“Para ser taurino, é preciso gostar de toiros”, vem isto a propósito da célebre frase recentemente pronunciada pelo Primeiro-Ministro deste país “Para conduzir um automóvel, é preciso estar vivo!” que, devido à sua elevação e ao impacto que produziu nos cidadãos, tanto nos emocionou.
Salvaguardando as devidas distâncias, tanta sapiência de um chefe de governo desvanece-nos, e quase esquecemos que vivemos num mundo em crise, fruto muito da inépcia, da falta de organização e prevenção, do abandono de certos sectores vitais e essenciais para a nossa vivência em comunidade, para não falar da gritante falta de líderes políticos que saibam conduzir as nações/ países/estados no caminho do progresso e da paz.
Ao invés, assistimos a uma crise energética geral, a própria guerra da Ucrânia com o seu quadro de horrores em pleno século XXI monopoliza a realidade de todo o Ocidente (uma vergonha!), vemos os países a arder e a culpa é só das alterações climáticas, não da incúria, do abandono, e da prevenção que foi de férias.
Por cá, o rol de desgraças não tem fim, os fogos repetem-se com os célebres helicópteros Kamov (de triste memória e duvidosa situação) parados à espera que uma alma caridosa os mande arranjar, e sempre são os bombeiros deste País a aguentar a situação; o SNS (Serviço Nacional de Saúde) arrasta-se pelas ruas da amargura com falta de médicos, urgências fechadas, consultas adiadas “sine die”, e a saúde dos portugueses que se lixe.
Paralelamente, assistimos desde o início do ano ao aumento vertiginoso do preço dos combustíveis sem qualquer regulação governamental, à subida galopante da inflação, ao aumento brutal dos impostos, com realce para o IVA, e os cidadãos que se aguentem, perdendo poder de compra e de sobrevivência, e o escândalo ainda é maior quando assistimos diariamente ao anúncio dos lucros chorudos e imorais dos bancos e grandes empresas, e pasme-se do próprio Estado através dos impostos!
Dizia eu que neste mundo em crise, apesar de muitas asneiras da nossa parte, o mundo taurino teima em resistir e mostrar algum optimismo em relação ao futuro, veja-se como exemplo as praças cheias e as tardes e noites de exaltação taurina no Campo Pequeno e em tantas outras praças de toiros de Portugal e Espanha.
Refiro-me à demonstração de vitalidade taurina que os Sanfermines de Pamplona, no seu retorno à normalidade trouxeram ao panorama taurino mundial… desde o Chupinazo ao Pobre de mi…foi um recorrido de encierros, excelentes corridas com grandes e memoráveis faenas de grandes diestros, apresentando bons curros de consagradas ganaderias, tudo contribuindo para aquela explosão de alegria, convivência nas ruas e nos tendidos da Monumental Praça da cidade pamplonesa.
Ficam na retina, a alegria e a irreverência da juventude que deu côr aos tendidos, e somou entusiasmo com os seus cânticos, enchendo todas as tardes o coso pamplonês.
E que bom foi ver que até aos presidentes das corridas, revelaram autoridade, conhecimento e afición na atribuição dos troféus – à Festa o que é da Festa!
Por cá as Festas do Colete Encarnado, com aquela animação que só Vila franca de Xira sabe…praça cheia em tarde de corrida mista, com diestros e cavaleiros oferecendo boas actuações proporcionadas por excelentes toiros. Com todos estes ingredientes, fácil foi ver todos os presentes imbuídos daquele entusiasmo que só nos proporcionam as grandes tardes de toiros!
Entretanto continuaram os ataques dos antitaurinos (eles não dormem), neste caso na Assembleia Municipal de Lisboa onde o PAN apresentou propostas para acabar com as corridas no Campo Pequeno. Este grupúsculo político consegue agitar as águas mansas em que navega a nossa tauromaquia, valendo-se da nossa inércia em responder ás suas investidas, mas neste caso houve coragem politica (coisa que vai faltando) dos eleitos municipais, para responder a tal agressão e as propostas foram derrotadas por larga maioria. Ficou no entanto expressa a pusilanimidade de muitos deputados municipais do PS, com o seu posicionamento a favor, ou abstendo-se face à proposta do partido animalista. Agora como antes, como foi o caso da Lei de Excepção para Barrancos aprovada na Assembleia da Republica em 31 de Julho de 2002, em que salvo raras excepções (apenas cinco deputados votaram a favor), os representantes do mesmo partido votaram contra a tradição cultural da minha terra, convém ter em atenção quem é por nós, ou contra nós!
Esta é a época das festividades locais ligadas à tauromaquia por todo o nosso Portugal, saibamos desfrutar delas assistindo e participando com alegria e elevação, estados de espírito que só os aficionados sabem cultivar. Até porque para ser taurino, é preciso gostar de toiros!
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