Domingo, Dezembro 8, 2024
Publicidade
InícioCrónicasPouca história no festival a favor do Paio Pires Futebol Clube

Pouca história no festival a favor do Paio Pires Futebol Clube

Na Paio Pires Arena, um espaço multiusos, teve lugar no domingo dia 14, um festival tauromáquico misto, em prol do Paio Pires Futebol Clube. O cartaz era um conjunto de experiência e juventude, esta última à procura do seu lugar. Nos cavaleiros contava-se com a experiência de Paulo Jorge Santos, João Ribeiro Telles e Salgueiro da Costa e com a vontade de abrir caminho do praticante Joaquim Brito Paes. No que respeita à lide apeada havia um matador e um novilheiro, Manuel Dias Gomes e Diogo Peseiro, respectivamente.

Para as pegas estavam os Forcados Amadores de Lisboa, capitaneados por Pedro Maria Gomes e os Amadores do Montijo capitaneados por Ricardo Figueiredo. Lidaram-se novilhos de José Pereira Palha, com encaste Parladé, que deram muito bom jogo, sendo o ganadeiro chamado para uma volta à arena no lidado em quinto lugar, por Salgueiro da Costa.

Esteve presente perto de um terço da lotação do recinto.

O espectáculo foi dirigido por Tiago Tavares assessorado pelo veterinário Carlos Santos.

Abriu praça Paulo Jorge Santos que nos compridos, só à terceira tentativa conseguiu cravar o primeiro. Os ferros partiam-se. O segundo foi pescado a cilhas passadas, só para despachar. Nos curtos, o toiro encrençou-se nas tábuas e o cavaleiro optou por sortes sesgadas. Que pena não ter rematado as sortes por dentro, já que o toiro saía das tábuas no final das sortes e tinha imprimido outra emoção à lide. No final, cravou um palmito de muito boa nota.

Pegou este toiro António Galamba dos Amadores de Lisboa, à primeira tentativa, bem a alegrar o toiro e a reunir. O grupo faz o resto.

João Ribeiro Telles saiu para lidar o segundo – bonito este novilho; para cravar os dois compridos desenvolveu uma excelente brega, sempre com as distâncias controladas, a duas pistas e foi esta a marca de toda a sua lide: muito toureio.

 Nos curtos, começou com um quiebro muito marcado que deixou o toiro fora da reunião, depois a encurtar distâncias, até provocar a investida do oponente e crava com todo o preceito. Descobriu o filão e assim fez, até terminar em grande, com um quiebro no centro da arena.

Pelos Amadores do Montijo saltou João Sobral. Bem a citar e a recuar, fecha-se bem mas o toiro desvia-se da linha do grupo, ficando o forcado sozinho na cabeça do toiro até que o grupo se reunisse e fechasse como fez. Boa pega.

O terceiro coube a Manuel Dias Gomes que recebeu o astado por verónicas pouco esclarecidas, rematadas com uma chiquelina também ela um bocado enrolada, depois seguiu por chiquelinas por ambos os lados. Diogo Peseiro saiu ao quite mas foi desarmado.

O tércio de bandarilhas foi cumprido pelos bandarilheiros e fizeram-no a contento.

Começa a faena de muleta por derechasos rematados com passes por alto, na tanda seguinte remata com uma dossantina, nos passes pela esquerda os naturais não saem templados, depois volta aos derechasos e aí sim, saem templados e na segunda tanda, muda de mão e remata com um passe de peito bonito, terminando com um trincheirazo. Termina a faena com bernardinas e simula a estocada a receber.

Diogo Peseiro recebe à porta gaiola por gaoneras rematadas com uma vistosa rebolera. Não perde mais tempo, pede para mudar de tércio e vai bandarilhar. Dois pares a câmbio e outro em sorte de violino é a bonita prestação deste novilheiro, nas bandarilhas. Com a muleta toureou por derechasos rematados com passes por alto mas sem profundidade, o seu mentor, Tomaz Campuzano, via-se a dar-lhe indicações desde a trincheira, mas o novilho não era claro e o chão da arena estava muito revolvido, o que lhe valeu duas quedas pelo que mesmo com muita vontade, não conseguiu a faena com que, se calhar, tinha sonhado. Simulou a estocada junto às tábuas sem que o toiro estivesse parado.

Para João Salgueiro da Costa sai o penúltimo da tarde. Cita de praça a praça e vai encurtando distâncias até provocar a investida ao novilho que arranca franco e crava os dois compridos com esta receita; nos curtos, entendendo o que podia tirar do seu opositor, provoca-o quarteando-se num palmo de terreno e deixando ferros de muito boa nota. O toiro responde sempre com qualidade e Salgueiro da Costa sabe cuidar dele. Bem na brega e na colocação em praça, foi um gosto vê-lo. Bem, a volta atribuída ao ganadeiro.

Este novilho foi pegado por Daniel Batalha, dos amadores de Lisboa. A investida do toiro foi algo descomposta mas a vontade do forcado e do grupo foram superiores às dificuldades, tendo a pega resultado em pleno.

Para encerrar a tarde, tínhamos Joaquim Brito Paes. Ele que vem duma família de toureiros não podia deixar as coisas por mãos alheias e não deixou.

Nos ferros compridos já mostrou rigor e nos curtos toureia de frente, com aproximações lentas e quarteios a preceito, faz uso de um bom repertório de brega e colocação do toiro, desenha as sortes com rigor e termina, oferecendo um ferro ao público que é cravado no centro da arena, com o público no bolso e a pedir mais. Com a noção de quando deve parar não acedeu e fez muito bem.

Ruben Pratas, dos amadores do Montijo, citou com galhardia, encurtou terrenos, carregou a sorte, recuou como mandam as regras e fechou-se com aproposito, tendo o grupo ajudado bem, numa pega que até pareceu fácil.

Para a próxima teremos mais público que estes homens que tanto fazem pelo clube e pelas crianças que ali praticam desporto, bem merecem.

Publicidade
Publicidade

Últimas