Continuam a surgir reações de todas as áreas, às declarações da Ministra da Cultura, proferidas ontem no debate do Orçamento do Estado, na Assembleia da Republica.
Chega-nos agora uma carta aberta do cavaleiro tauromáquico Paulo Caetano, ao Primeiro-ministro António Costa e à Ministra da Cultura, Graça Fonseca.
Uma carta onde o conhecido toureiro coemça por dizer que “durante a minha juventude, a par da minha carreira escolar e académica, aprendia com os Mestres que, não só me ensinavam a montar a cavalo e a tourear , como também a ser um homem honesto, cavalheiro, paciente, dedicado, responsável por aqueles que de mim dependiam profissionalmente, pelos meus cavalos e pelos princípios ancestrais que regem esta arte”, explica ainda que “simultaneamente com a técnica, cuja antiguidade e complexidade, exige um conhecimento profundo da história, era -me ensinada a forma como inúmeros vultos da cultura mundial , nas mais variadas vertentes artísticas, se tinham inspirado no Toureio e dado expressão, segundo a sua sensibilidade, ao riquíssimo conjunto de matizes desta arte.”
Já diretamente para Graça Fonseca, o cavaleiro Paulo Caetano acusa-a de “tentar "maquilhar" a sua opinião pessoal em relação à Tauromaquia, argumentando que é uma questão de civilização, não sei a que civilização se refere. A uma civilização, pessoal, criada pela Senhora Ministra, ou, à nossa Civilização, construída ao longo dos séculos por personalidades incontornáveis da Literatura, do Teatro, da Pintura, da Musica, do Toureio, que expressaram, livremente, a sua paixão pela Festa de Touros e a engrandeceram, divulgaram e defenderam.”
Na carta aberta Caetano escreve à Ministra dizendo que “a sua afirmação Senhora Ministra demonstra um profundo desrespeito não só por todas essas pessoas ilustres mas também por todas aquelas que de uma forma mais ou menos visível mas com a mesma entrega, ganham a vida com esta actividade, arriscando a sua integridade física na arena, trabalhando no campo, nos estábulos ou nos escritórios, nas mais diversas actividades relacionadas com as Corridas de Touros.”
O cavaleiro sedeado em Monforte apela ainda à “consciência” da Ministra “para que revisse e alterasse as suas afirmações e a sua atitude, demonstrando respeito, não só por todos os aspectos e pessoas que referi, mas também pela nossa história, pela nossa tradição, e , acima de tudo, pela liberdade dos muitos milhares de aficionados, que de uma forma pacifica e civilizada, enchem as nossas Praças de Touros.”