A Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha recebeu, esta sexta-feira (20 de Setembro), uma corrida de touros que ficou marca pelo reaparecimento, público, do cavaleiro João Salgueiro, que voltou a lidar um touro de casaca, algo que já não acontecia há alguns anos.
No final da sua actuação, o Toureio.pt falou com João Salgueiro, que começou por falar da sua lide, dizendo que “senti-me bem, não foi a lide nem o triunfo sonhados, tive algumas coisas e alguns ferros bons, mas não foi aquilo que eu desejava”, acrescentando que “era um touro, uma corrida. Quando se faz uma temporada inteira, apanha-se muitas corridas destas, hoje era apenas uma, tínhamos a ambição que fosse um bom touro, escolhemos um curro para que os toureiros triunfassem e não tem estado a ser assim, mas a festa é mesmo assim, é uma parte que não conseguimos comandar. Os touros são como os melões, só depois de abertos é que se vê, mas estou satisfeito, senti-me bem e com faculdades, o público esteve comigo e tive um ferro com a minha marca e o público reagiu logo! Estou satisfeito, sonhava com um bocadinho mais mas estou satisfeito.”
Questionado sobre como foi a preparação para esta corrida, visto que há algum tempo não toureava, João Salgueiro respondeu que “foi intensa, com dedicação e honestidade para chegar aqui e poder apresentar-me da melhor maneira ao público, porque há que ter respeito pelo público, e acho que preparei-me da melhor maneira, com treinos intensivos, com vacas, com novilhos, e as coisas correram extraordinariamente bem nos treinos, os cavalos andaram extraordinários. O touro aqui era um bocado bruto e o cavalo também não esteve ao nível que ele costuma estar mas são contingências que acontecem.”
Sobre a temporada 2020 e se vai voltar a actuar, o cavaleiro de Valada respondeu que “na próxima temporada temos logo um festival no início que é para uma causa justa, sempre disse que estava disponível para ajudar a festa”, voltando a falar da Barquinha e sobre a causa que abraçou na recuperação da praça, Salgueiro refere que “penso que o objectivo aqui foi conseguido, esta era uma praça que estava parada, este ano não ia haver touros e quando temos muitas câmaras que estão a proibir a utilização das suas praças, temos uma praça em que ninguém nos está a proibir e nós próprios a deixarmos-la estar parada, penso que fazia sentido fazer este sacrifício e dar isto em prol da festa”, referindo ainda que “sinto-me contente porque a festa dos touros deu-me muito a mim, mas mesmo muito, muito mesmo. Eu gostava de hoje, aqui, ter dado mais, mas penso que dei o suficiente, penso que é um êxito, um triunfo, termos revitalizado a praça, termos este casão que aqui hoje temos, com a ajuda de todos, não me posso esquecer desde a imprensa taurina, desde toda a gente que tentou colaborar, acho que é importante, acho que isto é defender a festa, é reerguermos praças ao mais alto nível, com praças cheias, esse foi o meu fim, o fim com que vim actuar aqui, com esse propósito de ganharmos aqui mais uma data e mais uma praça, penso que isso está conquistado e só por isso valeu a pena.”
Relativamente ao festival que disse que ia actuar em 2020, João Salgeuiro apenas revelou que é “um festival que está apalavrado para uma causa bastante justa. Hoje em dia, o cancro é um coisa que afecta tantos portugueses, antigamente ouvíamos falar uma vez e hoje em dia ouvimos falar tanto, penso que é uma causa justa e em que todos temos de participar e dar o nosso melhor para que possamos combater. Já há praça mas ainda não é oficial e por isso não vou dizer.”
Sobre outras possíveis actuações em 2020, apenas disse que “poderá haver mais conforme as coisas forem correndo”