Boa entrada “à vista”, quando comparado com os últimos festejos realizados em Cuba, na corrida da feira anual 2014.
Grande atractivo e publicitado desde cedo. o curro de Palha. Com quatro e cinco anos, bem apresentado, com raça, codicia e transmissão. Completou o lote ganadeiro um pequenote novilho de S. Torcato, que não tinha presença mas tinha bravura, e muita.
Luís Rouxinol, a fazer quilómetros e a “consumir” toiros, está num ritmo e registo que encontra soluções em todas as situações. Resta perceber até que ponto o elevadíssimo ritmo que leva na temporada não começará a sobrepor-se à arte e discernimento (e à capacidade de resistência das montadas e do Staff), característicos daquele que, já por várias vezes aqui o assumimos, em nossa opinião é o verdadeiro n.º 1, do toureio equestre. Em Cuba deixou o seu perfume numa lide fácil ao primeiro, cómodo e justo de forças que a mais não ajudou. O seu segundo tinha mais que lidar, era manso e imprevisível. Foi de “pantufas”, sorrateiramente e com ofício que Rouxinol, lhe deu a lide adequada e cravou com seriedade. Faltou rematar com mais brilhantismo e “pintureria”. No global das duas lides, foi o cavaleiro que esteve melhor na terna.
Antonio Brito Paes entendeu ambos oponentes, muito semelhantes de comportamento, deixavam-se mas apertavam nas investidas e ficavam sem recarregar. Não era tarde para flores. Era para resolver a papeleta à altura, sem comprometer e com asseio. Assim o fez, andou correcto, dentro dos recursos, aqui e ali momentos de maior inspiração. Agradou.
Marcelo Mendes alternou o desacerto da primeira lide, com o mais complicado da tarde, com a mais conseguida, no seu todo, ao quinto, do encerro da Adema. Muita velocidade para vencer uma mangada violenta e adiantada de manso, no seu primeiro. No seu segundo, um toiro que investia com fiereza, mas mais cómodo e repetia com transmissão, esteve “a gosto”, entendeu-o na perfeição e tem uma série de curtos de execução homogénea, com entrada ao piton contrario a rodar e a rematar, com alegria. Não exagerou nos remates em ladeio com o Único, nos dois últimos ferros de grande execução e fechou a lide, que viria a ser premiada com o troféu em disputa, em triunfo.
No final mais um contacto com o grande público do jovem Joaquim B. Paes. Bom, codicioso, com alegria e raça (mesmo quando já não tinha “pulmão”) o garraio de S. Torcato. Serviu bem para o “caçula” da casa Brito Paes, deixar pinceladas de sentido de lide, alegria e muita praça. Bonito fim de festa.
Nas pegas, o que se esperava: Exigência. Cada erro dava direito a “nova volta”. Foi decisiva a excelente performance de ambas formações a ajudar. Foram o garante de não haver mais tentativas, sem dúvida alguma! A tarde foi sobretudo deles.
Os A. Alcochete não foram a Cuba rodar. Joaquim Quintela à 2ª (na primeira recuou em demasia), Ruben Duarte “Barroca” à 2ª (na primeira adiantou-se ligeiramente, ao mais complicado da tarde), Leandro Bravo à 1.ª (num toiro tardo e chato, que não lhe permitiu mandar na reunião, pela forma como se arrancou). Num misto das duas formações fechou sem problemas Manuel Duarte, à 1ª.
Triunfo grande para os Amadores de Beja, na sequência da boa temporada que vêem a fazer. Também não vacilaram e “jogaram” pelo seguro, com João Fialho (na pega da tarde, perfeita em tudo e vencedora do troféu em disputa), Ricardo Castilho (muita vontade em ficar, depois de não se fechar de pernas) e fechou noutra boa pega, Guilherme Santos. Todos à 1ª.
Correcção e bom senso na direcção de Manuel Gama.