Prémios dados, Prémios oferecidos, triunfadores revelados e problemas esquecidos. Podia ser uma rima natalícia ou quadra de Santo António. É apenas uma constatação de facto do actual momento, defeso, da tauromaquia portuguesa.
Balanços e mais balanços. Uns balançam para a esquerda e outros para a direita. Em termos de imprensa poucos são os que se baseiam em factos e ficam no meio: onde está a virtude. Jornalismo é equilíbrio! Uns são primeiros e outros também. Afinal é Natal e todos nós podemos ser o Pai Natal em nossa casa!
O Toureio.pt, como em anos anteriores, levou a cabo uma votação para os triunfadores da temporada. Escolha do público. Afinal é o público que paga bilhete e sustenta a festa. O público é o verdadeiro dono disto tudo. Andam é todos enganados e numa luta ‘farmvilliana’ a ver quem tem o melhor quintal.
Confessamos que se aqui, no Toureio.pt, sofrêssemos de fraca personalidade e num belo dia decidíssemos agradar a gregos e troianos, nesse momento estaríamos aqui a anunciar o fim de um projeto, o fim de um espaço de informação e principalmente de promoção a uma cultura enraizada no povo português.
E pergunta-se, porque haveria de se colocar fim a um projeto que liderou durante toda a temporada? Pois bem, por falta de paciência, e de condições, para uma Festa cheia de personagens que julgam ser os donos da razão e até mesmo os “donos disto tudo”, não permitindo ser questionados sobre temas que importam a quem durante o ano paga o seu bilhete para assistir a uma corrida de touros, o aficionado! Sim, porque quando um jornalista exerce a sua profissão, questionando alguém sobre um qualquer assunto, está apenas a ser um intermediário entre o grande público e o entrevistado, ou seja, apenas quer esclarecer as duvidas de quem lê a imprensa, é essa a principal função de um jornalista.
Os empresários e restantes agentes da festa devem perceber a diferença entre: politica comercial e linha editorial de um OCS (Órgão de Comunicação Social). Em Portugal é mais fácil explicar os Lusíadas a um estrangeiro do que isto a um agente no ramo da tauromaquia.
Tudo isto para relatar alguns factos que ocorreram nesta parte final do ano que demonstram bem aquilo que falta em alguns intervenientes da Festa Brava: sentido democrático! E abordamos esta temática pelo simples facto de que o Toureio.pt tentou entrevistar várias personalidades da Festa Brava, na sua maioria com altas responsabilidades na Tauromaquia e apesar de terem aceite serem questionados, as respostas nunca chegaram…. Mas já lá vamos.
Antes de irmos aos casos concretos, sim porque no Toureio.pt não temos medo, nem qualquer tipo problema em revelar nomes, porque afinal de contas quem não deve não teme. Contudo, agradecemos a quem não teve receio e respondeu a tudo, ao bom e ao mau!
Apresentamos de seguida, os nomes e respectivas entrevistas não respondidas, dando assim a conhecer os principais temas que ficaram por responder. Algumas delas, por mera coincidência acreditamos nós, apareceram noutros sites exactamente com o mesmo line-up. Isto há coisas…
Mas vamos agora a casos concretos, no inicio de outubro questionámos o empresário Rafael Vilhais se lhe poderíamos enviar uma entrevista para ser efectuado o balanço da temporada da sua empresa, este aceitou e as perguntas foram-lhe enviadas a 10 de outubro, sendo que até ao momento respostas zero e ficaram por responder questões como: o que faltou na gestão da Praça da Moita onde muito apostou mas o público não correspondeu; se os jogos de bastidores condicionaram a gestão da praça da Moita; ou até mesmo se Vilhais teria errado na montagem dos cartéis da Moita ou se teria sido mal aconselhado; perguntámos ainda se continuava na Moita; Questionámos ainda sobre o que falhou no apoderamento de Jacobo Botero e se continuava com Mónica Serrano, visto que anunciou-se uma união, mas nunca uma desunião, muito menos o fim da tournée europeia 2017 da rejoneadora; E como é óbvio questionámos que balanço fazia da sua temporada e expetativas para 2018 e como via o estado da festa em Portugal. O único comentário que obtivemos por parte de Rafael Vilhais, foi em Vila Boim, quando revelou que a “entrevista parecia a do Sócrates”.
Outra situação, em Évora antes do início da última corrida da temporada, questionei o empresário António Manuel Cardoso se poderíamos gravar uma entrevista de balanço da temporada, tendo-me dito que sim, mas no final da corrida e assim fizemos mas… no final procurámos o conhecido empresário e nem o telefone atendeu e nem o retorno da chamada fez. Também não mais o interpelámos, pois aqui não pedinchamos para trabalhar.
