Assistimos a uma progressiva desumanização da nossa sociedade, em que os valores humanos são secundarizados, e substituídos pelo afecto aos animais.
Vem isto a propósito da escandalosa cobertura mediática e a pedido, dada ao caso dos canis ilegais de Santo Tirso (de gente conotada com organizações ditas de defesa dos animais!), e ao fogo que os assolou, vitimando muitos dos cães que lá estavam, que não deviam estar se a lei tivesse sido cumprida.
Claro que as referidas organizações animalistas, com o mesmo PAN (neste momento em queda nas sondagens) e o IRA (braço executor das acções do dito partido) aproveitaram-se. Desrespeitaram a ordem pública, agrediram pessoas, e deram largas ás declarações e aos gestos de amor pelos animais perante as câmaras da TV, quando antes não se tinham preocupado minimamente por eles.
E pergunto eu?
Onde estavam e qual foi o seu gesto sentido, pela morte de milhares de portugueses seus semelhantes, trágicamente atingidos pelo COVID 19?
Uma palavra de homenagem sincera, a um grande do toureio mundial que nos deixou, refiro-me ao maestro Mário Coelho, uma figura que primava pela elegância e pelo fino trato com todos, e um amigo com quem tive a honra de privar muitas vezes.
Mário procurava e inventava a magia no toureio, afirmou muitas vezes que a maior glória de um toureiro seria morrer na arena.
O toureio português deve-lhe muito, ele foi sempre um verdadeiro embaixador da tauromaquia nacional, e do nome de Portugal pelo mundo.
Continua o mundo taurino a ser ostensivamente discriminado, num cenário de crise económica provocada pelo coronavírus que serve de desculpa para todos os atropelos e marginalizações. Muito resultante também, e na sua maior parte por manifesta má gestão pública de que são exemplos: o Novo Banco; a Efacec; a TAP e outros autênticos sorvedouros de dinheiros públicos, pagos por nós, através dos nossos impostos.
Houve alguma palavra ou gesto significativo dos nossos governantes, para com a tauromaquia e os seus agentes que passam dificuldades, por não terem sido permitidos até há bem pouco tempo os espectáculos tauromáquicos?
Entretanto aconteceu Estremoz, naquela que foi a 1ª corrida permitida no desconfinamento. Assistimos a toda uma série de más vontades, e exigências que não são aplicadas a outros espectáculos (até aos já efectuados no Campo Pequeno), numa clara demonstração de ditadura de gosto e preconceito, contra tudo o que lhes cheire a tauromaquia!
Convém reter toda a sua carga simbólica, em termos de perspectivar o futuro próximo da actividade tauromáquica. Dizem as crónicas que dentro dos condicionalismos exigidos, a corrida e os intervenientes estiveram bem. Mas as limitações na lotação das praças de toiros, e a falta daquele público que dá cor e entusiasmo á Festa, notou-se. Tempos estranhos, os que o mundo taurino atravessa!
Agora vemos a bem oleada máquina de propaganda governamental proclamar aos quatro ventos, a grande vitória do Primeiro-Ministro nas negociações com a Europa, trazendo ás costas aquele volumoso saco cheio de milhares de milhões (tanto dinheiro!), supostamente para salvar o País.
Pura ingenuidade, nós já vimos este filme mais vezes, isto não é mais que uma nova intervenção financeira e económica da Europa, e que nos vai deixar um futuro hipotecado que todos teremos que pagar bem ou mal, e em que vamos deixar uma pesada herança ás futuras gerações.
Vivemos tempos difíceis, ainda não nos livrámos da pandemia, nem nos refizemos dos trágicos incêndios que desde Pedrógão continuam a assolar-nos, deixando um rasto de tragédia e miséria, e já temos mais um triste exemplo da insensibilidade de algumas instituições.
Não posso acreditar, aquela miúda zangada que não vai á escola, e já quase esquecida pela opinião pública (lixou-se para o ambiente, e passou a pandemia escondida debaixo de um calhau!). A tal Greta vai levar um prémio de um milhão de euros da Gulbenkian, quanta subserviência ao politicamente correcto!
Alguém se lembrou dos milhares de portugueses que perderam o emprego, e passam fome?
O respeito pelas diferenças culturais de um povo é muito bonito, e só dignifica quem exerce o seu magistério de influência, compreendendo com inteligência que nem todos temos os mesmos gostos, e nem sequer somos iguais. Dizia alguém, que a união se fomenta e fortalece na diversidade!
A propósito todos temos o que merecemos, temos os governantes que temos, aqui ao lado em Espanha é a mesma coisa, a tauromaquia é maltratada por políticos arrogantes que nada respeitam além dos seus próprios interesses, valha-nos o edificante exemplo que nos vem de França.
O novo Primeiro-ministro francês, Jean Castex, um homem do sul, mais concretamente de Vic-Fezensac, defensor do interior e da ruralidade, pessoa extremamente sensível e seguro nas suas afirmações, questionado recentemente sobre o seu posicionamento relativo á tauromaquia, respondeu que era a favor dos toiros e de toda a tradição cultural que envolve a Festa!
Comparar com os nossos políticos para quê? A diferença é abismal em termos de mentalidade aberta
Será que este País não tem remédio?