Três novilheiros de países diferentes a competir na segunda novilhada da feira de Olivença; abriu a contenda o francês Andy Younes, brindou ao público e lidou com inteligência e alegria o novilho “Agorero” da ganadaria de Fernando Peña que apesar da nobreza apresentou notável falta de força; início de faena nos médios por estatutários ; lidou por ambos os pitons e rematou cruzando-se e arrimando-se; apesar da espada não ter entrado à primeira cortou una orelha.
O português João Silva “El Juanito” recebeu bem por verónicas o seu primeiro, um negro de nome “Charquito” Juanito deixou vem vincada a grande evolução que teve desde o seu debute com picadores o ano passado nesta mesma praça; iniciou a faena de muleta com ajudados por alto; toda a restante faena foi desenvolvida nos médios; grandes séries de muletazos salpicados por passes cambiados a um novilho que serviu mas que protestava nos trastes ao qual Juanito deu uma lide mandona e inteligente; cortou uma orelha que se não fosse um aviso e a espada ter entrado só ao segundo intento estaríamos a falar de duas.
António Medida debutou com picadores este dia com o novilho “Entuerto” negro mulato ; que foi recebido por verónicas de “rodillas” que chegaram forte às bancadas fazendo soar os primeiros olés; Medina é mais um toureiro saído da escola taurina de Badajoz que tanto toureiro tem dado; brindou aos seus mentores e teve pela frente o melhor novilho da primeira parte; uma faena longa e baseada essencialmente na mão direita onde a música madrugou; ao contrário da faena de Juanito onde tardou em soar por grande exigência do presidente. Cortou uma orelha.
Andy Younes poucas hipóteses teve de luzimento no seu segundo; um novilho sem força e visivelmente tocado dos posteriores praticamente desde o inicio da lide; ficou a garra e arrojo no inicio de faena de muleta de joelhos em terra para uma boa série de muletazos. Teve ligeira petição e foi premiado com volta.
João Silva “El Juanito” mostrou mais uma vez no seu segundo a grande forma que está; depois de lances variados com o capote baseou a sua faena de muleta essencialmente com a mão da verdade; desta vez ganhou música desde cedo fruto da grande série de naturais logo de início; una estocada inteira e eficiente valeu-lhe uma orelha e a consequente porta grande; mas teve petição e na realidade. …merecia as duas!
A “jogar em casa” e contando com o natural carinho do seu público; António Medina lanceou e levou toureado o último novilho por verónicas até aos médios; o português João Maria Branco foi o picador de serviço.
Brindou ao respeitável Medina mas não se conseguiu entender com o novilho; uma faena larga com excesso de toques nos trastes; tropeções do toiro e desarnes; aborrecida e sem história. Um aviso. E uma orelha de oferta.
A realidade é que Olivença hoje foi ainda “mais Portuguesa” com o grande triunfo de João Silva “El Juanito”