Sábado, Dezembro 7, 2024
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O que querem para 2018?

Há várias superstições associadas à passagem de ano. Renovam-se votos, desejos, objectivos, sonhos e tenta-se eliminar o que de mau fizemos ou nos fizeram. Na tauromaquia há vários anos que parece que não se praticam estas superstições. Antes que digam que nem tudo está mal, eu afirmo-o: Nem tudo está mal, mas pouca coisa está bem!

Menos corridas e mais competição. Menos novelas e melhor comunicação. Menos guerras entre imprensa e blogs (não é tudo a mesma coisa, por mais que tentem) e mais informação e jornalismo. Menos provincianismo e mais classe no tratamento da festa. A festa precisa de se renovar, como qualquer tradição, nunca de se modernizar. Porque moderno é algo novo, tradição é algo que perdura no tempo, renovando-se.

Já imaginaram o dia em que nenhum jornalista marcar presença numa corrida? O dia em que nenhum fotógrafo captar e eternizar determinado momento? Já imaginaram o dia em que não sair nenhuma noticia a anunciar eventos ou trocas de apoderamento? Já imaginaram o dia em que os vossos comunicados forem direitos para o lixo? Já imaginaram o dia em que os vossos posts em caps lock (letras garrafais que significam gritos) forem ignorados? Tudo isto está próximo caso nada seja feito para mudar o que está mal.

É preciso perceber que um jornal online, imprenso ou radiofónico tem custos. É preciso perceber que os jornalista e fotógrafos tal como as restantes pessoas têm despesas e vivem, logo precisam de remuneração. É preciso, definitivamente, perceber a diferença entre linha editorial e liberdade de imprensa e politicas comercias, que são o sustento de um OCS (na maioria).

Já pensaram porque há corridas que estão às moscas? Os cartéis são os mesmos, muda o A e entra o B, sai a ganadaria X e entra a Y. Mas tudo igual, tudo promovido no tempo da outra senhora, sem qualidade e sem perceber o que seduz o público. E perguntam os promotores, o que seduz o público? Isso basta umas noções de marketing e caso queiram um workshop, terão que pagar. Investir num workshop ou pagar publicidade num site com milhares de visualizações? A resposta pode variar consoante os interesses…

Mas os intervenientes do espectáculo, vulgo artistas, também tem responsabilidades. Não sabem escrever comunicados, não há uma relação estreita com a imprensa, e não sabem gerir uma simples página de Facebook. As vantagens de fazer isto bem são imensas. Vai uma aposta? Experimentem lá…

Não acham estranho blogs terem acreditação para tudo quando a única coisa que lá fazem é tirar umas fotos? Não há opinião, os comunicados são publicados nos blogs/sites em modo “copy paste” (copiar e colar, em tradução livre), podendo uma opinião depender de uns euros? É mesmo assim que a Festa vai perdurar?

A Festa resultará melhor quando os agentes souberem usar o digital para promover o contacto humano. Porque muitas e longas relações, profissionais e pessoais, nasceram na tauromaquia…

Amem a Festa. Não a Usem. Porque um dia ela irá usar-vos como cimento para o muro que separa o público das praças.

Bom 2018 a todos!

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