Dezenas de agentes do Sector Tauromáquico juntaram-se, esta segunda-feira, junto à Praça de Touros do Campo Pequeno para manifestarem o seu desagrado para com o Governo que não autorizou a abertura dos recintos tauromáquicos a partir deste dia 1 de Junho.
Uma manifestação pacifica que poderá repetir-se já amanhã, visto que nem Ministra da Cultura, nem o Presidente da República vão estar no espetáculo que esta noite se realiza no Campo Pequeno.
Em declarações ao Toureio.pt, Nuno Pardal, Presidente da Associação Nacional de Toureiros, refere o que aconteceu hoje “não é uma manifestação, é de facto um movimento que os artistas, os forcados, os ganadeiros e os aficionados que aqui estão presentes, aquilo que nós exigimos e pedimos ao Governo, não é mais nem menos do que igualdade às outras culturas”, acrescentando que “não vimos qualquer razão para que os espetáculos tauromáquicos sejam excluídos desta retoma e deste desconfinamento.”
Nuno Pardal, também um dos directores da Federação Prótoiro, deixa claro que “nós hoje estamos aqui simbolicamente no Campo Pequeno, não para atacar o Campo Pequeno, não para atacar o espetáculo que vai acontecer aqui, mas para dizer que em Conselhos Ministros ficou decretado que os recintos tauromáquicos estavam proibidos de abrir, isto é um recinto tauromáquico, e vai abrir hoje, não com uma corrida de touros, mas com um espetáculo.”
O Dirigente afirma que “graças a deus os nosso colegas da cultura, das outras expressões culturais, podem começar a trabalhar nós infelizmente não vamos conseguir fazê-lo, por isso aquilo que nós apelamos ao Governo é que nos ouça e à Ministra da Cultura é que nos ouça, porque é coisa que até agora não nos ouviram.”
Já sobre próximas acções de luta a realizar pelos agentes taurinos, Nuno Pardal, começa por revelar que também a Ministra da Cultura não estará, esta segunda-feira, no Campo Pequeno pelo que, “estamos a pensar que amanhã estaremos aqui outra vez e acho que nós somos sempre os meninos bonitos do coro, temos feito as coisas sempre bem feitas, temos respeitado as instituições e ninguém nos tem respeitado e mais grave, têm-nos ignorado e eu diria que nós não vamos parar até nos ser restituído o nosso direito ao trabalho”
O Presidente da Associação Nacional de Toureiros descreve uma situação dramática no sector tauromáquico, “hoje em dia temos toureiros com dificuldades, temos toureiros com dificuldades para alimentar as suas quadras de cavalos, temos bandarilheiros com dificuldades para levar comida para a mesa dos seus filhos e nós a única coisa que queremos é igualdade, que não haja censura e que não haja discriminação que é aquilo que nós sentimos, estamos permanentemente a ser discriminados”
Já sobre a se as audiências com o Presidente da República e com a Comissão de Cultura tinham sido em vão, Nuno Pardal salienta que “nunca diria que é em vão ter uma audiência com o Presidente da República, mesmo que não estejamos na agenda oficial, porquê? Porque nós fomos ouvidos numa audiência particular, tivemos 1 hora com o Senhor Presidente, tivemos a oportunidade de lhe entregar um documento com as medidas que nós achamos que era importante para o curto e médio prazo para o sector da tauromaquia, tivemos a oportunidade de lhe mostrar um estudo de impacto financeiro e económico que a tauromaquia tem e por isso não considero que foi em vão”, referindo também que “na comissão de cultura, fomos efectivamente chamados, que coincidiu com o Conselho de Ministros eu diria que neste momento sinto que fizeram todos orelhas moucas, mas não damos como tempo perdido, porque achamos que é muito importante nós estarmos ali perante os deputados e poder explicar em 10 minutos o que é a Tauromaquia e o que nós precisamos do Governo, acho que nunca é em vão, mas não se traduziu em nada efectivamente.”