Romperam as cortesias na Catedral do Forcado em Èvora ao som do pasodoble “Forcados Amadores de Alcochete”. Nos braços de António Alfacinha e Vasco Pinto ia a bandeira do México e no coração de todos o sentimento de tristeza de mais um dos nossos ter partido abraçado a um toiro: Eduardo Villar, Cabo e Fundador dos Forcados Hidalguenses (México) partiu provando essa grande verdade: “Um toiro pode tirar a vida, a glória jamais!” Que descanse em paz!
João Moura Jr foi o triunfador da tarde na lide do seu primeiro toiro que foi também o toiro mais bravo do concurso pertencente á célebre ganadaria de Pinto Barreiros; um toiro bravo com investidas prontas e alegres que arrancava de todos os terrenos com prontidão e que terminou da mesma forma. Moura Jr está bastante motivado e confiante, teve uma lide extraordinária com uma ligação permanente, uma lide á “antiga” sempre com a mesma montada, bregando, cravando e rematando as sortes de forma surpreendente e com uma segurança invulgar. O único da tarde que recolheu a unanimidade do exigente e conhecedor público Eborense. Na sua segunda lide toureou um astado da ganadaria de São Torcato que cumpriu com grande nota também; uma lide alegre e perfeita apenas uns pontos abaixo da primeira só porque o toiro sendo bravo na mesma não tinha a excelência e emoção do primeiro. A par destes dois triunfos de Moura Jr triunfou também forte o Sr Joaquim Alves proprietário destes dois ferros.
Luis Rouxinol lidou o seu primeiro pertencente á ganadaria de Veiga Teixeira e, depois de falhar um pouco de toiro nos compridos, é nos curtos que aparecem os melhores momentos de uma lide que veio sempre a mais terminada com um ferro de palmo e o tradicional par de bandarilhas. Era da ganadaria Grave o segundo lidado por Rouxinol, um toiro bonito, que viria a ganhar o prémio de apresentação, mas que também foi bravo e sobretudo nobre, principalmente pela classe que investia nos capotes, um toiro com nota alta; que serviu para o Cavaleiro de Pegões conseguir uma lide ainda com nota mais elevada que a primeira, sobretudo da forma como terminou com a estrela da sua quadra o “Ulisses” , mais uma vez o par de bandarilhas rubricou uma lide de valor que o público premiou com fortes aplausos.
Vitor Ribeiro lidou um manso encastado de Branco Núncio; as investidas pouco claras do astado levaram Ribeiro a ter um trabalho redobrado mas que serviu para por em prática os seus argumentos que todos conhecemos; o válido desempenho mas o fraco brilho da lide levaram a que o cavaleiro não tivesse dado volta de agradecimento. O seu segundo pertencia á ganadaria Passanha e foi o mais pesado da tarde com quinhentos e oitenta e cinco quilos; e aqui já assistimos a uma lide bem mais conseguida e toureira, com toureiro e toiro sempre a virem a mais, terminando com o público a pedir mais um ferro de palmo e a tributar forte ovação ao Artista.
Dois grandes Grupos de Forcados em praça para toiros de verdade: Forcados Amadores de Évora pegando João Madeira á segunda tentativa, Dinis Caeiro executou uma enorme pega também á segunda tentativa depois de uma enorme primeira tentativa em que na dúvida de ter saído da cara do toiro cá atrás, se dignaram com valentia e verdade a repetir. João Pedro Oliveira fechou a tarde com uma valente pega á primeira tentativa. Pelos Amadores de Alcochete, Ruben Duarte e Tomás Valle pegaram ambos á primeira tentativa, Nuno Santana concretizou á segunda tentativa.
Três quartos de entrada numa data com várias corridas e com várias actividades relacionadas com a tauromaquia a decorrer, o que quer dizer uma boa entrada de público. Neste carismático concurso de ganadarias Eborense que já se realiza á cinquenta e cinco anos fica para a história como já referimos o toiro mais bravo o da ganadaria de Pinto Barreiros e o mais bem apresentado o da ganadaria Grave; foi assim decidido pelo júri constituído pelos Excelentíssimos Srs: Simão Comenda, Manuel Calejo Pires e Miguel Ortega Cláudio, também o público da forma como acolheu e aplaudiu os resultados demonstrou unanimidade.