No Toureio.pt realizamos também entrevistas com vários artistas, contactámos a agência de comunicação que gere toda a comunicação de Diego Ventura, tendo sido aceite a nossa entrevista, enviámos e até agora, nem ver as respostas. Ficámos por saber porque Ventura mudou de estratégia querendo lidar em Portugal ganadarias um pouco mais duras; ficámos por saber o que poderá ter falhado para algumas corridas com Ventura em Portugal não terem significado lotação esgotada; ficámos por saber o que falta da sua parte para chegar a acordo com o Campo Pequeno; Ficámos por saber se continuará a atuar em Sevilha com os “Murube” ou se terá de haver mudanças e ainda ficamos por saber se ainda mantêm a mesma opinião sobre a imprensa portuguesa que tinha há alguns anos atrás…
Terminou a temporada e chega a altura de fazermos o balanço com as várias associações do sector, contactamos os seus representantes e todos acederam.
Fomos ao encontro de Hélder Milheiro, o homem forte da Prótoiro, que aceitou que enviássemos as perguntas, mas também até ao momento nem resposta… Ficámos por saber qual tinha sido o trabalho em concreto da Protoiro em 2017; ficámos por saber se o marchandising da marca Touradas foi mais vendido para dentro da festa ou se conseguiram atrair outros mercados; ficámos por saber se por se trazer uma t-shrtir envergada da marca Touradas se era mais aficionados; ficámos por saber como é utilizada a “taxa” paga por todos os intervenientes, por espetáculo; Ficámos por saber como viu a Proitoro as declarações de José Cid; ficámos por saber se considera profícuo continuar a oferecer entradas a esse tipo de personalidades que só quer aparecer à custa da Festa; ficámos por saber porque não se acabam com as manifestações à porta do Campo Pequeno, enfim, outras perguntas ficaram por responder.
A 13 de novembro e com o consentimento de José Fernando Potier, enviámos uma entrevista para se fazer o balanço na área da forcadagem e aqui ficámos a saber as respostas às nossas perguntas, mas num outro site. Curioso? Nada disso. Mas pronto, cumprimos a nossa função, questionámos se a ANGF era apenas as assembleias gerais que muito se fala ou há um trabalho realizado, que muitas vezes é de bastidor; questionámos sobre a suspensão de vários grupos feita em Maio, se teria sido um alerta aos cabos dos grupos de forma a mostrar que apesar de amadores, terão de fazer um trabalho mais profissional; questionámos se nas Assembleias Gerais da ANGF existe coação como muitos falam; questionámos sobre o que havia concretamente sobre a venda de bilhetes por parte de vários grupos; questionámos sobre o tema polémico dos seguros para os forcados; questionámos que balanço se podia fazer às bandarilhas de segurança passado 10 anos da sua implementação; questionámos se havia promotores de evitarem pagar honorários aos grupos, depois das declarações de José Luis Gomes, que afirmou que “Cada vez mais, os empresários têm que ter mais respeito pelos forcados”; questionamos sobre as enfermarias e a denúncia feita pelo médico António Peças; questionamos que balanço fazia a esta temporada trágica para a figura do forcado…
Por fim, recentemente (12 de dezembro) enviámos um pedido de declarações à Administração do Campo Pequeno, nomeadamente à Dra, Paula Resende, com conhecimento do relações públicas do tauródromo lisboeta, a fim de esclarecer algumas situações, que a própria administradora deixou em aberto numas declarações proferidas ao Toureio.pt em setembro, gostaríamos de saber em que fase está o processo de insolvência; gostaríamos de saber o porquê do concurso público de venda não foi realizado até agora como afirmou em setembro a Administradora; Gostaríamos de saber se houve mais interessados na compra da exploração do Campo Pequeno. Perguntas que ficaram por responder ao Toureio.pt, apesar de dias depois terem sido parte delas respondidas a um blog, coincidências que dão muito a entender.
E aqui estão vários exemplos de como vai a nossa Festa Brava, se as perguntas foram cómodas tudo bem, mas se forem incómodas e com o verdadeiro intuito de esclarecer, é preferível não responder ou então é preferível responder a outros que não “apertam” tanto.
De uma coisa temos a certeza, os aficionados nem precisam de entrevistas para terem as respostas às perguntas que lançamos, mas se houvesse uma explicação era sempre melhor, assim não o entenderam, são estratégias de comunicação, algo que também falta na nossa querida Festa brava.
Quanto a 2018 vamos continuar a exercer a nossa actividade, para a qual estamos aptos e devidamente ‘legalizados’ para o fazer.