a garra de como se estivéssemos agora a começar. Também a ganadaria do Eng. Joaquim Grave cumpre este ano setenta anos de existência, não quis a Empresa Verdadeira Festa deixar passar esta data em claro e terminadas as cortesias descerrou uma lápide no pátio de quadrilhas onde fica imortalizada a memória destes setenta anos de bravura.
António Ribeiro Telles abriu a corrida lidando o primeiro Grave e mostrando o seu tradicional classicismo sem contudo romper; cravou com correcção e alegria e aproveitou da melhor maneira as parcas investidas do oponente. O segundo que lidou não lhe ofereceu facilidades e resultou numa lide com altos e baixos, com ferros curtos algo traseiros e consentindo alguns toques na montada, a melhor nota fica para o curto com que terminou a sua lide.
Vitor Ribeiro teve também uma primeira lide um pouco desacertada, com altos e baixos e inclusivamente também com alguns toques na montada; o segundo que lhe coube em sorte e depois de o ter brindado ao Maestro João Moura, foi lidado de forma bastante toureira e correcta que agradou bastante ao respeitável.
Miguel Moura o mais recente Cavaleiro de alternativa e também o mais jovem toureiro da casa Moura deixou bem patente nesta corrida o seu enorme valor; primeiro como ficou demonstrado no seu primeiro que cedo se fechou em tábuas e onde Miguel lhe teve que cravar os ferros na sua grande maioria a sesgo, deixou bem vincado que tem argumentos mais que suficientes para todo tipo de toiros; no que fechou a corrida apareceu o triunfo e a raça de uma séria promessa; um toiro que pedia contas, lidado com uma brega Mourista pisando terrenos de grande compromisso e cravando como mandam as regras; levantou o púbico pala primeira vez esta noite e escutou os maiores aplausos; foi a única lide da noite em que o público exigiu mais ferros a que Miguel prontamente acedeu cravando três ferros de palmo que serviram para selar o único triunfo da noite deste jovem de Monforte que fica para a história como o primeiro triunfo de cavaleiro de alternativa profissional; desejamos e acreditamos fortemente que seja o primeiro de muitos.
Os toiros da ganadaria Grave bem apresentados não complicaram mas também não saíram com a bravura habitual, destaque para o lidado em quinto lugar.
As pegas estavam a cargo do Grupo de Forcados de Èvora onde foram caras Ricardo Sousa á segunda tentativa; Dinis Caeiro que efectivou a pega da noite passando por todo o grupo e aguentando com braços de ferro as fortes investidas do toiro, o jovem Gonçalo Rovisco apenas concretizou com enorme valentia á terceira tentativa.
O Real Grupo de Forcados de Moura triunfou em casa com três boas pegas á primeira tentativas por intermédio de João Cabrita, Rui Branquinho e Rui Ameixa.