Cumpriu-se a tradição do festival na Granja (Mourão) com meia casa, que resistiu ao frio "dominador" da tarde, fora e dentro da arena.
As "primeiras ervas" deixaram marca no festival, com os novilhos a deixarem constância de falta de forças por tal motivo, na generalidade. No global, bem apresentados para um festival tiveram pouca força e não ajudaram a "aquecer" o ambiente. Deram condições para treino cómodo dos toureiros e forcados. Apenas um reparo para a falta de cuidado por parte de alguns peões de brega a que se assistiu em algumas intervenções, com o "castigo" a ser aplicado sem necessidade e que só agravou as poucas faculdades físicas dos novilhos, prejudicando assim o toureiro que serviam, os forcados que viriam e o espetáculo em sí. Em resumo foram colaborantes, alguns encastados e só não ajudaram mais porque não puderam. Lidaram-se reses de Silva Herculano, S. Martinho, Murteira Grave, Veiga Teixeira (2) e Luís Rocha.
A cavalo: Francisco Palha apresentou atestado e com a ausência abriu porta uma lide a duo, a um novilho colaborante de Luís Rocha, nos curtos partilhada por António D'Almeida e Andreia Oliveira, sem história. Bem mais agradáveis de seguir pelo ritmo de treino as individuais, com o estado de evolução e de "placeamento", a fazer a diferença.
Triunfo maior e mais consistente para Tomás Pinto no segundo. Em bom plano, ligou bem a atuação, criou empatia e alegrou a tarde, com uma brega a cuidar e a aproveitar bem, o som que o novilho de S. Martinho trazia. Cravou no registo da época passada, com frontalidade, no sitio e a rodar o piton com limpeza. Muito bom mote para arranque de temporada. Está aqui o primeiro motivo de expectativa para 2015.
Manuel Lupi andou fácil a mostrar toiro às montadas, sem comprometer e a cuidar um debilitado Silva Herculano.
António D'Almeida alternou momentos de belíssima execução, com outros mais irregulares, num nobre mas parco de forças (ficou-nos duvida no momento da pega, quanto a um possível defeito de visão) do de Murteira Grave. Sem comprometer, deixou vontade de voltar a ver, o cavaleiro de Almeirim.
Gostámos de Manuel Moreno. Rejoneador cuidado de postura, não procurou o triunfo fácil e não abusou dos adornos tão populares em "nuestros hermanos", só por isso o nosso aplauso. Procurou lidar o cómodo Veiga Teixeira com limpeza e de frente, nem sempre o conseguiu, embora a espaços tenha momentos de muito boa nota. Também deixou vontade de voltar a ver.
Andreia Oliveira é simpática em Praça, tem bonita figura, vontade e raça. Tem ainda um longo caminho de aprendizagem a percorrer, sobretudo no que toca aos conhecimentos dos terrenos dos toiros e ao temple necessário para se lidar uma rês brava a preceito. Não deslustrou mas foi a que evidenciou menos recursos técnicos, como é normal. Tocou-lhe um codicioso Veiga Teixeira.
O Real Grupo de Moura com Gonçalo Borges (1ª) e Francisco Marques (4ª), o G.F.A Póvoa S. Miguel com o cabo André Batista (1ª) e José André Santos (2ª) e o G.F.A. Monsaraz com Gabriel Oliveira (1ª) e Fabio Brites (2ª), protagonizaram uma tarde de treino mais a sério, às respectivas "canteras".
Dirigiu sem problemas o Sr. João Cantinho assessorado pelo Dr. Matias Guilherme e com embolação e ferragem de Bruno Lopes.