No passado sábado, 24 de Março, a Monumental Praça de Touros Celestino Graça, em Santarém, recebeu dois espetáculos taurinos a favor das vítimas dos incêndios, ocorridos em 2017, de Pedrogão Grande.
Dois eventos solidários que mereciam casa cheia, não só pelo apoio às vitimas de um flagelo que nos deixou a todos em 2017 abalados perante tal tragédia, mas também para mostrar a muitos que a Festa Brava é solidária. Pois bem… tal não aconteceu e não podemos apenas atribuir culpas à instabilidade meteorológica, pois esta certamente que afasta vários aficionados, mas não é a culpada total, mas disso escreverei outro dia…
A nível artístico foram dois espetáculos onde o nível não foi o desejável, apenas apontamentos numa ou outra atuação e pouco mais, e se quisermos declarar alguém triunfador?…Eu não arriscaria a tal, pois quem declara triunfador um artista é o publico e se esse era escasso… Tá tudo dito!
No espetáculo matinal lidaram-se novilhos-touros de Silva Herculano, Pinto Barreiros, Santos Silva, Fernandes Castro, Passanha e José L. Cochicho, que saíram dispares de apresentação e de comportamento, com uns a condicionarem mais que outros o labor dos cavaleiros.
Atuaram os cavaleiros Gonçalo Fernandes, que teve de porfiar muito para sacar alguma coisa a um astado que pouco tinha para dar; João Salgueiro da Costa realizou uma lide correta, conseguindo dar a volta ao seu oponente. Parreirita Cigano, andou regular e sem grandes alardes; Luis Rouxinol Jr andou ao seu nível, realizando uma lide correta, mas sem romper o desejado para a atuação sair redonda; David Gomes, também esteve regular assim como Ricardo Cravidão, que não deslumbrou, mas também não desagradou…
Nas pegas pegaram os Amadores Ribatejo, Montijo, Azambuja, Real de Moura, Apº Moita e Coimbra, tendo sido caras Ricardo Jorge (1ª), João Pedro Suiças (1ª), David Mouchão (1ª), Rui Ameixa (1ª depois de ter sido tentada uma cernelha), Bernardo Cardoso (3ª) e Pedro Casalta, que foi dobrado por Pedro Magan que consumou à sua primeira tentativa.
Antes de passar ao próximo espetáculo deixar uma nota para algo que nunca tinha assistido, a um dos intervenientes do espetáculo chegar atrasado e nem fazer as cortesias. Normalmente isto pode acontecer quando um dos intervenientes tem uma corrida antes e por esse motivo pode chegar a meio, mas chegar atrasado por chegar, nunca tinha visto e ao que parece fui só eu que vi…, refiro-me ao Real Grupo de Forcados de Moura, que ao chegarem à praça apresentaram as suas desculpas ao diretor de corrida, Lourenço Luzio.
Passemos ao segundo espetáculo, que pouco se diferenciou do primeiro, pois o publicou voltou a ser pouco e voltamos apenas a ter só mais uns apontamentos positivos, não se registando aquela lide redonda que tanto se deseja.
Começamos pela nota positiva da tarde, o curro de touros de Manuel Cary, que saiu muito bem apresentado para a tipologia do espetáculo no entanto em termos de comportamento podia ter sido melhor.
Abriu a tarde António Telles que teve de se empenhar para tirar algo do touro e assim realizar uma lide regular; Luis Rouxinol esteve em bom plano, deu a lide adequada ao touro que teve pela frente; Sónia Matias não teve uma tarde inspirada nesta sua passagem por Santarém; Manuel Telles Bastos realizou também uma lide correta, dando também lide adequada ao touro que enfrentou; Filipe Gonçalves realizou uma lide em crescendo, terminando a atuação com um par de bandarilhas; Fechou a tarde Francisco Palha que começou por receber o touro numa sorte gaiola que resultou, no entanto o touro foi descaindo para tábuas ao longo da lide e Palha teve de lhe pisar os terrenos para que a lide resultasse da melhor forma.
As pegas da tarde, estiveram a cargo dos Grupos de Forcados. Santarém e Alcochete. Por Santarém, pegaram Francisco Graciosa (1ª), Fernando Montoya (1ª) e Ribeiro de Almeida (3ª). Já pelos Amadores de Alcochete foram caras António José Cardoso, Gonçalo Catalão e Manuel Pinto, todos à primeira tentativa.
Os espetáculos foram dirigidos por Lourenço Luzio, assessorado pelo Médico-veterinário José Luis Cruz.
Lamenta-se que em dois espetáculos realizados a favor das vitimas dos incêndios, não se tenha homenageado as mesmas pelo menos com um minuto de silencio…