Sexta-feira, Abril 19, 2024
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Praça de Touros de Alcochete: “Penso que a venda da minha quota não vai trazer qualquer modificação ao funcionamento da NEPTAL”

João Dias de Sousa é um dos proprietários da empresa NEPTAL- Nova Empresa da Praça de Touros de Alcochete, Lda. Possui 10% de quota e colocou-a à venda. O Infocul e o Toureio.pt podem afirmar que já existe comprador para essa quota.

O anúncio da venda de quota foi difundido pela internet. João Dias de Sousa em resposta às questões de Rui Lavrador, do Infocul/Toureio.pt, abordou todo o processo e de que modo esta venda não influenciará a temporada tauromáquica na Praça de Touros de Alcochete.

João Dias de Sousa foi questionado sobre o porquê da venda desta percentagem da quota, se já havia interessados, de que modo isto teria implicações na gestão do tauródromo e o que já podia ser adiantado relativamente a 2018 neste mesmo espaço. Questionámos ainda se não surgisse comprador, o que poderia acontecer ou o que pretendia fazer.

Não deixámos de questionar, como um dos proprietários da praça, sobre como analisava o trabalho desenvolvido pelo empresário António Manuel Cardoso em Alcochete.

 

João Dias de Sousa começou por nos revelar que “sim, já há comprador para a minha quota de 10% da NEPTAL – Nova Empresa da Praça de Touros de Alcochete, Lda. O “sinal” foi pago e a escritura será feita em breve”. Revelou que a venda desta quota teve por base “tendo nascido em Lisboa, de pais “lisboetas”, a nossa família sempre teve (desde há várias gerações) propriedades em Alcochete e desde a minha mais tenra idade que conheço Alcochete, por vir cá (de Lisboa) com muita frequência. Quando regressei da Bélgica após 20 anos de estadia naquele país, e por causa do falecimento do meu Pai, decidi vir morar para a nossa casa de família em Alcochete (e muito infelizmente vir trabalhar para Portugal). Ainda assisti a várias corridas de toiros e gostando muito de cavalos gosto também de ver a sua magnífica e arrojada atuação numa corrida. Uma tarde, depois de toda a gente ter saído da praça – e como eu, para além de sócio fui durante muitos anos o presidente da Assembleia Geral da NEPTAL, tinha (e tenho) a chave da praça de toiros – regressei à praça após uma corrida e vi uma coisa que não gostei. Nunca tinha pensado em tal situação. Como na altura fazia parte de um “blogue” de Alcochete, contei a história e sugeri que os animais, aquando desta inevitável situação, fossem anestesiados localmente (pois há um veterinário presente em cada corrida de toiros) antes das bandarilhas lhes serem arrancadas. Acho que não há nada de mau nem de mal nesta sugestão, mas mesmo assim, recebi tantas críticas, muitas delas extremamente desagradáveis, que decidi nunca mais assistir a uma corrida de toiros. Por esta razão, quando a minha mãe faleceu e que a quota original do meu Pai (os tais 10%) ficou registada em meu nome na Conservatória de Alcochete, pu-la imediatamente à venda”.

 

Sobre a situação em termos de propriedade da praça de touros de Alcochete referiu que “inicialmente (a quando da constituição da NEPTAL e construção da nova praça – aparentemente em 1935) 9 conhecidas pessoas de Alcochete e arredores, decidiram criar a NEPTAL para reconstruir a antiga praça de touros de madeira, ou construir de raiz uma nova. Penso que foi este último caso o que aconteceu. Uma das pessoas iniciais ficou com 2 quotas (Herdeiros de Joaquim José de Melo Salvado de Carvalho, donos da Herdade de Pancas) num total de 10 quotas. Uma outra dessas pessoas foi o meu pai, Manuel R. Dias de Sousa, com uma quota de 10% como os restantes sócios, salvo o 1º indicado. Com o tempo essas quotas foram-se “diluindo” pelos variadíssimos herdeiros. A quando do falecimento do meu Pai em março de 1982, a sua quota foi separada em 50% para a minha mãe e 50% para mim, únicos herdeiros. Com o recente falecimento da minha mãe (com 106 anos) em Abril 2017, sendo eu filho único, a quota original de 10% foi registada em meu nome, sendo esta, salvo erro, a maior quota indivisa existente na NEPTAL”.

Já quanto à temporada tauromáquica 2018, esta alteração nos proprietários da praça não terá qualquer influência. “Penso que a venda da minha quota não vai trazer qualquer modificação ao funcionamento da NEPTAL para 2018 e anos seguintes pois estamos a falar de 10% dos votos na Assembleia Geral” referiu João Dias de Sousa.

 

O “Trabalho desenvolvido pelo empresário António Manuel Cardoso: a Toiros e Tauromaquia Lda, tem feito um excelente trabalho desde há muitos anos a esta parte, na Praça de Touros de Alcochete. Tivemos grandes “lutas” nas alturas do arrendamento da Praça, mas o Sr. Cardoso e o seu sócio, Sr. Carvalho, sempre souberam propor as melhores condições à NEPTAL. O Sr. Cardoso cuida da praça com o mesmo grande amor que tem por Alcochete, tendo proporcionado à população de Alcochete mas não só, espetáculos aparentemente de grande qualidade artística. Na maior parte das vezes, o arrendamento implica certas obras de manutenção que têm sido cumpridas e feitas em sintonia com as obras levadas a cabo pela própria NEPTAL. A NEPTAL gasta praticamente todo o dinheiro que recebe das rendas em obras na praça, sendo o que sobra para o pagamento do IMI, gastos de contabilidade, etc. Nenhum dos Diretores recebe o que quer que seja salvo 2 bilhetes a mais (para além de 2 bilhetes que o empresário dá a cada sócio) para cada espetáculo. O Sr. Cardoso é honesto nos compromissos assumidos e pela minha parte não tenho qualquer crítica a fazer, bem pelo contrário” acrescentou.

 

O Infocul/Toureio.pt tentou ainda saber quem era o comprador destes 10%, mas ai João Dias de Sousa não revelou quem passa a ser, um dos, proprietários do tauródromo de Alcochete. “Só depois da escritura, se o comprador estiver de acordo, poderei revelar o nome como certamente compreenderá” rematou.

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