Joaquim Bastinhas comemorou na sua terra, em Elvas, trinta anos de alternativa; um toureiro popular que levou durante este tempo todo o nome de Elvas e do toureio bem alto; será difícil encontrar alguém por este País fora que não conheça este nome; como disse Francisco Morgado na mensagem antes da corrida: Joaquim Bastinhas já concedeu vinte e uma alternativas ao longo destes trinta anos de toureio; só isto, espelha bem o carisma deste toureiro Alentejano. Uma merecida homenagem com corrida de gala à antiga Portuguesa em que o homenageado recebeu inúmeros brindes pela noite fora como reconhecimento da sua rica trajectória. Também o seu público lhe foi fiel; acarinhou-o toda a noite e esgotou as bancadas do coliseu Elvense.
Abriu praça o Maestro Elvense e teve pela frente um toiro sem as mínimas condições de lide, uma lide isenta de emoção em que pouco havia a fazer; a vontade de cravar o par de bandarilhas era muita, mas só foi possível depois de cinco passagens em falso.
Ana Batista teve na sua passagem por Elvas uma lide de menos a mais, cumpriu a papeleta rematando a sua lide com um ferro oferecido por si ao respeitável.
Moura Caetano terminava em Elvas uma temporada recheada de êxitos com mais de quarenta corridas lidadas na sua maioria pautadas pelo triunfo; em Elvas também foi isso que aconteceu lidando um toiro cumpridor da ganadaria de sua Avó D. Maria Guiomar Cortes de Moura; foi com o cavalo temperamento que cravou o ferro da corrida; o terceiro curto, com o cavalo em terrenos de compromisso a aguentar uma enormidade, depois com o “Sete” cravou três palmos, já um pouco sem toiro, primeiros grandes aplausos da noite.
Moura Jr deixou um bom aperitivo para a grande tarde de cinco de Outubro na encerrona de seu pai também no coliseu Elvense, onde certamente também vai deixar o seu perfume; nesta noite e numa das suas infelizmente raras aparições, foi bom ver aquilo que temos ouvido falar das suas importantes passagens pelas grandes praças de Espanha, recebeu á porta gaiola e desenhou uma lide com ferros de emoção ao piton contrário rematando com dois de palmo a pedido do público; o público gostou e muito da sua actuação que chegou forte ás bancadas.
Marcos Tenório depois de emotivo brinde a seu Pai, nada podia fazer a não ser uma lide de valor, pautada pela alegria que sempre imprime ás suas actuações, remata com um de palmo e como não podia deixar de ser com o tradicional par de bandarilhas.
Para rematar a noite, que era de festa, o último foi lidado a dou pelos Bastinhas, uma lide que chegou forte ás bancadas, com dois excelentes compridos, dois excelentes curtos em sorte de violino, dois de palmo e dois pares de bandarilhas como não podia deixar de ser, terminou bem a festa para os cavaleiros Elvenses.
Rogério Jóia “entrou na festa” e dirigiu nesse espirito a noite Elvense, atribuindo música por vezes logo nos ferros compridos.
Os Académicos de Elvas efectuaram as suas pegas por intermédio de David Barradas á Segunda tentativa, Joaquim Guerra á primeira e Afonso Bulhão Martins á quarta tentativa.
Pelos Forcados Amadores de Èvora, João Madeira pegou á primeira tentativa, Manuel Rovisco á terceira e Dinis Caeiro á primeira tentativa.
Os toiros da noite pertencentes como já foi dito á ganadaria Alentejana de D. Maria Guiomar Cortes de Moura, estavam bem apresentados, alguns com excesso de peso até; deram muito pouca emoção ao espectáculo; e quando não há emoção não há glória!
Esta manhã, coincidência ou não, lia um artigo de um irreverente mas verdadeiro critico Espanhol em que criticava aqueles que buscam um só tipo de festa; sejam eles “toristas” ou “toureiristas” , ou melhor dizendo, aqueles que buscam apenas um determinado tipo de encaste, com predominância infelizmente para o menos incómodo ; como ele diz, e eu comungo do mesmo: temos que buscar um meio termo ou seja, procurar tanto: “una media eterna de Morante, como una pelea de bravo de un Adolfo en el caballo”. Em Elvas, a fasquia esteve a anos luz da “media de Morante” e a quilómetros de distancia da “pelea do Adolfo”.
Houve festa, mas não houve glória!